Ano: 2024

Sistema de dessalinização de água para comunidades indígenas no RN

CPFL ENERGIA S.A.

Categoria: Processos

Aspectos Gerais da Prática:

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, 15% dos brasileiros – aproximadamente 33 milhões de pessoas – vivem sem acesso à água potável no país. Uma análise do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base no censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 2,1 milhões de crianças e adolescentes brasileiros de zero a 19 anos não têm acesso adequado à água tratada. De acordo com o Unicef, o problema atinge 25% das crianças e jovens indígenas no país, 4,7% dos negros e 2,2% dos brancos.
É justamente para ajudar a transformar esse cenário que a CPFL Energia e sua acionista controladora, State Grid, uniram forças para implementar, de forma voluntária, um inovador sistema de dessalinização de água em João Câmara, no Rio Grande do Norte, onde ficam alguns dos complexos eólicos da empresa. O município detém a maior população indígena do estado, no território Mendonça, o qual compreende seis comunidades. Três delas são os povoados do Amarelão, Santa Terezinha e Serrote de São Bento, que sempre enfrentaram dificuldades para obter água potável de qualidade e em quantidade suficiente. Após um diagnóstico que mapeou 16 comunidades em situação de escassez hídrica, os três territórios foram selecionados por apresentarem os mais baixos índices de acesso à água. A seleção também considerou outros critérios, como o longo histórico de luta das comunidades relacionada à água, a forte liderança de mulheres nas associações comunitárias e a organização dessas comunidades.
A State Grid aportou R$ 8 milhões para viabilizar a planta de dessalinização, que começou a ser construída em agosto de 2022, após a pactuação com o Governo do Rio Grande do Norte, a validação do projeto pelas comunidades envolvidas e a definição do local onde ela seria instalada. A planta, localizada em Serrote de São Bento, abrange o dessalinizador e tanques para o armazenamento da água bruta captada do poço artesiano, da água tratada a ser entregue às comunidades e da água de rejeito. O sistema contempla, ainda, placas fotovoltaicas, que garantem o funcionamento do empreendimento com energia 100% limpa e autossustentável. O equipamento de dessalinização adquirido foi desenvolvido na China e possui uma tecnologia até então inédita no Brasil, com diferentes sistemas de filtragem e alto índice de eficiência. A cada litro de água salobra que passa pelo processo de dessalinização, 85% se transformam em água própria para consumo humano e os 15% restantes são armazenados em um tanque de evaporação. Para a distribuição da água, também foram construídos uma rede adutora com cinco quilômetros de extensão e três chafarizes instalados em locais de fácil acesso nas respectivas comunidades.
A cerimônia oficial de inauguração e de entrega do projeto ao poder público e às comunidades ocorreu em fevereiro de 2023, com a presença do embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, e da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, entre outras autoridades e representantes da State Grid e da CPFL. Desde então, o gerenciamento da planta, de responsabilidade do governo do estado, é realizado de forma participativa com as comunidades.
O sistema produz 80 mil litros de água por dia, que abastece, de forma ininterrupta, cerca de três mil pessoas que vivem nos três povoados tradicionais, melhorando a saúde e a qualidade de vida e proporcionando dignidade a crianças, adultos e idosos. Com a conclusão do projeto, a CPFL iniciou uma segunda iniciativa de impacto nas mesmas localidades. Em meados de 2023, lançou, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), um curso profissionalizante de Manutenção Eólica, que capacitou 19 moradores dos três povoados a trabalhar no setor – nove eram mulheres. De forma complementar, o Instituto CPFL também levou, em 2024, os projetos Energia Sonora e Fábrica de Atletas aos territórios, que oferecem, respectivamente, atividades musicais e esportivas no contraturno escolar para cerca de 700 crianças e jovens. Outro projeto social que chegou às comunidades é o Carreta Literária, uma biblioteca e brinquedoteca itinerantes que visita as escolas da rede pública municipal.

Relevância para o Negócio:

O sistema de dessalinização implementado nas comunidades indígenas pertencentes ao município de João Câmara é resultado do compromisso da State Grid e da CPFL Energia com a agenda ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês). Especificamente na CPFL, os tópicos “Relacionamento com as Comunidades” e “Garantia dos Direitos Humanos” são dois dos temas prioritários ESG da companhia, mapeados no estudo de materialidade mais recente, de 2022.
O desenvolvimento das comunidades também faz parte dos compromissos públicos ESG da CPFL. No Plano de Sustentabilidade 2020-2024, composto por 15 metas socioambientais e de governança, a companhia se comprometeu a investir R$ 60 milhões em projetos sociais até 2024 e, em dezembro de 2022, este montante já havia sido praticamente alcançado (R$ 59,9 milhões).
O atingimento antecipado de várias metas inspirou a CPFL a estruturar compromissos ainda mais ambiciosos, processo que resultou no lançamento, em meados de 2022, do Plano ESG 2030, que substituiu o Plano de Sustentabilidade 2020-2024. O plano é composto por 23 compromissos, divididos em quatro pilares: Soluções Renováveis e Inteligentes; Operações Sustentáveis; Valor Compartilhado com a Sociedade; e Atuação Segura e Confiável. Um dos compromissos do pilar Valor Compartilhado com a Sociedade é investir, ao menos, R$ 230 milhões em projetos socioambientais que maximizem a transformação das comunidades até 2030. Se dividido igualmente entre os oito anos que compreenderão o Plano ESG 2030 (2023 a 2030), esse valor equivaleria a um investimento anual de cerca de R$ 30 milhões. Apenas em 2023, o primeiro em vigor dos novos compromissos ESG, foram investidos R$ 52,7 milhões em projetos socioambientais.

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

O equipamento entregue pela State Grid e a CPFL aos três povoados tradicionais detém a tecnologia de dessalinização mais inovadora e eficiente disponível no Brasil e no mundo, totalmente automatizada. A planta produz, em média, 80 mil litros de água potável diariamente.
O processo se inicia com a captação da água salobra de um poço artesiano de 146 metros de profundidade, que é armazenada em três tanques de água bruta. A operação de captação acontece todos os dias durante cerca de 20 horas. A etapa seguinte consiste no processo de dessalinização em si. A água bruta é enviada ao sistema de dessalinização, onde ocorrem diferentes processos de filtragem. O primeiro intercepta partículas grandes de sal; o segundo consegue separar partículas maiores que cinco micrômetros; e o terceiro é um sistema de osmose reversa, cujas membranas separam com mais eficácia a água doce da salobra. O volume de água doce passa, ainda, por processos adicionais para assegurar os mínimos índices de minerais e o ajuste do pH, garantindo, assim, a sua qualidade. A água potável resultante do processo é encaminhada a um tanque específico e, de lá, por meio da rede adutora com extensão de cinco quilômetros, segue para os chafarizes instalados nas três comunidades beneficiadas pelo projeto.
A tecnologia do dessalinizador é capaz de atender volumes de água com grau de salinidade superior a 50%, mas o índice de salinidade da água retirada do poço artesiano da planta de Serrote de São Bento corresponde a 30%. Por essa razão e pela alta eficiência dos sistemas de filtragem do dessalinizador, o índice de aproveitamento do processo chega a 85%. A cada litro de água, 85% se tornam água potável, que pode ser consumida e utilizada em atividades domésticas com segurança. Os 15% restantes, com alta concentração de sal, são enviados ao tanque de evaporação, que tem capacidade para operar por aproximadamente 20 anos sem precisar de manutenção.
Toda essa operação é realizada com a energia elétrica gerada pelos painéis solares que também integram o sistema, o que faz do projeto autossustentável e um exemplo de eficiência ambiental.

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, 15% dos brasileiros – aproximadamente 33 milhões de pessoas – vivem sem acesso à água potável no país. Uma análise do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base no censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 2,1 milhões de crianças e adolescentes brasileiros de zero a 19 anos não têm acesso adequado à água tratada. De acordo com o Unicef, o problema atinge 25% das crianças e jovens indígenas no país, 4,7% dos negros e 2,2% dos brancos.
É justamente para ajudar a transformar esse cenário que a CPFL Energia e sua acionista controladora, State Grid, uniram forças para implementar, de forma voluntária, um inovador sistema de dessalinização de água em João Câmara, no Rio Grande do Norte, onde ficam alguns dos complexos eólicos da empresa. O município detém a maior população indígena do estado, no território Mendonça, o qual compreende seis comunidades. Três delas são os povoados do Amarelão, Santa Terezinha e Serrote de São Bento, que sempre enfrentaram dificuldades para obter água potável de qualidade e em quantidade suficiente. Após um diagnóstico que mapeou 16 comunidades em situação de escassez hídrica, os três territórios foram selecionados por apresentarem os mais baixos índices de acesso à água. A seleção também considerou outros critérios, como o longo histórico de luta das comunidades relacionada à água, a forte liderança de mulheres nas associações comunitárias e a organização dessas comunidades.
A State Grid aportou R$ 8 milhões para viabilizar a planta de dessalinização, que começou a ser construída em agosto de 2022, após a pactuação com o Governo do Rio Grande do Norte, a validação do projeto pelas comunidades envolvidas e a definição do local onde ela seria instalada. A planta, localizada em Serrote de São Bento, abrange o dessalinizador e tanques para o armazenamento da água bruta captada do poço artesiano, da água tratada a ser entregue às comunidades e da água de rejeito. O sistema contempla, ainda, placas fotovoltaicas, que garantem o funcionamento do empreendimento com energia 100% limpa e autossustentável. O equipamento de dessalinização adquirido foi desenvolvido na China e possui uma tecnologia até então inédita no Brasil, com diferentes sistemas de filtragem e alto índice de eficiência. A cada litro de água salobra que passa pelo processo de dessalinização, 85% se transformam em água própria para consumo humano e os 15% restantes são armazenados em um tanque de evaporação. Para a distribuição da água, também foram construídos uma rede adutora com cinco quilômetros de extensão e três chafarizes instalados em locais de fácil acesso nas respectivas comunidades.
A cerimônia oficial de inauguração e de entrega do projeto ao poder público e às comunidades ocorreu em fevereiro de 2023, com a presença do embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, e da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, entre outras autoridades e representantes da State Grid e da CPFL. Desde então, o gerenciamento da planta, de responsabilidade do governo do estado, é realizado de forma participativa com as comunidades.
O sistema produz 80 mil litros de água por dia, que abastece, de forma ininterrupta, cerca de três mil pessoas que vivem nos três povoados tradicionais, melhorando a saúde e a qualidade de vida e proporcionando dignidade a crianças, adultos e idosos. Com a conclusão do projeto, a CPFL iniciou uma segunda iniciativa de impacto nas mesmas localidades. Em meados de 2023, lançou, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), um curso profissionalizante de Manutenção Eólica, que capacitou 19 moradores dos três povoados a trabalhar no setor – nove eram mulheres. De forma complementar, o Instituto CPFL também levou, em 2024, os projetos Energia Sonora e Fábrica de Atletas aos territórios, que oferecem, respectivamente, atividades musicais e esportivas no contraturno escolar para cerca de 700 crianças e jovens. Outro projeto social que chegou às comunidades é o Carreta Literária, uma biblioteca e brinquedoteca itinerantes que visita as escolas da rede pública municipal.

Resultados Sociais e Ambientais Obtidos com a Prática:

Para chegar aos territórios a serem beneficiados pelo projeto, a CPFL conduziu um diagnóstico que mapeou, inicialmente, 16 comunidades de três estados do Nordeste brasileiro. O estudo utilizou como critérios as quatro dimensões de segurança hídrica previstas no Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), da Agência Nacional de Águas (ANA): humana, econômica, ecossistêmica e de resiliência. As comunidades do Amarelão, Santa Terezinha e Serrote de São Bento, pertencentes ao município de João Câmara, foram as que apresentaram os mais baixos índices de acesso à água entre os territórios mapeados. Antes do projeto, as comunidades eram atendidas por uma planta de dessalinização instalada nos anos 1990 em Serrote de São Bento. Além da distância, que dificultava o acesso, a quantidade de água era insuficiente para abastecer todos os moradores. A população local também utilizava água de cisternas, poços e açudes e fornecida, de forma emergencial, por caminhões-pipa. Outros critérios considerados para a seleção foram o histórico de luta nos três territórios pelo acesso digno à água, a forte liderança feminina nas associações comunitárias, a organização dessas associações e a estrutura de educação e saúde disponíveis, favorecendo a permanência dos moradores nas localidades.
Além da planta de dessalinização, que fica em Serrote de São Bento e transforma a água salobra em água potável de qualidade, o projeto previu a instalação de três chafarizes de fácil acesso, um em cada comunidade. Os 80 mil litros de água produzidos por dia seguem por uma rede adutora e chegam até os chafarizes, que abastecem de forma contínua aproximadamente três mil pessoas – cerca de 1.400 pessoas vivem em Amarelão, 1.300 em Santa Terezinha e 400 em Serrote de São Bento. O projeto melhorou as condições de saúde dos beneficiados, uma vez que diversas doenças estão relacionadas ao consumo de água imprópria ou de alimentos preparados com água contaminada, como disenteria, cólera e parasitoses intestinais, e trouxe mais qualidade de vida e bem-estar para as crianças, adultos e idosos dos territórios, que não precisam mais percorrer longos trajetos para conseguir água. Proporcionou, ainda, dignidade a essas pessoas, garantindo o acesso a este que é considerado um direito humano pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2010. No Brasil, está em tramitação no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para alterar o artigo 5º da Constituição Federal e incorporar o acesso à água potável como um direito e garantia fundamental. A iniciativa ainda aumenta a resiliência climática das três comunidades, que, localizadas no semiárido brasileiro, podem ser atingidas por eventos extremos decorrentes do aquecimento global, como períodos severos de seca e de escassez hídrica, que são cada vez mais recorrentes.
O empoderamento dos cidadãos e o fortalecimento do conceito de gestão participativa são outros impactos positivos, já que são os representantes das comunidades, em conjunto com o governo estadual, que gerenciam a retirada regular de água nos chafarizes pelas famílias. Também é importante ressaltar que os profissionais que hoje atuam na operação e gestão do sistema são membros das respectivas comunidades, capacitados pela CPFL e seus parceiros ainda durante a implementação do projeto. As comunidades também foram conscientizadas sobre o adequado manuseio e uso da água por meio de palestras e da divulgação de informativos.
A iniciativa ainda é sustentável do ponto de vista ambiental. Além de estar localizada em uma área antropizada, não tendo sido necessária a supressão de vegetação nativa para a sua implementação, mantendo as árvores existentes no local, a planta de dessalinização é abastecida por energia limpa proveniente do conjunto de placas fotovoltaicas ali implementado. Dessa forma, seu funcionamento não gera nenhuma emissão de gases de efeito estufa (GEE) à atmosfera. O sistema fotovoltaico tem capacidade instalada de 50 KWp e a energia excedente é injetada na rede e gera créditos à planta de dessalinização.
Ressalta-se, por fim, o baixo custo de manutenção do empreendimento, o que o torna extremamente eficiente também do ponto de vista econômico.
Após assegurar a segurança hídrica aos três mil moradores dos territórios com o sistema de dessalinização e em linha com seu compromisso de gerar valor compartilhado com a sociedade e colaborar para a transformação das comunidades vizinhas às suas operações, a CPFL também lançou, em 2023, um programa para impulsionar a empregabilidade e a geração de renda. Trata-se da iniciativa batizada de Escola Piloto, realizada em parceria com o Senai, que ofereceu o curso profissionalizante de auxiliar de Manutenção Eólica para 19 moradores das comunidades do Amarelão, Santa Terezinha e Serrote de São Bento, dos quais nove eram mulheres. Com carga horária total de 480 horas, o curso foi dividido entre aulas teóricas e práticas – essas últimas ministradas em uma carreta do Senai adaptada como laboratório. O conteúdo programático, desenvolvido pela CPFL e o Senai, incluiu os módulos: eletricista industrial; introdução a sistemas de energias renováveis; medição anemométrica para energia eólica; sistemas elétricos aplicados a parques eólicos; e tecnologia em aerogeradores. Os participantes concluíram a formação em maio de 2024 e hoje estão qualificados para atuar nas diferentes empresas do setor eólico presentes na região de João Câmara, entre elas a CPFL Renováveis.
Vale destacar também que, durante a implementação da planta de dessalinização, entre agosto de 2022 e janeiro de 2023, a empresa terceirizada responsável contratou diversos profissionais locais para atuarem nas obras.
Por meio do Instituto CPFL, em 2024 a companhia implementou o programa CPFL Jovem Geração nas três comunidades indígenas, composto por três iniciativas de impacto com foco em crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O projeto Energia Sonora, de educação musical, está ensinando jovens a tocar instrumentos de percussão e teclado, enquanto o Fábrica de Atletas oferece aulas de futebol para meninos e meninas de 6 a 17 anos. A expectativa é beneficiar cerca de 300 jovens no Energia Sonora e 400 crianças e jovens no Fábrica de Atletas. As atividades são realizadas sempre no contraturno escolar e, para participar, é preciso estar regularmente matriculado na rede pública de ensino. A terceira iniciativa é a Carreta Literária, uma biblioteca e brinquedoteca itinerantes que conta com um acervo de 500 livros e 60 brinquedos. A carreta chegou em maio de 2024 ao município de João Câmara e deve visitar 20 escolas municipais, incluindo as existentes nos territórios do Amarelão, Santa Terezinha e Serrote de São Bento. Além dos benefícios para a saúde e o bem-estar, os projetos impactam positivamente o desempenho escolar das crianças e jovens, o que pode ajudar a reduzir as taxas de abandono escolar.

Gestão da Prática Relatada:

A State Grid investiu R$ 8 milhões no equipamento de dessalinização e na instalação da planta em Serrote de São Bento. O projeto foi gerenciado e coordenado pela CPFL, especificamente pelas equipes das diretorias de Sustentabilidade e Meio Ambiente, de Engenharia e da CPFL Renováveis, que contaram com o suporte sob demanda de diferentes áreas, como os departamentos de Operações e de Relações Institucionais. O projeto também foi acompanhado pela alta liderança executiva da CPFL e da State Grid e pelo Comitê de Estratégia, Crescimento, Inovação e ESG da CPFL, que assessora o Conselho de Administração.
Após a conclusão do diagnóstico para escolher as comunidades que seriam beneficiadas com água potável de qualidade, foi firmado um termo de cooperação entre a State Grid e a CPFL e o Governo do Rio Grande do Norte, o que possibilitou o trabalho em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do estado. Com o apoio adicional da Prefeitura Municipal de João Câmara, houve também uma etapa de apresentação e validação do projeto com as associações comunitárias locais. As obras tiveram início em agosto de 2022 e, até que fossem concluídas, ocorreram reuniões periódicas com os líderes comunitários para a prestação de contas sobre o andamento do projeto.
Com a definição do local que receberia a planta de dessalinização, uma empresa terceirizada foi contratada para executar o projeto, ficando responsável pela instalação do dessalinizador, que foi importado da China, e pela construção da estrutura complementar: os tanques de armazenamento de água bruta, água tratada e de rejeitos, a rede adutora, os chafarizes nas comunidades e o sistema fotovoltaico que garante energia à planta. Antes do sistema entrar em operação, foi realizada uma rigorosa etapa de testes e comissionamento para averiguar a conformidade de todos os equipamentos e sistemas como previsto no projeto.
Desde fevereiro de 2023, quando houve a inauguração oficial, o sistema de dessalinização é gerenciado pelo governo estadual em cooperação com as comunidades. A parceria firmada prevê que a CPFL e o prestador de serviço responsável pela obra apoiem as comunidades caso seja necessário realizar alguma manutenção.

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

Em fevereiro de 2023, foi realizada a cerimônia de inauguração da planta de dessalinização e de transferência de sua operação para o governo do estado, que estabeleceu um modelo participativo para a gestão do sistema, envolvendo ativamente as três comunidades beneficiadas. Essa sempre foi a intenção da State Grid e da CPFL: apoiar as localidades com a aquisição do dessalinizador e com a construção da estrutura complementar da planta e entregar essa importante infraestrutura como um legado das duas empresas à população das comunidades do Amarelão, Santa Terezinha e Serrote de São Bento.
A CPFL também decidiu continuar apoiando os três povoados para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico local. Lançou, em parceria com o Senai, o curso profissionalizante em Manutenção de Complexos Eólicos, que capacitou 19 pessoas (nove mulheres). Por meio do Instituto CPFL, a companhia também implementou o programa CPFL Jovem Geração e está oferecendo aulas de música e atividades esportivas no contraturno escolar, além de disponibilizar livros e brinquedos na biblioteca e brinquedoteca itinerantes do projeto Carreta Literária, beneficiando centenas de crianças e jovens das localidades.
A transformação que o dessalinizador produziu na vida dos moradores das três comunidades e a efetividade do projeto de instalação da planta, que não sofreu atrasos ou enfrentou qualquer desafio não mapeado, abrem a possibilidade de replicação futura da iniciativa em outras localidades do Nordeste brasileiro que sofrem com a escassez hídrica.