COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS
A CEDAE tornou-se signatária do Pacto Global da ONU em 2022, maior iniciativa de sustentabilidade empresarial do planeta, formada por empresas e organizações que escolheram avançar no mercado através de um modelo sustentável e de impacto ESG em suas operações. A partir da adesão ao Pacto, a Companhia se comprometeu a seguir os dez princípios universais baseados em direitos humanos e empresas, meio ambiente e anticorrupção, bem como contribuir para o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são transversais às práticas da empresa e representam os compromissos a serem alcançados na Agenda 2030. Dentre os ODS, a Companhia decidiu priorizar oito deles, considerando questões pertinentes ao seu negócio e aos seus aspectos sociais, ambientais e econômicos que possam gerar valor a curto, médio ou longo prazo.
A CEDAE, engajada em atender aos compromissos dos ODS 3 (Saúde e Bem-estar), ODS 5 (Igualdade de gênero), ODS 10 (Redução das desigualdades) e ODS 17 (Parcerias e meios de implementação), a partir de um diagnóstico situacional e mapeamento das condições de trabalho e demanda das mulheres trabalhadoras da empresa, idealizou e implementou o Programa “Cedae por Elas”.
Destaca-se que a coleta de dados sobre a situação de trabalho das mulheres e do cenário institucional e de gênero no ambiente corporativo da Companhia foi elaborada por um Grupo de Trabalho formado exclusivamente por trabalhadoras, com a representatividade de todas as diretorias da empresa, que, a partir dos achados, propôs à alta administração medidas de intervenção alinhadas à diversidade, inclusão e igualdade de gênero.
Durante quase cinco décadas, a CEDAE atua no setor de saneamento e possui um público de trabalhadores majoritariamente masculino, já que aproximadamente 87% do seu quadro funcional é composto por homens. Deste modo, o pioneiro Programa Cedae por Elas constitui uma ação estratégica da Companhia para fomentar a igualdade de gênero, com foco no atendimento exclusivo e multidisciplinar às necessidades das mulheres e suas intersecções de raça, etnia, idade, religião, orientação sexual, identidade de gênero, classe social, cultura e demais marcadores sociais.
O Cedae por Elas consiste em um programa voltado para o atendimento exclusivo da mulher colaboradora, independentemente do seu vínculo empregatício, proporcionando uma convivência coletiva e prevendo um leque de ações de promoção da saúde integral feminina, práticas integrativas, estratégias de bem-estar, de conscientização e prevenção aos principais agravos à saúde da mulher, de apoio e fortalecimento à maternidade, de estímulo ao aleitamento, de progressão de carreira, de combate ao assédio, violências e qualquer forma de discriminação e de atendimento psicossocial, tanto individual quanto em grupo.
Ou seja, é um espaço protegido, acolhedor, que promove a sororidade entre as mulheres, baseada na empatia e no companheirismo, refletindo uma rede de apoio que aumenta a autoconfiança e a capacidade das mulheres da CEDAE assumirem posições de liderança e mentoria.
Partindo-se desta premissa, a equipe do programa Cedae por Elas é multiprofissional, composta por assistentes sociais, psicólogas, nutricionistas, técnicas de enfermagem e assistente administrativo, todas mulheres. O espaço, em sua plenitude, é composto por uma sala de acolhimento psicossocial, uma sala de apoio à amamentação que segue as recomendações sanitárias da ANVISA e do Ministério da Saúde e uma sala de ativações e encontros coletivos.
O Programa atua em três eixos de intervenção:
1) Convivência coletiva: atividades que proporcionam o diálogo com temáticas referentes à igualdade de gênero e sua relação prioritária com o mundo corporativo, irradiando em discussões interseccionais com a cultura, a cidadania, o empoderamento, a sexualidade, o autocuidado, o bem-estar, a resiliência e saúde integral em todos os ciclos de vida da mulher trabalhadora.
2) Escuta Especializada da Mulher: realizada por profissionais mulheres especializadas e com garantia de absoluto sigilo, proporcionando atenção à saúde mental das trabalhadoras e proteção aos direitos das mulheres. Os acolhimentos psicossociais acontecem por demanda espontânea e buscam oportunizar e incentivar cuidados com a saúde mental, a partir de questões trazidas pelas trabalhadoras, sejam elas relacionadas diretamente ao ambiente de trabalho ou com seu cotidiano de vida.
3) Suporte à maternidade com sala de apoio à amamentação: espaço acolhedor, humanizado, seguro, confortável, sanitariamente adequado e com proteção à intimidade da mulher trabalhadora da CEDAE, garantindo os direitos da mulher durante o período da gravidez, do pós-parto e do aleitamento materno, onde a trabalhadora pode amamentar – no caso da presença do filho(a) no ambiente de trabalho – ou esvaziar as mamas (extrair Leite Humano Cru – LHC) e armazenar seu leite em frascos, previamente esterilizados, para em outro momento, ofertá-lo aos seus filhos, ou ainda, encaminhá-lo para doação aos bancos de leite da rede pública do SUS. Essa ação está alinhada à recomendação do Ministério da Saúde, que preconiza que a amamentação até os dois anos de idade ou mais gera benefícios para a criança, para quem amamenta e para a sociedade, com estímulo a doação de leite.
O primeiro espaço do Cedae Por Elas e o lançamento do programa na Companhia ocorreu em agosto de 2023 no prédio-sede e, em quase 1 ano, já foram inauguradas mais 2 salas do Cedae Por Elas em 2 unidades operacionais, com previsão de inauguração de um robusto espaço na maior estação de tratamento de água do mundo, a ETA Guandu, neste segundo semestre, em alusão à comemoração de 1 ano do programa e, principalmente, devido ao reconhecimento institucional e das trabalhadoras de sua importância para as políticas corporativas de igualdade de gênero e valorização das mulheres.
O programa Cedae por Elas reconhece a importância social do aleitamento materno, pois a amamentação é a base de uma boa saúde para toda a vida de bebês e mães. Portanto, reafirma o compromisso social da Companhia em incentivar e ofertar um espaço humanizado para a continuidade dos processos de aleitamento após o término da licença maternidade, efetivando os direitos da mulher e da criança e apoiando a maternidade. E não para por aí. Prevê, ainda, ações para que a CEDAE alcance a igualdade de gênero, caminhe para a participação plena e efetiva das mulheres com igualdade de oportunidades para a liderança e valorize todas as trabalhadoras.
As práticas ESG vêm ganhando espaço de implementação entre as principais empresas que elencam as contribuições em prol de um desenvolvimento sustentável como prioridade estratégica dos seus negócios. Considerando não só as mudanças climáticas, o aquecimento global, as catástrofes ambientais mais também os aspectos sociais que direcionam as vivências cotidianas, a agenda de governança socioambiental surgiu da necessidade de integrar fatores sociais e ambientais no balanço social das empresas e, para tanto, diversas nuances que orientam as relações de trabalho (re)definem a colaboração das empresas para o progresso social.
A CEDAE, preocupada em fortalecer sua posição como uma empresa que respeita o meio ambiente e se preocupa com as questões sociais, intra e extramuros, em 2023, criou a área de governança socioambiental, responsável por estruturar as práticas ESG por toda a cadeia estratégica da organização, com poder de tomada de decisão e orientação, e publicou a sua Política ESG, que enfatiza a inovação e a jornada para uma transformação verdadeiramente sustentável.
O Cedae Por Elas nasceu deste compromisso e responsabilidade com o pilar social do ESG para alcançamos um modelo de negócio resiliente, de alto impacto, que adota ações e políticas corporativas sólidas para a promoção da igualdade de gênero, de eliminação de todas as formas de violência, assédio e discriminação contra as trabalhadoras.
O Cedae Por Elas traz relevância para as ações estratégicas da empresa não apenas pela promoção do debate e ações em prol da igualdade de gênero no âmbito corporativo, mas sim porque amplia o protagonismo das mulheres no ambiente de trabalho e, assim, eleva o desempenho das trabalhadoras, produzindo uma cultura mais igualitária dentro da nossa empresa.
De outro modo, a CEDAE tem sua sede localizada na região central do município do Rio de Janeiro, no bairro da Cidade Nova. Trata-se de uma área de concentração de grandes empresas, responsáveis por movimentar parte da economia da cidade, porém, ao mesmo tempo, está inserido no território com o menor Índice de Progresso Social – IPS entre os mais de 160 bairros, de acordo com a Prefeitura do Rio em 2023, tendo como um dos indicadores que merecem atenção a violência de gênero.
Neste cenário desafiador, o trabalho desempenhado pelas equipes multidisciplinares do Cedae Por Elas não se limita ao ambiente interno da empresa. Um dos desdobramentos principais do programa é a atuação junto às mulheres residentes nas comunidades do entorno do prédio-sede, denominado CEDAE por elas no território.
Assim, o CEDAE por Elas no território é uma iniciativa que efetiva o compromisso da Companhia com o desenvolvimento socioeconômico das comunidades vulneráveis localizadas próximo ao prédio sede. Nessa intervenção, o programa atua de forma conjugada com os órgãos públicos que tratam a temática da mulher, tendo como principal parceiro a Secretaria de Estado da Mulher e realiza diversas atividades, como: rodas de conversas, palestras, workshopings, feiras de economia solidária e criativa, fomento à cultura, estímulo à qualificação profissional, visitação às Estações de Tratamento de Água, colônia de férias, cine debates, dentre outras ativações coletivas.
Ou seja, as ações e práticas do Cedae Por Elas, retratadas no apoio à saúde e bem-estar das colaboradoras da Companhia, contribuem para os objetivos de sustentabilidade e responsabilidade social da CEDAE, contribuindo para posicionar a marca da empresa como protagonista na pauta da igualdade de gênero no ambiente corporativo e na agenda ESG, aumentando sua competitividade e valor de mercado.
O programa Cedae por Elas não apenas beneficia diretamente as colaboradoras, mas também gera impactos positivos significativos para a empresa. A melhoria do clima organizacional, o aumento da produtividade, a retenção de talentos e o fortalecimento da reputação corporativa são fundamentais para o sucesso e a sustentabilidade da CEDAE no longo prazo, visto que a implementação de programas de apoio às mulheres no ambiente de trabalho é um investimento estratégico que traz retornos mensuráveis e marcantes para o desenvolvimento econômico e sustentável da Companhia.
De forma pragmática, o programa prevê que a CEDAE avance em seu compromisso institucional com a temática da igualdade de gênero, proporcionando às mulheres trabalhadoras da CEDAE, bem como as mulheres em vulnerabilidade social que residem no entorno das unidades administrativas e operacionais da Companhia a promoção de espaços seguros e de garantia de direitos que venham fortalecer e cumprir os indicadores do ODS 05 e o efetivo compromisso com a Agenda 2030.
A implementação do Cedae por Elas é uma iniciativa que corresponde a uma inovação de processos no que diz respeito à introdução de novos elementos nas tarefas da Companhia, que visa alterar e aperfeiçoar a cultura organizacional relacionada às mudanças nas crenças e nos comportamentos de todos os colaboradores, com enfoque na igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e no respeito mútuo e colaborativo. Para a promoção da igualdade de gênero no ambiente corporativo, o programa busca uma metodologia aderente e robusta, com base empírica e científica, para se manter como uma prática perene na Companhia. Para tal, foi necessário estruturar um programa metodológico que considerasse os principais problemas enfrentados pelas mulheres, todos mapeados previamente por um Grupo de Trabalho formado exclusivamente por trabalhadoras da empresa.
Uma demanda relevante apresentada por este grupo de mulheres trabalhadoras foi a interrupção precoce do aleitamento materno que traz impactos negativos não só para a mulher/mãe mais também para o bebê, sendo um fator incidente para doenças evitáveis ou reduzíveis, como desnutrição, diarreia, obesidade infantil, além de contribuir para o aumento da mortalidade infantil.
Para a mãe trabalhadora, a interrupção do ato de amamentar pode ocasionar inchaço patológico nas mamas, o bloqueio de ducto lactífero, aparecimento de nódulos mamários sensíveis e inflamação nos tecidos mamários, geralmente acompanhada por infecções, além de motivar tristezas, angústias, ansiedades e até depressão, que impactam negativamente a produtividade das mulheres, pioram o clima organizacional e podem atrapalhar a progressão das carreiras.
No Brasil, a atividade profissional fora do ambiente doméstico é um dos principais motivos para a interrupção precoce do aleitamento. Muitas famílias tendem a introduzir a mamadeira com fórmulas (leite artificial) precocemente, uma vez que a volta ao trabalho modifica a dinâmica da mulher trabalhadora e contribui para uma baixa produção de leite materno, tendo em vista a interrupção do estímulo feito pela criança nas rotinas de amamentação.
Diante dessa realidade, o Cedae por Elas apoia, de forma inovadora, a amamentação e as mulheres trabalhadoras da Companhia dando suporte à maternidade antes, durante e após o retorno da licença maternidade. A iniciativa proporciona um espaço reservado para a extração e acondicionamento do leite materno, mais também amplia os horizontes ao estimular à manutenção da produção do leite por maior tempo, orientar as lactantes e futuras mamães sobre a importância do aleitamento materno para a saúde materno-infantil.
Isto porque o aleitamento materno traz inúmeras vantagens à saúde da criança e das mães, sendo recomendada a amamentação exclusiva até o sexto mês de vida da criança e complementada com outros alimentos até os dois anos ou mais. Entretanto, apesar do conhecimento dos benefícios, o começo, duração e exclusividade da amamentação permanecem inferiores ao recomendado pelas autoridades de saúde em muitos cenários corporativos ao redor do mundo.
Como produto de inovação social, para além da sala de amamentação, o programa consolidou a prática de doação de leite materno cru, por meio da sensibilização, a partir dos serviços disponibilizados às mulheres trabalhadoras.
Dessa maneira, o Cedae por Elas amplia o seu repertório e por meio de parceria interinstitucional com os Bancos de Leite humano do Hospital Maternidade Herculano Pinheiro, em Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro e o Instituto Fernandes Figueira (IFF-Fiocruz/RJ) realiza a doação do leite materno semanalmente. Nos últimos três meses, foram doados 4 litros de leite. Segundo dados do Ministério da Saúde, cada pote de 300 ml de leite doado pode ajudar até 10 recém-nascidos.
Considerando o período de importantes transformações no cotidiano da mulher após o nascimento de um bebê, outro produto de inovação social é a previsão das visitas domiciliares às trabalhadoras que estão em gozo da licença maternidade. Quando necessário, a técnica de enfermagem, nutricionista e a assistente social do programa comparecem na residência da colaboradora para orientações sobre a amamentação mais segura e um retorno da licença maternidade mais tranquilo.
Tal prática consolida o acompanhamento integral da saúde da trabalhadora através de orientações técnicas de incentivo ao aleitamento materno e autocuidado no puerpério e pós-parto até um harmonioso retorno ao trabalho, a partir do aconselhamento da posição correta do bebê para uma pega adequada, cuidados com a alimentação, orientação para armazenamento do leite e sensibilização para doação, quando pertinente, além de esclarecer sobre a importância da rede de apoio à mulher durante essa fase da vida.
É também uma inovação de processo oportunizar que as trabalhadoras tenham acolhimento psicossocial em seu espaço de trabalho para apoio em suas múltiplas demandas, para além da maternidade, em especial, no que tange a qualquer tipo de violência ou assédio. Nesta perspectiva, são oportunizados espaços coletivos de trocas de experiência e de escuta ativa dos desafios enfrentados pelas mulheres no ambiente corporativo, momentos que revelam uma consciência social da empresa e uma experiência inovadora para as mulheres da Companhia.
As ações coletivas são realizadas por meio de rodas de conversa, atividades terapêuticas, Workshops, atividades de descompressão em parceria com outros setores da empresa e ações que instiguem a ampliação do trabalho voluntário liderado por trabalhadores da própria empresa em colaboração com o CEDAE por Elas.
Nas práticas integrativas, destaca-se o “Círculo de Reiki”, cuja prática pretende diminuir o absentismo, reduzir sintomas de agravos à saúde, da ansiedade, de estados depressivos, do estresse e aliviar dores físicas e mentais, aumentando a relação interpessoal e colaborando na gestão de conflitos. Esta atividade possui popularidade entre as trabalhadoras e é realizada em consonância com um grupo de voluntários da CEDAE, aplicadores da prática.
Essa tríade – suporte à maternidade, acolhimento psicossocial e atuação junto às comunidades vulneráveis – se constitui em uma tecnologia social inovadora que vem alcançando reconhecimento público e resultados positivos. Com o CEDAE por Elas, a Companhia já conquistou a certificação criada pelo governo estadual (Empresa Amiga da Mulher) na categoria Ouro, cujo selo tem como objetivo valorizar e certificar as empresas públicas e privadas que desenvolvem políticas de defesa e garantia dos direitos da mulher e de apoio e incentivo à promoção da equidade de gênero no ambiente de trabalho.
A CEDAE tornou-se signatária do Pacto Global da ONU em 2022, maior iniciativa de sustentabilidade empresarial do planeta, formada por empresas e organizações que escolheram avançar no mercado através de um modelo sustentável e de impacto ESG em suas operações. A partir da adesão ao Pacto, a Companhia se comprometeu a seguir os dez princípios universais baseados em direitos humanos e empresas, meio ambiente e anticorrupção, bem como contribuir para o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são transversais às práticas da empresa e representam os compromissos a serem alcançados na Agenda 2030. Dentre os ODS, a Companhia decidiu priorizar oito deles, considerando questões pertinentes ao seu negócio e aos seus aspectos sociais, ambientais e econômicos que possam gerar valor a curto, médio ou longo prazo.
A CEDAE, engajada em atender aos compromissos dos ODS 3 (Saúde e Bem-estar), ODS 5 (Igualdade de gênero), ODS 10 (Redução das desigualdades) e ODS 17 (Parcerias e meios de implementação), a partir de um diagnóstico situacional e mapeamento das condições de trabalho e demanda das mulheres trabalhadoras da empresa, idealizou e implementou o Programa “Cedae por Elas”.
Destaca-se que a coleta de dados sobre a situação de trabalho das mulheres e do cenário institucional e de gênero no ambiente corporativo da Companhia foi elaborada por um Grupo de Trabalho formado exclusivamente por trabalhadoras, com a representatividade de todas as diretorias da empresa, que, a partir dos achados, propôs à alta administração medidas de intervenção alinhadas à diversidade, inclusão e igualdade de gênero.
Durante quase cinco décadas, a CEDAE atua no setor de saneamento e possui um público de trabalhadores majoritariamente masculino, já que aproximadamente 87% do seu quadro funcional é composto por homens. Deste modo, o pioneiro Programa Cedae por Elas constitui uma ação estratégica da Companhia para fomentar a igualdade de gênero, com foco no atendimento exclusivo e multidisciplinar às necessidades das mulheres e suas intersecções de raça, etnia, idade, religião, orientação sexual, identidade de gênero, classe social, cultura e demais marcadores sociais.
O Cedae por Elas consiste em um programa voltado para o atendimento exclusivo da mulher colaboradora, independentemente do seu vínculo empregatício, proporcionando uma convivência coletiva e prevendo um leque de ações de promoção da saúde integral feminina, práticas integrativas, estratégias de bem-estar, de conscientização e prevenção aos principais agravos à saúde da mulher, de apoio e fortalecimento à maternidade, de estímulo ao aleitamento, de progressão de carreira, de combate ao assédio, violências e qualquer forma de discriminação e de atendimento psicossocial, tanto individual quanto em grupo.
Ou seja, é um espaço protegido, acolhedor, que promove a sororidade entre as mulheres, baseada na empatia e no companheirismo, refletindo uma rede de apoio que aumenta a autoconfiança e a capacidade das mulheres da CEDAE assumirem posições de liderança e mentoria.
Partindo-se desta premissa, a equipe do programa Cedae por Elas é multiprofissional, composta por assistentes sociais, psicólogas, nutricionistas, técnicas de enfermagem e assistente administrativo, todas mulheres. O espaço, em sua plenitude, é composto por uma sala de acolhimento psicossocial, uma sala de apoio à amamentação que segue as recomendações sanitárias da ANVISA e do Ministério da Saúde e uma sala de ativações e encontros coletivos.
O Programa atua em três eixos de intervenção:
1) Convivência coletiva: atividades que proporcionam o diálogo com temáticas referentes à igualdade de gênero e sua relação prioritária com o mundo corporativo, irradiando em discussões interseccionais com a cultura, a cidadania, o empoderamento, a sexualidade, o autocuidado, o bem-estar, a resiliência e saúde integral em todos os ciclos de vida da mulher trabalhadora.
2) Escuta Especializada da Mulher: realizada por profissionais mulheres especializadas e com garantia de absoluto sigilo, proporcionando atenção à saúde mental das trabalhadoras e proteção aos direitos das mulheres. Os acolhimentos psicossociais acontecem por demanda espontânea e buscam oportunizar e incentivar cuidados com a saúde mental, a partir de questões trazidas pelas trabalhadoras, sejam elas relacionadas diretamente ao ambiente de trabalho ou com seu cotidiano de vida.
3) Suporte à maternidade com sala de apoio à amamentação: espaço acolhedor, humanizado, seguro, confortável, sanitariamente adequado e com proteção à intimidade da mulher trabalhadora da CEDAE, garantindo os direitos da mulher durante o período da gravidez, do pós-parto e do aleitamento materno, onde a trabalhadora pode amamentar – no caso da presença do filho(a) no ambiente de trabalho – ou esvaziar as mamas (extrair Leite Humano Cru – LHC) e armazenar seu leite em frascos, previamente esterilizados, para em outro momento, ofertá-lo aos seus filhos, ou ainda, encaminhá-lo para doação aos bancos de leite da rede pública do SUS. Essa ação está alinhada à recomendação do Ministério da Saúde, que preconiza que a amamentação até os dois anos de idade ou mais gera benefícios para a criança, para quem amamenta e para a sociedade, com estímulo a doação de leite.
O primeiro espaço do Cedae Por Elas e o lançamento do programa na Companhia ocorreu em agosto de 2023 no prédio-sede e, em quase 1 ano, já foram inauguradas mais 2 salas do Cedae Por Elas em 2 unidades operacionais, com previsão de inauguração de um robusto espaço na maior estação de tratamento de água do mundo, a ETA Guandu, neste segundo semestre, em alusão à comemoração de 1 ano do programa e, principalmente, devido ao reconhecimento institucional e das trabalhadoras de sua importância para as políticas corporativas de igualdade de gênero e valorização das mulheres.
O programa Cedae por Elas reconhece a importância social do aleitamento materno, pois a amamentação é a base de uma boa saúde para toda a vida de bebês e mães. Portanto, reafirma o compromisso social da Companhia em incentivar e ofertar um espaço humanizado para a continuidade dos processos de aleitamento após o término da licença maternidade, efetivando os direitos da mulher e da criança e apoiando a maternidade. E não para por aí. Prevê, ainda, ações para que a CEDAE alcance a igualdade de gênero, caminhe para a participação plena e efetiva das mulheres com igualdade de oportunidades para a liderança e valorize todas as trabalhadoras.
É cediço que os principais agravos à saúde da mulher são condições e doenças que afetam desproporcionalmente as mulheres ou têm implicações significativas para a saúde feminina. Estes agravos variam ao longo do ciclo de vida da mulher, desde a adolescência até a terceira idade, e podem ser influenciados por fatores biológicos, socioeconômicos, culturais e comportamentais. Neste cenário, a conscientização, prevenção, educação em saúde, o diagnóstico precoce e a intervenção adequada são fundamentais para a qualidade de vida das mulheres e contribuem para a redução da incidência e do impacto de doenças na vida das mulheres.
Entendendo a diversidade organizacional da empresa, a CEDAE vem potencializando seus valores sociais, que incluem ações afirmativas de inclusão, valorização do cliente e das comunidades vulneráveis, alinhamento dos valores dos fornecedores com os da empresa, uma boa relação com os stakeholders, assumindo assim sua responsabilidade social.
O Cedae por Elas consiste em um Programa voltado para o atendimento à mulher, proporcionando uma convivência coletiva, com promoção de ações de saúde mental, apoio e fortalecimento às mulheres, aleitamento, realização de atividades individuais e em grupos, práticas integrativas, estímulo à progressão de carreira dentre outras, sendo um lugar de elo importante na conexão entre as mulheres.
No mercado de trabalho, a igualdade de gênero se traduz em salários iguais para homens e mulheres que exercem as mesmas funções e maior presença de mulheres na liderança. Além disso, envolve questões como respeito aos direitos das colaboradoras, o combate e erradicação do preconceito de gênero e contra a maternidade, combate as várias formas de assédio e luta pelo reconhecimento e oportunidades iguais na carreira.
Similar ao contexto histórico de outras companhias de água e esgoto, cujo público de trabalhadores é majoritariamente masculino, a CEDAE possui um número reduzido de mulheres em seu quadro funcional. O acesso ao quadro efetivo da Companhia se dá por concurso público, o que torna inviável estabelecer metas de curto prazo para equiparar o percentual de homens e mulheres atuando na empresa.
Diante desse cenário, a efetivação de um programa de igualdade de gênero é expressamente relevante e vem sendo desenvolvido com qualidade e robustez. Objetivando a equidade de oportunidades e acesso, a CEDAE vem expandindo as ações afirmativas que valorizem a diversidade e contribuam com a redução das desigualdades e o preconceito, não só no espaço laboral, mas na sociedade. Com um trabalho constante e planejamento sistemático, nos últimos 9 meses, o Cedae por Elas apresentou os seguintes resultados:
– 1809 participações em diversas atividades coletivas
– 546 trabalhadoras alcançadas diretamente pelo Programa
– 128 moradoras das comunidades vulneráveis do entorno atendidas
– 268 acolhimentos psicossociais;
– 31,5 litros de leite materno extraídos;
– 5,5 litros de leite materno doados para banco de leites;
– 30 trabalhadoras da CEDAE em capacitação para Gestão, Liderança e Governança Corporativa Feminina;
– Capacitações em parceria com o SEBRAE e outros parceiros para mulheres das comunidades vulneráveis;
– Parceria com a Secretaria de Estado da Mulher
– Certificação das salas de amamentação pelo Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde, conforme critérios da ANVISA.
De forma convergente, é possível pontuar também como ferramenta de tecnologia social, o Cedae por Elas no território atuando com as mulheres das comunidades vulneráveis, promovendo atividades no âmbito da educação social financeira, ajudando as participantes a pensarem de forma crítica sobre direitos e deveres.
Para esse público feminino é trabalhado também o incentivo ao empreendedorismo local promovendo capacitações em parceria com o SEBRAE e outros parceiros, capacitando para que possam fazer um bom uso dos recursos financeiros. Já para as demandas desse público voltada para as políticas públicas setoriais, o Programa firmou parceria com a Secretaria de Estado da Mulher e mensalmente desenvolve ações conjuntas.
Assim, além de cuidar de suas trabalhadoras de forma universal, ao não deixar nenhuma para trás, o Cedae por Elas se torna um agente de transformação social para a vida de mulheres em situação de vulnerabilidade residentes nos territórios do entorno da Companhia, indo além dos benefícios corporativos e concretizando os seus compromissos com a responsabilidade social ao promover a saúde, o bem-estar e demonstrando que o S do ESG é voltado à coletividade e a luta pela igualdade de gênero.
O envolvimento da alta administração até os níveis táticos e operacionais tem se apresentado de forma intensa e progressiva visando impulsionar as ações do programa. O principal envolvimento tem sido o investimento financeiro em diversas ações que oportunizam que o programa se mantenha bem estruturado. Dentre os principais pontos de destaque sobre o envolvimento da liderança, temos: 1) manutenção de equipe interdisciplinar dedicada exclusivamente ao programa;
2) implementação do curso de liderança feminina com vistas a capacitar mais mulheres para cargos estratégicos dentro da CEDAE. Turmas de 30 mulheres com curso de 30 horas de carga horária envolvendo temas como: governança corporativa, ESG integrado à estratégia empresarial, gestão financeira, gestão de pessoas, palestras e conselhos para mulheres gestoras, líderes e conselheiras.
3) estruturação de plano de intervenção para aprimoramento das unidades operacionais, visando melhor atender às mulheres, especialmente, na implementação de banheiros e vestiários femininos;
4) investimento em espaços de acolhimento psicossocial e sala de amamentação descentralizados em diferentes unidades operacionais;
5) estabelecimento de ações mais rígidas nos casos de constatação de assédio e violências direcionadas às mulheres;
6) implementação de política de suporte à maternidade para melhor preparar as chefias imediatas das gestantes e nutrizes;
7) estabelecimento de ações voltadas para mães atípicas, como espaços de trocas de experiências, rodas de conversas com profissionais atuantes nas diversas áreas da temática da pessoa com deficiência, flexibilização de carga horária para acompanhamento em tratamentos dos filhos atípicos, dentre outros;
8) oferta de licença maternidade de 120 dias prevista na Constituição Federal e CLT, com acréscimo de 60 dias, totalizando 180 dias de licença-maternidade em razão do Programa Empresa Cidadã. Além disso, a liderança, através da gestão de pessoas oportuniza a licença por adoção de filhos de até 1 ano de idade com os mesmos critérios da Licença-Maternidade de 180 dias;
9) auxílio-creche para apoio à escolarização de filhos de até 7 anos;
10) implementação da Comissão Permanente de Diversidade e Gênero, com a participação de representantes de todas as diretorias e ações coletivas com o Cedae por Elas.
Sem o envolvimento da alta administração esse conjunto de políticas e práticas corporativas que incidem diretamente na qualidade de vida e no desempenho das mulheres no ambiente corporativo não seria possível e, consequentemente, não traria o impacto dimensionado pelo Cedae Por elas.
A sororidade entre mulheres na CEDAE não é apenas uma questão de solidariedade, tornou-se uma ação estratégica, amplificada e de total apoio da alta administração oportunizando a criação de um ambiente de trabalho mais justo, inclusivo e produtivo.
O Programa tem alto grau de replicação em diversos ambientes corporativos diante da realidade da mulher trabalhadora, que acumula múltiplas funções e o desafio que é conciliar sua carreira profissional e dar conta de gerir sua família, provendo cuidados necessários à criança e ao lar. Desse modo, promover um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor para todos os funcionários, entendendo as particularidades de cada público e sua diversidade é também contribuir para o aumento da produtividade e do bem-estar no ambiente de trabalho. O Cedae por Elas, inicialmente implantado na matriz da Companhia, já foi replicado em duas unidades operacionais com espaços físicos dedicados exclusivamente ao programa, e, ainda em 2024, será inaugurado mais uma unidade, chegando ao final de 2024 com 4 polos descentralizados.
Diante dos impactos positivos do programa e agregadores para a trajetória laboral e de vida da força de trabalho da CEDAE, o Cedae por Elas possui potencialidades técnicas e método testado que contribui para um ambiente de trabalho equânime e sustentável, não só no espaço da nossa empresa, mas pode elevar a pauta da diversidade, equidade e inclusão das mulheres em outros espaços ocupacionais.
Diante disso, foi aberto diálogo com gestores interessados em replicar a nossa prática no âmbito de seus órgãos vinculados ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, como é o caso da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Esse diálogo encontra-se em fase inicial, mas já demonstra o quanto o programa tem demonstrado relevância e aderência para uma melhor ambiência das mulheres e alcance dos resultados da efetivação da igualdade de gênero no ambiente laboral.
O Poder Público já está replicando a nossa prática, a iniciativa privada poderá multiplicá-la e tornar a saúde, o bem-estar e a igualdade de gênero pilares estruturantes de suas políticas de governança socioambiental.