Ano: 2024

Parcerias Estratégicas alavancam o compromisso da Suzano em contribuir com a Redução da Pobreza

SUZANO S.A.

Categoria: Processos

Aspectos Gerais da Prática:

Uma startup de 100 anos. Essa é a Suzano, uma empresa centenária que, com espírito inovador e empreendedor, une a inovação à sustentabilidade para oferecer à sociedade bioprodutos desenvolvidos a partir de árvores de eucalipto plantadas e cultivadas de maneira responsável. Nossos clientes estão localizados em mais de 100 países. Nossos produtos fazem parte do dia a dia de mais de 2 bilhões de pessoas e incluem celulose, papéis para imprimir e escrever, para embalagens, copos e canudos, papéis sanitários e produtos absorventes, além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender à demanda global.

Pela natureza de nosso negócio, que depende diretamente do meio ambiente e do bom relacionamento com as comunidades nos locais em que atuamos, a sustentabilidade é tema primordial para nós. Ela é parte integrante da nossa estratégia de negócio e está na essência dos nossos Direcionadores de Cultura, que traduzem nosso jeito de ser e maneira de trabalhar. Acreditamos que o que fazemos só é bom para nós se for bom para o mundo. E para construirmos um mundo mais justo e sustentável, é preciso protagonismo e atitudes transformadoras implementadas de forma sistêmica, a partir de um processo amplo de colaboração, envolvendo toda a sociedade, e tendo como base o diálogo transparente e a formação de parcerias de valor.

A sustentabilidade se materializa progressivamente em todas as nossas entregas, processos e relacionamentos tendo como norte o nosso propósito Renovar a Vida a partir da Árvore. Essa renovação deve acontecer em todos os aspectos do negócio: nos nossos processos, produtos, serviços, relacionamentos e na proposição de soluções que enderecem problemas latentes para o planeta e a sociedade. Assim, em 2020, a companhia divulgou seus Compromissos para Renovar a Vida (CPRVs) – ambiciosas metas de longo prazo que devem ser executadas até 2030 e que estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). São 15 Compromissos ligados ao combate à crise climática, oferta de produtos renováveis, redução da pobreza, conservação da biodiversidade, dentre outros.

É preciso renovar nossa forma de consumir e de viver, tendo a consciência de que tudo está em evolução e que não há mais espaço para fazermos “ou” isso “ou” aquilo. Estamos vivendo o mundo do “e”, comprometidos com essa transformação, que exige cuidado com o planeta e cuidado com as pessoas. Essa intersecção é indissociável e está presente em todas as iniciativas que a Suzano realiza, trazendo uma visão holística para as soluções implementadas e com a clareza de que tudo será feito por meio da construção conjunta com outras organizações, governos, entidades da sociedade civil e com as pessoas, para que seja possível gerar e compartilhar valor e transformar comportamentos.

Como uma companhia brasileira, entendemos a complexidade da realidade do País, que, infelizmente, se destaca como um dos mais desiguais do mundo, apesar de estar entre as 15 maiores economias globais. Segundo a síntese dos indicadores sociais realizada em 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com renda domiciliar per capita de até 637,00, ou seja, consideradas na linha da pobreza na referência do Banco Mundial, é de 67,8 milhões de brasileiros.
A redução da pobreza, em sua multidimensionalidade, envolve as questões monetária, de insegurança alimentar, a falta de acesso a serviços de saúde e saneamento básico e a falta de acesso à educação de qualidade. Nesse sentindo, é um desafio crônico e essencial para o desenvolvimento sustentável do Brasil. A Suzano está comprometida e quer ajudar na evolução do país, criando oportunidades de geração de renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Para tanto, definimos o seguinte Compromisso: até 2030, queremos contribuir com a retirada 200 mil pessoas da linha da pobreza nas nossas áreas de atuação.

A companhia quer ser parte da solução, não só no apoio ao desenvolvimento econômico, mas também na promoção da transformação social nos mais de 220 municípios brasileiros em que está presente e nos quais há cerca de 3,3 milhões de pessoas que vivem em situação de pobreza. Nesse contexto, nossa estratégia social desempenha papel-chave, com o fomento a diferentes abordagens de desenvolvimento local que buscam combater a pobreza, promover a educação de qualidade e manter um bom relacionamento e diálogo permanente com as comunidades vizinhas.

Nosso investimento social é instrumento estratégico para gerar e compartilhar valor com nas regiões em que atuamos, garantindo o envolvimento com as partes interessadas. Três anos após a definição dos 15 CPRVs, e com destaque para aquele focado na retirada das pessoas da pobreza, reunimos importantes aprendizados e alcançamos resultados expressivos que mostram que estamos trilhando o caminho certo. Ao mesmo tempo, pelo tamanho do desafio, entendemos que só será possível avançar de forma escalável e com medidas perenes se forem construídas parcerias de valor com agentes públicos, organizações da sociedade civil, representantes da nossa cadeia de valor, clientes e fornecedores, e pessoas das comunidades onde atuamos. Acreditamos no poder de parcerias para fomentar a disseminação de práticas transformacionais. Esse é, inclusive, um dos ODS da ONU: 17 – Parcerias e Meios de Implementação.

Por isso, em 2023, a Suzano se estruturou para construir parcerias estratégicas com o objetivo de escalar o impacto dos projetos que contribuam diretamente para a retirada de pessoas da linha de pobreza. Assim, o case que apresentamos relata como se deu a implantação da nova estrutura dedicada para a construção dessas parcerias, os processos que foram estabelecidos e as novas práticas adotadas, além dos avanços dessa nova forma de atuar em 2023 e nos primeiros meses de 2024, e o que estar por vir num futuro próximo.

Relevância para o Negócio:

A sustentabilidade é inerente ao negócio da Suzano, que tem sua base nas fazendas de eucalipto plantados e responsavelmente manejados, e está intimamente ligada à estratégia do negócio e presente no Planejamento Estratégico de longo prazo, definido em 2020.

O nosso Planejamento Estratégico é composto por três níveis, que contemplam a Visão de Longo Prazo, as Ambições e as Batalhas de Médio Prazo. No primeiro nível, nossa Visão considera um horizonte de 10 a 15 anos e é composta por três pilares:
• Continuar a ser referência do setor em eficiência, rentabilidade e sustentabilidade, da floresta ao cliente;
• Ser agente transformador na expansão em novos mercados para a nossa biomassa;
• Ser referência em soluções sustentáveis e inovadoras para bioeconomia e serviços ambientais, a partir da árvore cultivada.

Com base na Visão, foram definidas cinco principais Ambições (Avenidas Estratégicas), que orientam o nosso caminho nos próximos cinco anos e contemplam o segundo nível da estratégia:
• Ser best-in-class na visão de custo total de celulose;
• Manter a relevância em celulose via bons projetos;
• Avançar nos elos da cadeia, sempre com vantagem competitiva;
• Ser arrojada na expansão em novos mercados;
• Ser protagonista em sustentabilidade.

Além disso, a Suzano realizou sua pesquisa de materialidade, que é um processo de avaliação dos aspectos mais relevantes para o negócio, sob a perspectiva das diferentes partes interessadas, com ênfase na análise dos impactos de cada tema. Dentre os oito temas materiais acompanhados pela empresa está o Desenvolvimento Territorial.

Sabemos que as empresas proporcionam inúmeros benefícios à sociedade, seja na forma de empregos, demanda por bens e serviços que ativem a economia local, pagamento de impostos, que culminam em um processo de valor compartilhado. Por outro lado, a proximidade das atividades produtivas com as comunidades pode gerar exposição a riscos, comprometimento da malha viária, incômodo causado por poeira, ruído ou odor, danos a bens públicos, a patrimônio privado, às operações e à reputação. Conscientes dos desafios socioeconômicos, ambientais e institucionais nos locais em que atuamos, desenvolvemos a estratégia de relacionamento (apresentada a seguir), que considera nosso impacto operacional, institucional, ambiental e social.

Essa é a conexão da sustentabilidade com a estratégia de negócio que deu origem aos 15 CPRVs e que aqui vamos destacar a meta de contribuir para a retirada de 200 mil pessoas da linha da pobreza até 2030 e as parcerias estratégicas estabelecidas para alavancar o impacto e os resultados desse objetivo.

O ponto de partida para avançarmos nesse Compromisso é a estratégia social da Suzano, que possui três principais pilares de atuação:
• Relacionamento com as comunidades: para manter um relacionamento transparente e respeitoso com todos os públicos presentes nos locais em que atuamos, implementamos processos estruturados de diálogo, com foco na geração de valor para todas as partes envolvidas, sempre respeitando a cultura e os saberes locais.
• Impulsionamento da educação: pobreza e educação estão diretamente conectadas. Portanto, acreditamos que é preciso criar condições necessárias para que essas pessoas possam estudar e fazemos isso pelo Programa Suzano de Educação (PSE), que impacta a vida de estudantes, docentes, entre outras pessoas envolvidas no sistema educacional.
• Redução da pobreza: nossa estratégia está pautada no investimento em soluções escaláveis, na construção de parcerias por meio de redes, arranjos territoriais e coalizações e nas oportunidades do nosso negócio contribuir para a redução da pobreza a partir da nossa Cadeia de Valor. Os projetos estão dentro de seis avenidas:
• Extrativismo sustentável
• Reciclagem inclusiva
• Empreendedorismo
• Redes de abastecimento territorial
• Acesso a emprego
• Cadeia de Valor Suzano

Estamos em mais de 220 municípios brasileiros que possuem diferentes complexidades em termos de infraestrutura e estão localizados em regiões bem diversas, presentes nos biomas Amazônico, Cerrado e Mata Atlântica.

Esse complexo cenário traz desafios para o negócio e a responsabilidade de transformar positivamente as regiões onde a Suzano está, porque acreditamos que não é possível que as nossas operações prosperem em locais nos quais nossos vizinhos passam por dificuldades. É por isso que olhamos para cada território, considerando todas as dimensões do desenvolvimento humano e os desafios socioeconômicos, ambientais e institucionais além de entender que a pobreza é multidimensional, ou seja, ela afeta as esferas da renda, saúde e educação na vida das pessoas. A partir dessa visão, desenvolvemos uma estratégia, com abordagem sistêmica e calcada no desenvolvimento de parcerias estratégicas com outros atores sociais relevantes localmente para construir soluções com impacto direto na redução da pobreza e que possam ser replicadas em diferentes regiões brasileiras.

Acompanhando a evolução do Compromisso
O acompanhamento da evolução dos 15 CPRVs é realizado com muito critério e transparência pela Suzano.
Atualmente, temos o portal digital Finance Tech ESG, lançado em 2022, que possibilita que a alta administração acesse os indicadores relacionados aos CPRVs de acordo com a periodicidade de apuração (trimestral, semestral ou anual). Além disso, estruturamos, em 2023, uma Gerência Funcional de Dados e Indicadores de Sustentabilidade para fortalecer a governança e dar mais agilidade ao processo de coleta, armazenamento e reporte de indicadores.
Contamos ainda com a Central de Sustentabilidade Suzano, que é um hub de informações não financeiras, no qual apresentamos um amplo conjunto de indicadores.

Reconhecimento em sustentabilidade
As práticas da Suzano são avaliadas por índices e ratings de sustentabilidade. Os ratings analisam o risco e/ou impacto de sustentabilidade da companhia, atribuindo pontos de acordo com o desempenho e exposição ao risco, com base em informações públicas. Os investidores acessam essas informações como suporte para a sua tomada de decisão no momento de alocar seus investimentos. Já os índices permitem quantificar o desempenho de sustentabilidade de uma empresa, contribuindo para a melhoria contínua das operações.

Em 2023, continuamos a evolução nos índices e ratings ESG, com destaque para:
• Selo Platinum no EcoVadis Sustainability Rating 2023, que mensura a qualidade do processo de gestão de Responsabilidade Social Empresarial de companhias em todo o mundo. Nossa nota foi 78, o que nos classificou entre 1% das empresas mais bem-avaliadas.
• Revisão anual da Sustainalytics, que nos manteve na categoria de baixo risco, a melhor possível, e ficamos entre as empresas mais bem-avaliadas do setor.
• Presença no Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 para o ciclo 2024 e classificação em terceiro lugar do setor no Dow Jones Sustainability Index.

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

Ao assumir o Compromisso de contribuir para a retirada de 200 mil pessoas da linha da pobreza, a Suzano tinha a consciência de que era preciso rever seus programas de geração de renda, os indicadores e as metodologias adotadas até em então e a forma como era definidas as parcerias, pois não é possível avançar em um objetivo tão complexo agindo sozinho. Era preciso estabelecer parcerias que ampliassem o impacto e a abrangência dos resultados, impulsionando o desenvolvimento social ao mesmo tempo em que são respeitadas as especificidades locais.

Assim, a Suzano se estruturou para construir essas parceiras e, em 2023, foi definida uma equipe dedicada exclusivamente ao tema. Foram estabelecidas práticas para o mapeamento de possíveis parceiros, critérios para priorização das parcerias, meios de formalização e monitoramento. Os parceiros passaram a ser classificados como:
• Implementadores, responsáveis pela execução e implementação dos projetos nos territórios;
• Financiadores, para a alavancagem de recursos complementares a esses projetos.

Atuando dessa forma, a empresa utiliza sua capacidade de engajamento e articulação com atores diversos para contribuir com o avanço de agendas de interesse coletivo, em escala nacional e internacional, alavancando recursos e ampliando seu impacto positivo.

Detalhamos abaixo a nossa estratégia de parcerias.

1. Mapeamento e priorização de parceiros: é definida anualmente uma meta de volume de recursos a serem alavancados por meio de parcerias e uma meta para o número
de parcerias estabelecidas por território. A priorização dos parceiros se dá pelo potencial de sinergia a partir da análise dos seguintes critérios: i) territórios de atuação, ii)
linhas temáticas (avenidas) de atuação, iii) objetivos do investimento (geração de renda com foco em público abaixo da linha da pobreza), iv) histórico do investimento
social privado, v) reputação. As etapas são:
a. Construção da matriz de mapeamento e priorização de parceiros
b. Mapeamento de parceiros implementadores, com base nos seguintes critérios: qualidade do parceiro e do projeto, potencial de alcance das metas comuns
(institucionais/corporativas), reputação.
c. Mapeamento de parceiros financiadores com base nos seguintes critérios: alinhamento de estratégias e valores, potencial de alcance das metas comuns
(institucionais/corporativas), reputação.

2. Engajamento e construção de projetos
a. Externo (públicos externos à empresa): apresentação institucional, verificação de sinergias, assinatura de contrato de confidencialidade, construção da proposta,
detalhamento do projeto e validação final.
b. Interno: engajamento das áreas de negócio para a construção de parcerias com clientes e fornecedores com maior potencial de adesão à estratégia.

3. Formalização e divulgação das parcerias
a. Construção e validação dos instrumentos para formalização.
b. Evento de assinatura e comunicação da parceria.

4. Início do projeto
a. Definição de cronograma e etapas com marcos relevantes para a evolução do projeto.

5. Monitoramento
a. Acompanhamento da execução junto ao implementador: realização de reuniões periódicas com o ponto focal da equipe de projetos da Suzano, a depender da
necessidade do projeto, podendo ser semanais até trimestrais, de maneira presencial ou virtual.
b. Recebimento dos relatórios e prestação de contas: ocorre a cada 3 e/ou 6 meses, de acordo com o cronograma de desembolsos que estão atrelados ao envio dos
relatórios.
c. Diálogo permanente com o parceiro financiador: acontece de acordo com a necessidade e perfil do projeto e do financiador.

6. Avaliação dos resultados de forma conjunta
a. Avaliação da metodologia e correção de rumos.
b. Avaliação dos resultados de alcance do compromisso.

Mais informações no item 6 – Envolvimento da Liderança e Gestão da Prática Relatada.

Inclusão Produtiva
Para ter um processo de seleção transparente e objetivo, adotamos diversos critérios, como a escolha de municípios com alta vulnerabilidade social, prevalência da agricultura familiar, territórios ricos em biodiversidade, potencial para o ecoturismo, presença de comunidades tradicionais e baixa capacidade de investimento público, entre outros. Em conjunto com organizações da sociedade civil e demais atores dessas localidades, criamos programas de geração de renda e buscamos influenciar processos e políticas públicas, fortalecendo negócios locais sustentáveis que fazem parte da cultura de cada região.

Sustentabilidade na Cadeia de Valor
A partir da prática sistêmica da sustentabilidade nas áreas de negócio da Suzano, atrelamos o componente social (vulnerabilidade social) à contratação de novos colaboradores próprios e prestadores de serviço. Trata-se do programa Cadeia de Valor Suzano, cujo resultado em 2023 contribuiu para alavancar o avanço do Compromisso para a retirada de pessoas da linha da pobreza, como será apresentado no item 5 – Resultados Sociais e Ambientais obtidos com a Prática.

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

Uma startup de 100 anos. Essa é a Suzano, uma empresa centenária que, com espírito inovador e empreendedor, une a inovação à sustentabilidade para oferecer à sociedade bioprodutos desenvolvidos a partir de árvores de eucalipto plantadas e cultivadas de maneira responsável. Nossos clientes estão localizados em mais de 100 países. Nossos produtos fazem parte do dia a dia de mais de 2 bilhões de pessoas e incluem celulose, papéis para imprimir e escrever, para embalagens, copos e canudos, papéis sanitários e produtos absorventes, além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender à demanda global.

Pela natureza de nosso negócio, que depende diretamente do meio ambiente e do bom relacionamento com as comunidades nos locais em que atuamos, a sustentabilidade é tema primordial para nós. Ela é parte integrante da nossa estratégia de negócio e está na essência dos nossos Direcionadores de Cultura, que traduzem nosso jeito de ser e maneira de trabalhar. Acreditamos que o que fazemos só é bom para nós se for bom para o mundo. E para construirmos um mundo mais justo e sustentável, é preciso protagonismo e atitudes transformadoras implementadas de forma sistêmica, a partir de um processo amplo de colaboração, envolvendo toda a sociedade, e tendo como base o diálogo transparente e a formação de parcerias de valor.

A sustentabilidade se materializa progressivamente em todas as nossas entregas, processos e relacionamentos tendo como norte o nosso propósito Renovar a Vida a partir da Árvore. Essa renovação deve acontecer em todos os aspectos do negócio: nos nossos processos, produtos, serviços, relacionamentos e na proposição de soluções que enderecem problemas latentes para o planeta e a sociedade. Assim, em 2020, a companhia divulgou seus Compromissos para Renovar a Vida (CPRVs) – ambiciosas metas de longo prazo que devem ser executadas até 2030 e que estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). São 15 Compromissos ligados ao combate à crise climática, oferta de produtos renováveis, redução da pobreza, conservação da biodiversidade, dentre outros.

É preciso renovar nossa forma de consumir e de viver, tendo a consciência de que tudo está em evolução e que não há mais espaço para fazermos “ou” isso “ou” aquilo. Estamos vivendo o mundo do “e”, comprometidos com essa transformação, que exige cuidado com o planeta e cuidado com as pessoas. Essa intersecção é indissociável e está presente em todas as iniciativas que a Suzano realiza, trazendo uma visão holística para as soluções implementadas e com a clareza de que tudo será feito por meio da construção conjunta com outras organizações, governos, entidades da sociedade civil e com as pessoas, para que seja possível gerar e compartilhar valor e transformar comportamentos.

Como uma companhia brasileira, entendemos a complexidade da realidade do País, que, infelizmente, se destaca como um dos mais desiguais do mundo, apesar de estar entre as 15 maiores economias globais. Segundo a síntese dos indicadores sociais realizada em 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com renda domiciliar per capita de até 637,00, ou seja, consideradas na linha da pobreza na referência do Banco Mundial, é de 67,8 milhões de brasileiros.
A redução da pobreza, em sua multidimensionalidade, envolve as questões monetária, de insegurança alimentar, a falta de acesso a serviços de saúde e saneamento básico e a falta de acesso à educação de qualidade. Nesse sentindo, é um desafio crônico e essencial para o desenvolvimento sustentável do Brasil. A Suzano está comprometida e quer ajudar na evolução do país, criando oportunidades de geração de renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Para tanto, definimos o seguinte Compromisso: até 2030, queremos contribuir com a retirada 200 mil pessoas da linha da pobreza nas nossas áreas de atuação.

A companhia quer ser parte da solução, não só no apoio ao desenvolvimento econômico, mas também na promoção da transformação social nos mais de 220 municípios brasileiros em que está presente e nos quais há cerca de 3,3 milhões de pessoas que vivem em situação de pobreza. Nesse contexto, nossa estratégia social desempenha papel-chave, com o fomento a diferentes abordagens de desenvolvimento local que buscam combater a pobreza, promover a educação de qualidade e manter um bom relacionamento e diálogo permanente com as comunidades vizinhas.

Nosso investimento social é instrumento estratégico para gerar e compartilhar valor com nas regiões em que atuamos, garantindo o envolvimento com as partes interessadas. Três anos após a definição dos 15 CPRVs, e com destaque para aquele focado na retirada das pessoas da pobreza, reunimos importantes aprendizados e alcançamos resultados expressivos que mostram que estamos trilhando o caminho certo. Ao mesmo tempo, pelo tamanho do desafio, entendemos que só será possível avançar de forma escalável e com medidas perenes se forem construídas parcerias de valor com agentes públicos, organizações da sociedade civil, representantes da nossa cadeia de valor, clientes e fornecedores, e pessoas das comunidades onde atuamos. Acreditamos no poder de parcerias para fomentar a disseminação de práticas transformacionais. Esse é, inclusive, um dos ODS da ONU: 17 – Parcerias e Meios de Implementação.

Por isso, em 2023, a Suzano se estruturou para construir parcerias estratégicas com o objetivo de escalar o impacto dos projetos que contribuam diretamente para a retirada de pessoas da linha de pobreza. Assim, o case que apresentamos relata como se deu a implantação da nova estrutura dedicada para a construção dessas parcerias, os processos que foram estabelecidos e as novas práticas adotadas, além dos avanços dessa nova forma de atuar em 2023 e nos primeiros meses de 2024, e o que estar por vir num futuro próximo.

Resultados Sociais e Ambientais Obtidos com a Prática:

Nossa estratégia social inclui o fomento a diferentes visões de desenvolvimento local. Acreditamos que a Suzano que é a partir do estabelecimento de alianças com parceiros de diferentes setores da sociedade que vamos, de forma conjunta, construir as soluções necessárias para ampliar as oportunidades nas comunidades em que atuamos. A transformação de um território é um desafio complexo e não é possível fazer isso sozinho.

Avaliamos as necessidades das comunidades locais por meio de processos de engajamento baseados em diálogos estruturados nos quais são definidas metas de curto e longo prazo e ações e as responsabilidades das partes envolvidas.

Em 2023, destinamos R$ 49,3 milhões para iniciativas sociais e impactamos positivamente municípios em nove estados: Bahia (BA), Ceará (CE), Espírito Santo (ES), Maranhão (MA), Mato Grosso do Sul (MS), Minas Gerais (MG), Pará (PA), São Paulo (SP) e Tocantins (TO).

De 2021 para 2023, o investimento em projetos sociais aumentou 36% e foi nosso maior volume histórico de recursos destinados às nossas agendas sociais prioritárias.

Em relação às parcerias estratégicas, formalizamos:
• R$ 40,9 milhões em alavancagem de parceiros para o biênio 2023-2025;
• 73 projetos
•Regional MA, PA e TO: 33 projetos com diversos parceiros implementadores, 7 parceiros cofinanciadores principais (Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento
Internacional – Usaid, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Fundação Banco do Brasil – FBB, Fundo Brasileiro para Biodiversidade – Funbio,
Instituto Coca-Cola Brasil – ICCB, Parceiros pela Amazônia – PPA e Sofidel), nas avenidas de atuação Acesso a Emprego, Empreendedorismo, Reciclagem Inclusiva, Redes de Abastecimento;
•Regional BA, MG e ES: 17 projetos com diversos parceiros implementadores, 2 parceiros cofinanciadores principais (FBB e ICBB), nas avenidas de atuação Acesso a Emprego, Empreendedorismo, Extrativismo Sustentável, Reciclagem Inclusiva, Redes de Abastecimento;
•Regional MS: 15 projetos com diversos parceiros implementadores, 2 parceiros cofinanciadores principais (Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e ICCB), nas avenidas de atuação Acesso a Emprego, Empreendedorismo, Reciclagem Inclusiva, Redes de Abastecimento;
•Regional SP: 8 projetos com diversos parceiros implementadores, 2 parceiros cofinanciadores principais (ICCB e Sebrae), nas avenidas de atuação Acesso a Emprego, Empreendedorismo, Reciclagem Inclusiva, Redes de Abastecimento.
• Mais de 120 municípios
• 48% do investimento de projetos em parcerias aconteceu no bioma Amazônico visando a retirada de pessoas da pobreza e a conservação da biodiversidade.

Apresentamos abaixo algumas das parcerias estratégicas estabelecidas em 2023.

Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB): nos unimos ao ICCB em um projeto para capacitar 70 mil jovens em vulnerabilidade social e empregar pelo menos 15 mil deles até 2025, que poderão ocupar vagas em uma das duas companhias ou em alguma das nossas empresas parceiras. As capacitações se darão por meio da Plataforma Coletivo Jovem e acontecerão nos estados de CE, MA, MS, PA e SP. Nosso investimento inicial previsto, de R$ 4 milhões ao longo de dois anos, se somará aos R$ 25 milhões previstos pelo ICCB.

Sofidel: junto à empresa italiana Sofidel, líder mundial na produção de lenços de papel, iniciamos o projeto Juntos, nós plantamos o futuro – Desenvolvendo corredores de biodiversidade para um futuro mais sustentável. Com três anos de duração, o projeto-piloto promoverá a conservação da biodiversidade e a restauração ecológica, apoiando o desenvolvimento socioeconômico da Amazônia no Brasil. A iniciativa tem o apoio do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e da Amazônia Onlus, organização italiana sem fins lucrativos que luta pela defesa da floresta e da população da região. O projeto contribuirá para a formação de um corredor ecológico 1.900 km2, que se estende entre os estados do MA e PA, ao mesmo tempo em que fortalece os modelos de negócios sustentáveis em 13 comunidades, contribuindo para retirar 1.400 pessoas da situação de pobreza.

Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): com o BNDES, anunciamos um investimento de R$ 2 milhões em iniciativa de inclusão produtiva para geração de renda na região do Bico do Papagaio (TO). O projeto Conexões Transformadoras: inclusão produtiva para a geração de renda será implementado pelo Instituto Meio. O objetivo é fomentar setores prioritários na região. Serão 800 pessoas beneficiadas diretamente e mais de 4.000 pessoas no total, entre beneficiários diretos e indiretos, com o apoio a projetos de grupos produtivos organizados, agricultura familiar, extrativistas e comunidades tradicionais.

Sebrae-SP: mais de 2,5 mil empreendedores em situação de vulnerabilidade social passarão por qualificação profissional até o final de 2024, em uma ação conjunta chamada Projeto Semente. O investimento é de R$ 7,7 milhões. Em 2023, as ações alcançaram 69 municípios e contribuíram para retirar 1.383 pessoas da pobreza.

Fundação Banco do Brasil (FBB): em parceria com a FBB e implementação realizada pelo Centro de Desenvolvimento do Agronegócio – Cedagro, está sendo conduzida uma iniciativa para impulsionar a cadeia produtiva da mandioca, tradicionalmente cultivada e comercializada no norte do ES e extremo sul da BA. O projeto vai atuar nas lacunas dessa cadeia, com assistência técnica aos agricultores, a fim de estabelecer processos de produção que garantam regularidade, volume e qualidade aos derivados da mandioca, estruturação de farinheiras para o beneficiamento, entendimento e inserção da produção no mercado local e regional. O investimento será de R$ 2,6 milhões e beneficiará diretamente seis municípios, totalizando 628 famílias de pequenos produtores rurais, quilombolas, indígenas, jovens e mulheres.

Sistema S: foram negociados três projetos em parceria com organizações do Sistema S no MS para início em 2024, sendo um com o SENAI, para capacitar 2.390 pessoas e contribuir para que 1.434 delas deixem a pobreza um com o SEBRAE, para despertar o potencial empreendedor e buscar a inserção de pessoas em situação de vulnerabilidade no mercado nos municípios de Aparecida do Taboado e Bataguassu; e um com o SENAR, com foco no desenvolvimento de comunidades rurais, a partir do incentivo à implantação e desenvolvimento da bovinocultura de leite e hortifruti na região de Ribas do Rio Pardo.

De forma consolidada, em 2023, conseguimos contribuir com a retirada de 22.250 pessoas da linha de pobreza em nossas áreas de atuação no Brasil, o que representa um aumento de 21,3% em relação a 2022 (resultado de 18,3 mil pessoas). As contratações por meio da Cadeia de Valor da Suzano tiveram grande impacto nos resultados, com 4.760 pessoas retiradas da pobreza. Superamos em 33,4% a meta proposta para 2023, alcançando mais de 51 mil pessoas retiradas da pobreza, o que representa um quarto da meta até 2030.

Gestão da Prática Relatada:

A sustentabilidade é um tema integrado à estratégia de negócio da Suzano. Por isso, ele é tratado de forma transversal pelas áreas de negócio e alcança nosso mais alto nível hierárquico. O Conselho de Administração é assessorado por um Comitê de Sustentabilidade, a quem compete questões ligadas ao nosso posicionamento estratégico, indicando riscos e oportunidades associados a questões socioambientais que possam ter impacto relevante nos negócios; e analisar e fazer recomendações sobre os objetivos de longo prazo, acompanhando o nosso desempenho e a qualidade do relacionamento com os diferentes stakeholders. O Comitê tem nove membros, sendo seis independentes.

Estamos evoluindo em nossa jornada para uma cultura de sustentabilidade baseada em dados para a tomada de decisão. Atualmente, o portal digital Finance
Tech ESG permite o acompanhamento pela alta administração dos indicadores relacionados aos CPRVs, conforme relatado no item 2 – Relevância para o Negócio, deste case.

Alinhamento pelos resultados
O envolvimento da liderança da companhia com os CPRVs, incluindo a meta de redução da pobreza, está amarrado à remuneração variável. Em 2023, todos os diretores possuíam ao menos uma meta atrelada à sustentabilidade.

Monitoramento e avaliação dos projetos e parcerias
O monitoramento e avaliação das parcerias e projetos realizados pela Suzano começam quando as partes chegam em um acordo jurídico e há a assinatura dos documentos. A partir disso, é realizado o primeiro desembolso financeiro para o projeto, que entra em fase de execução. O monitoramento e a avaliação se dão da seguinte maneira:
1. Reunião de Kick-off: entre a equipe que ficará responsável pelo monitoramento do projeto e a instituição implementadora, na qual são definidos:
a. Objetivos e metas do projeto;
b. Fluxo de desembolsos;
c. Formatos de relatórios narrativo e financeiro;
d. Dúvidas sobre prestação de contas e relatórios;
e. Detalhamento sobre processo de medição de resultados e indicadores;
f. Ajustes de cronograma.

2. Reuniões de monitoramento – rotina: ocorrem regularmente de acordo com as necessidades de cada projeto. Podem ser semanais, quinzenais ou mensais.

3. Visitas de monitoramento: ocorrem de maneira programada ou extemporânea, de acordo com a necessidade de cada projeto. É recomendado que o espaço de tempo entre as visitas não ultrapasse 6 meses.

4. Relatórios narrativo e financeiro: são produzidos e encaminhados pelos implementadores à Suzano, em intervalos de tempo acordados na reunião de kick-off. Normalmente, obedecem ao fluxo de desembolsos de recursos.

5. Medição de resultados: a metodologia de medição de resultados em relação ao Compromisso para redução da pobreza foi construída com apoio de consultorias e equipes internas e é única para todos os projetos da Suzano. Além de medir os impactos relativos aos objetivos individuais de cada projeto, todos devem assumir o mesmo parâmetro quando se trata de resultados de renda dos beneficiários e a consequente saída da linha da pobreza. A aplicação dessa metodologia é acompanhada pela equipe da Suzano, fornecendo treinamento, ferramentas e estratégias para coleta e apuração dos dados.

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

Atuar em mais de 220 municípios onde 3,3 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza é um desafio complexo, proporcional ao tamanho do Brasil. Quando a Suzano assumiu o Compromisso de contribuir para a retirada de 200 mil pessoas da linha da pobreza até 2030, ela estava ciente de que tudo o que fizesse, mesmo que começasse em escala piloto, teria que ter robustez para ser escalável e atender ao tamanho da ambição proposta.

Por isso, fizemos a revisão dos programas e projetos dedicados à geração de renda, estabelecemos a Teoria da Mudança (TdM) e ampliamos as parcerias para conseguir avançar com essa meta.

Sobre a TdM, trata-se de uma metodologia que, de acordo com a ONG Center for Theory of Change, descreve “de maneira abrangente como e por que se espera que uma mudança desejada aconteça em um contexto particular.” A TdM tem como foco “mapear e preencher as lacunas entre o que um programa ou iniciativa de mudança faz (suas atividades e intervenções) e seus objetivos”. Ela faz isso identificando primeiro as metas desejadas no longo prazo e, em seguida, trabalhando a partir delas para identificar todas as condições (resultados) que devem estar em vigor (e como elas se relacionam causalmente umas com as outras metas) para que elas sejam alcançadas.

Nas ações de redução da pobreza da Suzano, o método da TdM torna visível o caminho necessário para se alcançar uma transformação social real a curto prazo (1-2 anos), médio prazo (5 anos) e longo prazo (10 anos).

Diante desse cenário, tudo o que a Suzano tem feito em termos de definição de novas parcerias e projetos tem como premissa a possibilidade de replicação para outras localidades, respeitando as especificidades de cada realidade, e a continuidade no curto e médio prazos – a depender de cada iniciativa.

Os dados apresentados ao longo desse case representam as ações realizadas em 2023. Em 2024, o trabalho avançou com os seguintes resultados até o mês de abril:
– 62 projetos em execução;
– Estimativa é beneficiar 148 mil pessoas até o final do ano;
– Volume de investimento previsto da Suzano é de R$ 24 milhões só na frente de combate à pobreza ;
– Divulgada parceria com o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD), organização francesa de pesquisa e cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável nas regiões tropicais e mediterrâneas, que vai priorizar iniciativas voltadas para pessoas em situação de vulnerabilidade social na Amazônia brasileira.

Por meio desse amplo e qualificado ecossistema de parcerias, estamos escalando o alcance do legado de desenvolvimento social nos territórios de atuação da Suzano, a fim de contribuir com a retirada de pessoas da pobreza. Seguiremos buscando parceiros financiadores bem como executores, incluindo instituições locais, para iniciativas socioambientais bem estruturadas para, assim, construirmos um futuro melhor.