GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA
A incorporação de conceitos de circularidade está diretamente conectada com inovação e passa, necessariamente, por repensar etapas de design e engenharia de processos e produtos. O objetivo da General Motors é aumentar o uso de materiais sustentáveis em seu processo de fabricação e incorporar soluções que envolvam a redução de recursos naturais e a reutilização e remanufatura de partes de veículos. A avaliação para identificação de práticas que reduzissem o consumo hídrico na planta de São Caetano do Sul levou em consideração a instalação de novos equipamentos, automação de processos e o uso de produtos químicos até então não utilizados que, juntos, já seriam capazes de gerar um resultado bastante relevante. No entanto, a GM foi além e criou uma tecnologia nova, até então inédita no Brasil, e que levou a o registro de uma patente em seu nome. São as caixas metálicas, fabricadas na própria unidade de São Caetano.
Esta tecnologia consiste em um novo sistema de filtração seca utilizado nos dutos de exaustão de cabines de pintura para reter as partículas de tinta. Diferentemente dos lavadores comuns utilizados em outras montadoras no Brasil, esse sistema não utiliza água. Sua caixa é metálica e reutilizável e comporta o uso de filtros de tamanho comercial, o que gera ainda outro benefício: o de reaproveitamento do equipamento – no sistema anterior, toda a caixa, proveniente de um único fornecedor fora do Brasil, era descartada a cada troca de filtros (média de 45 caixas por mês).
Principais resultados diretos:
● Economia de 2.4 milhões de litros de água anualmente;
● Redução de 19 toneladas de papel e madeira descartados;
● 30% de redução do custo do processo de filtração, no valor de USD 200.000,00 ao ano.
A redução do consumo de água, para além de ser uma atitude responsável com o meio ambiente, uma vez que estamos falando de um recurso finito e de importância fundamental para a vida na Terra, também se coloca como uma questão de negócios. Na General Motors, a temática de recursos hídricos está inserida na estratégia de sustentabilidade da empresa em âmbito global, que tem como foco, de curto e médio prazo, a transformação de processos, materiais e produtos para atingir os objetivos e metas estabelecidos para 2035. No que diz respeito à água, a meta é:
Redução do consumo em 35% até 2035 (ano base 2010) – Estamos comprometidos em gerenciar o uso eficiente e responsável da água em nossas instalações, especialmente em locais com problemas de escassez e/ou estresse hídrico.
A empresa também entende o cenário atual de crise climática como uma oportunidade de mudança e de liderar o mercado rumo a uma economia verde e circular, de zero emissão. Para tal, conta com uma diretriz de sustentabilidade dividida em quatro pilares: Taking environmental action, Growing through innovation, Moving Together e Driving responsible governance. A gestão responsável da água está inserida dentro do primeiro pilar.
Para alcançar o objetivo de atingir a neutralidade de carbono em produtos e operações globais até 2040, a companhia tem como plano ampliar o portfólio de veículos elétricos e melhorar a sustentabilidade da sua cadeia de suprimentos. Para tal, a temática de recursos hídricos englobada no primeiro pilar (junto com outros temas, como biodiversidade e saúde do ecossistema, economia circular, risco climático e resiliência climática, emissões de GEE, impactos ambientais, condições de trabalho na cadeia de suprimentos e gestão de resíduos), é um ponto fundamental para o desempenho sustentável dos negócios.
A incorporação de conceitos de circularidade está diretamente conectada com inovação e passa, necessariamente, por repensar etapas de design e engenharia de processos e produtos. O objetivo da General Motors é aumentar o uso de materiais sustentáveis em seu processo de fabricação e incorporar soluções que envolvam a redução de recursos naturais e a reutilização e remanufatura de partes de veículos. A avaliação para identificação de práticas que reduzissem o consumo hídrico na planta de São Caetano do Sul levou em consideração a instalação de novos equipamentos, automação de processos e o uso de produtos químicos até então não utilizados que, juntos, já seriam capazes de gerar um resultado bastante relevante. No entanto, a GM foi além e criou uma tecnologia nova, até então inédita no Brasil, e que levou a o registro de uma patente em seu nome. São as caixas metálicas, fabricadas na própria unidade de São Caetano.
Esta tecnologia consiste em um novo sistema de filtração seca utilizado nos dutos de exaustão de cabines de pintura para reter as partículas de tinta. Diferentemente dos lavadores comuns utilizados em outras montadoras no Brasil, esse sistema não utiliza água. Sua caixa é metálica e reutilizável e comporta o uso de filtros de tamanho comercial, o que gera ainda outro benefício: o de reaproveitamento do equipamento – no sistema anterior, toda a caixa, proveniente de um único fornecedor fora do Brasil, era descartada a cada troca de filtros (média de 45 caixas por mês).
Principais resultados diretos:
● Economia de 2.4 milhões de litros de água anualmente;
● Redução de 19 toneladas de papel e madeira descartados;
● 30% de redução do custo do processo de filtração, no valor de USD 200.000,00 ao ano.
A incorporação de conceitos de circularidade está diretamente conectada com inovação e passa, necessariamente, por repensar etapas de design e engenharia de processos e produtos. O objetivo da General Motors é aumentar o uso de materiais sustentáveis em seu processo de fabricação e incorporar soluções que envolvam a redução de recursos naturais e a reutilização e remanufatura de partes de veículos. A avaliação para identificação de práticas que reduzissem o consumo hídrico na planta de São Caetano do Sul levou em consideração a instalação de novos equipamentos, automação de processos e o uso de produtos químicos até então não utilizados que, juntos, já seriam capazes de gerar um resultado bastante relevante. No entanto, a GM foi além e criou uma tecnologia nova, até então inédita no Brasil, e que levou a o registro de uma patente em seu nome. São as caixas metálicas, fabricadas na própria unidade de São Caetano.
Esta tecnologia consiste em um novo sistema de filtração seca utilizado nos dutos de exaustão de cabines de pintura para reter as partículas de tinta. Diferentemente dos lavadores comuns utilizados em outras montadoras no Brasil, esse sistema não utiliza água. Sua caixa é metálica e reutilizável e comporta o uso de filtros de tamanho comercial, o que gera ainda outro benefício: o de reaproveitamento do equipamento – no sistema anterior, toda a caixa, proveniente de um único fornecedor fora do Brasil, era descartada a cada troca de filtros (média de 45 caixas por mês).
Principais resultados diretos:
● Economia de 2.4 milhões de litros de água anualmente;
● Redução de 19 toneladas de papel e madeira descartados;
● 30% de redução do custo do processo de filtração, no valor de USD 200.000,00 ao ano.
O uso racional de recursos hídricos representa um passo importante do ponto de vista de mitigação de impactos negativos por parte das indústrias de uma maneira geral.
Ao adotarem práticas sustentáveis de gestão da água, as empresas estão contribuindo para a conservação dos ecossistemas aquáticos locais e garantindo a disponibilidade de água para comunidades e para o meio ambiente em geral, além de proteger a biodiversidade regional. Do ponto de vista social, contribuem com segurança hídrica para populações dependentes deste recurso, como agricultores e pescadores. Além disso, o uso eficiente da água pelas indústrias reduz a pressão sobre os sistemas de abastecimento público, promovendo a equidade no acesso à água potável da sociedade.
Ao incorporar técnicas mais sustentáveis ao processo da pintura dentro da fabricação de veículos, em especial à tecnologia de caixas metálicas de pintura à seco (conforme detalhamento anterior), permitindo a implementação de reuso, tratamento avançado e monitoramento eficiente do consumo de água, a General Motors não apenas reduziu seus custos operacionais, mas também conseguiu diminuir o impacto ambiental de suas atividades, melhorando a qualidade de vida nas áreas vizinhas onde opera.
Os principais resultados ambientais das práticas combinadas estão detalhados a seguir:
Iniciativa 1: A água DI (deionizada) é utilizada para enxágue dos veículos ao longo do processo produtivo. Foi instalada uma válvula para ativação e desligamento automático do sistema de enxágue após a pintura com tinta ELPO da carroceria. Enquanto a linha de produção está vazia, o sistema de enxágue permanece desligado e, assim que uma carroceria se aproxima do sistema de lavagem, a automação é ativada para liberação da água. Com isso, o consumo de água teve uma redução de 2.388,88 m³ /mês.
Iniciativa 2: O sistema de coagulação do primer era abastecido 100% com água potável. Após melhoria na qualidade da água de reuso da ETE ( Estação de Tratamentos de Efluentes da GM) , foi instalada uma tubulação de água de reuso e um hidrômetro próximo ao tanque de coagulação do primer para o abastecimento ser realizado tanto com água potável quanto com água de reuso. Inicialmente, a reposição era feita com 20% de água de reuso e 80% de água potável. Como não apresentou problemas para o processo, aumentamos a utilização da água de reuso. As proporções passaram a ser 70% e 30%, respectivamente. Com essa implementação, reduzimos o consumo de água potável em aproximadamente 348.000 litros por mês.
Iniciativa 3: N o estágio do refinador, com o produto químico utilizado anteriormente, o tanque com 64 m³ de água e produto diluído, sendo a maior parte água, era descartado semanalmente para manter os parâmetros de qualidade. Isso gerava um descarte mensal de 256 m³, 3.072 m³ por ano de água e produto diluído, sendo a maior parte, água. A Henkel desenvolveu uma nova tecnologia para o estágio do refinador (produto Prepalene X), no qual o banho satura menos e garante melhor qualidade nos veículos fosfatizados. Fostolização é a primeira etapa da pintura, que tem com o objetivo formar uma película sob a superfície metálica que protege contra a corrosão. Desta forma, o banho passou a ser descartado a cada seis meses, evitando o consumo de aproximadamente 3 milhões de litros de água potável por ano.
Iniciativa 4: A pintura possui 10 estágios para banhos e enxágues dos veículos. Há perda de volume de água deste processo e, por isso, implementamos a iniciativa de repor a perda por meio da recirculação em 5 estágios de banho e enxágue. São estágios no qual a água transborda de um tanque para o outro, atingindo um nível ideal, não havendo necessidade de acionamento para entrada de água potável. Os estágios 9 e 10 são com água DI e o transbordo acontece do décimo para o nono estágio, em 3 m³ / hora, que deixa de consumir água potável. Outras transferências ocorrem do 7º para o 6º estágio, do 6º para o 5º e do 3º para o 2º e 1º estágios.
Iniciativa 5: A tecnologia de filtração seca utilizada nos dutos de exaustão de cabines de pintura não utiliza água para a retenção das partículas de tinta da aplicação, diferente dos sistemas de lavadores. Como resultado, houve economia de 2.400.000 litros de água anualmente, com a troca do sistema antigo. O ar com partículas de tinta entra pela parte superior da caixa metálica e é direcionado por meio de uma chapa inclinada pela primeira etapa de filtração com filtros bolsa na parte frontal da caixa e passa pela segunda etapa de filtração com filtros manta. Após filtração, o ar é direcionado para atmosfera e sai livre de contaminação.
Na GM, existem diversas ferramentas para a apresentação e o envolvimento das iniciativas ambientais e melhorias junto às lideranças. Exemplos incluem o PMC – Processo de Melhoria Contínua, o Sharepoint Innovation Marketplace, reuniões matinais com as lideranças com espaço para iniciativas e reconhecimentos, reuniões mensais de Master Environmental e ESG com a diretoria para discussão de itens de compliance ambiental e sustentabilidade, Comitê ESG e grupos de trabalho temáticos, como o de Redução de Água. Além disso, ocorrem reuniões mensais de BPD com foco em objetivos, metas e resultados. A empresa também conta com um time regional HQ – Head Quarters com especialistas em cada tema ambiental, que compilam e suportam as fábricas nessas estratégias.
Todas as melhorias relatadas neste documento são geridas pela Diretoria de Manufatura, liderada pelo Diretor de Manufatura da Planta de São Caetano do Sul, Michel Malka, e apresentadas ao time de Liderança e Gestão da planta. No ano passado, recebemos a visita do Vice-presidente de Manufatura da América do Sul e tivemos a oportunidade de apresentar a ele as boas práticas para redução de consumo de água. As ações foram muito bem avaliadas e renderam reconhecimentos internos na Companhia.
Para cada projeto ou iniciativa, há envolvimento de muitas áreas e pessoas, abrangendo níveis estratégicos, táticos e operacionais, tanto regionais quanto locais. Estima-se que uma média de 100 pessoas participem de cada projeto, desde a alta liderança para aprovações, até engenheiros de projeto, engenheiros de facilities, engenheiros de produto, engenheiros ambientais, engenheiros químicos, time de segurança do trabalho, especialistas de processo, time de qualidade, líderes operacionais, time operacional, time de manutenção, analistas financeiros e patrimoniais, auxiliares administrativos e diversas pessoas de empresas contratadas.
Em São Caetano do Sul, incluindo as unidades de engenharia e planejamento do negócio, como o Centro Tecnológico e Engenharia Experimental, a Fábrica de peças plásticas – Polímeros e a Planta Principal – Fábrica de montagem de veículos, há aproximadamente 7.000 empregados. Destes, cerca de 4.000 são mensalistas, incluindo líderes, engenheiros e algumas funções administrativas, e 3.000 são horistas (operacionais).
O projeto está conectado principalmente a duas diretorias: a Diretoria de Manufatura do Complexo de São Caetano do Sul e a Diretoria de Engenharia de Manufatura (ME – Manufacturing Engineering). A gestão do projeto durante sua execução foi realizada pela Diretoria de Engenharia de Manufatura (ME), enquanto a gestão da produção e manutenção após a implementação é de responsabilidade da Diretoria do Complexo de São Caetano do Sul.
O setor automotivo corresponde a cerca de 22% do PIB nacional. P ortanto, toda mudança que acontece nesse setor tem grande impacto na cadeia industrial do país. A iniciativa aqui descrita está inserida no processo de pintura dos veículos, a que mais consome água dentro das montadoras: o equivalente a 45% do total de uso desse recurso natural dentro das fábricas, aproximadamente. Por enquanto, a nova tecnologia, até então inédita no país, foi implementada na unidade de São Caetano do Sul e está em fase de análise para adaptação nas outras unidades da General Motors no Brasil, o que implicará em resultados ainda mais expressivos para o cumprimento da meta global de redução de uso de água da companhia.
Importante salientar que outras montadoras e fabricantes de veículos utilizam processos semelhantes de pintura, o que significa que essa boa prática pode ser adaptada e incorporada por outras marcas de veículos no Brasil (e até mesmo internacionalmente), contribuindo significativamente para a gestão mais eficiente e responsável de recursos hídricos em grande escala dentro da indústria automotiva.
Vale lembrar também que o Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024 mostra que apenas 17% das metas vinculadas aos ODS estão bem encaminhadas, e que a maior parte delas apresentou progresso abaixo do esperado, enquanto outras estão estagnadas. Em 2023, outro estudo, o VII Relatório Luz da Sociedade Civil da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável Brasil, lançado em uma cerimônia junto com a Presidência da República, mostrou que apesar da sua extrema importância, o ODS 6 (Água Potável e Saneamento) patinou em 2022 no país: quatro de suas metas que estavam ameaçadas em 2020 passaram a situações de retrocesso e estagnação em 2023. Nesse sentido, todo esforço do ponto de vista de empresas e indústrias para contribuir com um cenário mais promissor no cumprimento da Agenda 2030 se faz necessário e urgente, principalmente quando estamos falando de um recurso vital como a água.