Ano: 2024

BASF cria novo modelo de pagamento no Agronegócio para aquisição de insumos que visa incentivar a descarbonização do meio ambiente  

BASF SA

Categoria: Processos

Aspectos Gerais da Prática:

Neste case vamos falar sobre um novo modelo de negociação no mercado agrícola criado pela BASF, uma das maiores empresas químicas do mundo, com um portfólio abrangente, composto por seis segmentos – Produtos Químicos, Materiais, Soluções Industriais, Tecnologias de Superfície, Nutrição & Cuidados e Soluções Agrícolas – e que atende a praticamente todos os setores de mercado.
A companhia criou um modelo de barter que viabilizou que produtores de biocombustíveis pudessem comprar da empresa insumos para suas operações realizando o pagamento com CBIOs – créditos de descarbonização, negociados na Bolsa de Valores (b3) e, com isso, contribuíssem para a descarbonização do meio ambiente.
Um dos principais parceiros da companhia hoje neste modelo de negócios é o Grupo Olfar, um dos maiores grupos industriais de Biodiesel do Brasil, além de ser considerada uma das principais empresas do segmento na industrialização da soja, extração de óleos vegetais e refino de glicerina. Também atua na comercialização de grãos, se consolidando entre as principais traders do país, atendendo de forma ampla e estratégica o mercado nacional e internacional.

Acreditando na importância do apelo socioambiental do projeto, a Olfar passou a adquirir metilato de sódio da BASF pagando com CBIOs. Vale destacar que o Biodiesel já é considerado um combustível limpo uma vez que é produzido a partir de fontes renováveis. Mas uma forma de tornar seu processo ainda mais limpo seria utilizar matérias-primas de fontes renováveis ou com baixa pegada de carbono, como o metilato de sódio BASF que tem uma pegada de carbono próxima de 0 (zero).

O case colocou a BASF e Olfar como grandes potencializadoras e incentivadoras do programa RenovaBio, criado em 2017 como parte dos esforços do governo para combater as mudanças climáticas, reduzindo a utilização de combustíveis fósseis, como o diesel e a gasolina, e ampliando a produção e uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira.

Relevância para o Negócio:

A BASF completa 113 anos de atuação na América do Sul em 2024 e, ao longo desta trajetória, fez mudanças importantes de forma a acompanhar as transformações do mundo.
Um de seus propósitos é contribuir com a indústria química, liderando movimentos que a conduzem a um futuro sustentável. A companhia entende a América do Sul como “Green Power House”, com capacidade de tornar-se um player global em uma agenda de produção sustentável. Desse modo, a BASF vem alinhando recursos naturais da região com o seu compromisso com a sustentabilidade, o que lhe permite avaliar soluções de baixo carbono, como a energia renovável, o fornecimento de matérias-primas renováveis e biocombustíveis, além de iniciativas de economia circular e monetização de carbono.
No exemplo que tange a este case, a BASF e a Olfar se posicionam como importantes incentivadoras e potencializadoras do programa RenovaBio. Vamos entender como isso funciona.

– Sobre o Metilato de Sódio
A BASF vem participando ativamente do desenvolvimento da indústria de biodiesel no Brasil e no mundo há muitos anos, contribuindo com palestras técnicas, testes industriais, entre outros.

Uma das vertentes trabalhadas é a produção e abastecimento de Metilato de Sódio e outros alcoolatos que atuam como catalisadores para a produção eficiente de biodiesel via transesterificação – processo químico que converte óleo vegetal em óleo diesel.

O Biodiesel já é considerado um combustível limpo uma vez que é produzido a partir de fontes renováveis. Mas uma forma de tornar seu processo ainda mais limpo seria utilizar matérias-primas de fontes renováveis ou com baixa pegada de carbono. É o caso do metilato de sódio BASF que tem uma pegada de carbono próxima de 0 (zero).

O insumo é produzido no Complexo Químico de Guaratinguetá da BASF, interior de São Paulo desde 2011 com o objetivo de fortalecer a posição competitiva da empresa no mercado do biodiesel na América do Sul. A unidade fica próxima dos principais produtores de biodiesel no Brasil e perto do porto de Santos, o que oferece vantagens logísticas de exportação para a região.

Em 2019, a companhia ampliou sua capacidade nominal em 30%, passando para 80 mil toneladas métricas. Tendo em vista a política de expansão gradual da proporção do biodiesel no diesel (que estava na casa dos 12% em 2023 e deve chegar a 15% em 2026) a BASF se preparou para atender as necessidades futuras do mercado. A ampliação da capacidade de produção no complexo industrial de Guaratinguetá teve o objetivo de acompanhar o crescimento da indústria de Biodiesel no Brasil e região nos próximos anos. A ideia é oferecer segurança de abastecimento e previsibilidade para os produtores, com entregas just in time, permitindo o planejamento para toda a cadeia nacional. Assim, a BASF é uma parceira estratégica para os produtores de biodiesel, como o Grupo Olfar.

– E o mercado de créditos de carbono?
Paralelamente, ao estudar o mercado de créditos de carbono no mercado agrícola, a companhia detectou que havia mais projetos relacionados ao sequestro de carbono de solo, mas não diretamente relacionado ao mercado de biocombustíveis.

Assim, com base na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e após ouvir os mais diversos players envolvidos no mercado de créditos de carbono, a BASF desenvolveu um modelo inédito de barter com CBIOs.

Um dos principais players com o qual a BASF vem operacionalizando o projeto é o Grupo Olfar. No modelo, a Olfar, detentora de CBIOs (créditos de descarbonização) usa seu montante de CBIOs vendido na Bolsa de Valores, a B3, para adquirir o metilato de sódio, importante catalisador destinado à produção eficiente de biodiesel.

O biodiesel é uma fonte de energia renovável, e, portanto, uma alternativa para minimizar a dependência do petróleo e a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Hoje, todas as usinas de produção de biodiesel da Olfar possuem a certificação RenovaBio, que é atribuída às empresas produtoras de biocombustíveis levando em conta a sua Nota de Eficiência Energético Ambiental. Essa nota reflete a contribuição da empresa para a mitigação de uma quantidade específica de gases de efeito estufa em relação ao seu substituto fóssil.

O RenovaBio, programa do Ministério de Minas e Energia, estabelece metas de descarbonização para as empresas de forma a contribuir para os objetivos determinados pelo Acordo de Paris – compromisso internacional, discutido entre 195 países durante a COP 21, em Paris, visando diminuir o aquecimento global, via redução da emissão de combustíveis fósseis. Foi nesta COP que se apresentou uma nova metodologia, o International Transfer Mitigation Outcomes (ITMOs), ou “Resultados de Mitigação Internacionalmente Transferidos”, em português. Em suma: o mercado de créditos de carbono.

Assim, este projeto consiste em viabilizar que os produtores de biocombustíveis (usinas de etanol, principalmente, mas todo produtor de biocombustível, seja de soja, milho ou outros tipos de biocombustíveis são elegíveis para o programa governamental RenovaBio) usem os créditos de CBIOs para eventual necessidade de capital de giro, ou, como nesse case, como importante moeda de troca na comercialização de produtos Basf.

Vale destacar, porém, que o projeto vai muito além de seu objetivo operacional que é o barter em si, ou seja, a triangulação entre BASF, banco, que é o escriturador dos créditos de carbono e o cliente BASF (o produtor de biocombustível). Trata-se de incentivar que o mercado agrícola entre de forma consistente no mercado de créditos de carbono e consiga, assim, contribuir de forma significativa para a descarbonização do meio ambiente.

A BASF viu na Olfar um excelente parceiro para o projeto, uma vez que compartilham dos mesmos compromissos em relação à sustentabilidade. Em resumo, a sustentabilidade está no propósito e no centro das ações da BASF juntamente com seus clientes. Por isso, essa parceria busca unir sustentabilidade e inovação, permite criar oportunidades de negócios visando um futuro sustentável para todos.

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

Todos sabemos que as mudanças climáticas são um dos maiores desafios de nosso tempo e são resultado direto das ações humanas.

O chamado “Acordo de Paris”, realizado na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, em Paris, teve como principal propósito o fortalecimento da resposta global à ameaça da mudança do clima. Diminuir ou limitar o aquecimento global passa, necessariamente, pela redução da pegada de carbono: uma vez que ao aumentarmos a pegada de carbono, liberamos mais gases de efeito estufa na atmosfera, os quais contribuem para o aumento da temperatura média global do planeta que por sua vez leva a mudanças climáticas, incluindo eventos climáticos extremos tais como derretimento de geleiras, aumento do nível do mar, alterações nos padrões de chuva. Todos os dias somos bombardeados por notícias referentes às mudanças climáticas e mais recentemente, infelizmente, todo o Estado do Rio Grande do Sul foi abalado em consequência deste fenômeno.

A BASF apoia o Acordo de Paris e tem direcionado significativos esforços para reduzir sua pegada de carbono e também a de parceiros ou outros players, das mais variadas indústrias.

Um dos caminhos que a companhia encontrou para isso foi o programa RenovaBio, como vimos no item anterior. Mas vale entender um pouco mais o funcionamento do mercado de crédito de carbono e como a empresa conseguiu criar um modelo ainda inédito que pudesse fomentar ainda mais o RenovaBio e potencializar a entrada de players agrícolas no setor.

Os Créditos de Descarbonização (os CBIOs) são títulos regulamentados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Eles são emitidos por produtores e importadores de biocombustíveis, como é a Olfar, e devem ser adquiridos por distribuidores de combustíveis (petróleo e gás natural, por exemplo), que possuem metas de descarbonização calculadas pela ANP, com base na proporção de combustíveis fósseis que comercializam.

Cada CBIO corresponde a uma tonelada de gás carbônico (CO2) que deixou de ser emitida. Conforme explica o site da B3: “a cada ano os distribuidores de combustíveis deverão solicitar a aposentadoria de CBIOs de sua titularidade em quantidade equivalente às metas de descarbonização que lhe foram estabelecidas”.

A questão do CBIOs especificamente foi levantada em uma reunião de soluções para o agronegócio e inicialmente imaginou-se que os títulos poderiam ser voltados especificamente aos produtores de cana de açúcar, mas havia a possibilidade de agregar valor para o cliente da BASF (os produtores de biocombustíveis).

Assim, antes que o projeto se efetivasse, foram realizadas várias pesquisas para entendimento da legislação referente e o papel dos diversos players envolvidos. O time BASF conversou com bancos, corretoras, clientes-chave e representantes de grandes usinas para entender qual era a percepção de valor dos potenciais envolvidos sobre este tipo de operação. Também foram realizadas pesquisas de mercado para compreender melhor como seria a precificação dos CBIOS, se sua curva de crescimento se manteria ou se haveria um viés de baixa que pudesse afetar o projeto. A pergunta era: por que não utilizar esses títulos que são comercializados em bolsa de valores e, portanto, seguros, para a compra de insumos?

O projeto levou cerca de dez meses para ser implementado. Além das pesquisas acima, diversos departamentos da BASF estiveram envolvidos. O modelo deveria estar alinhado às regras de compliance da companhia, bem como atender as diretrizes do programa RenovaBio.

Entre as questões que a companhia deveria responder, já que o modelo era totalmente inédito, estavam: como contabilizar o CBIO? Como dar entrada e saída dos títulos na empresa? Como este valor seria liquidado internamente? Como seria a questão do recolhimento dos impostos?

O projeto passou pela validação de todas as áreas da companhia até conquistar a aprovação na sua sede, na Alemanha. Vencidas essas etapas, o modelo, já robusto e detalhado, foi apresentado de forma clara para o cliente BASF.

É importante observar que o programa governamental RenovaBio não permite que a BASF, neste momento, aposente os CBIOs e com isso “abata” suas metas de emissão de CO2. Quem poderá fazer isso são os distribuidores de combustíveis.

De acordo com o RenovaBio, os CBIOs precisam ser repassados a distribuidores de combustíveis para serem de fato aposentados. É neste momento da aposentadoria do crédito que se comprova a quantidade de carbono que se deixou de emitir na atmosfera. Assim, como a BASF não está aposentando os CBIOs, ela não está contabilizando este projeto para fins de redução de CO2 da sua carteira de emissões.

Quem fará a compensação serão os demais players: a usina de biocombustíveis e o distribuidor de biocombustíveis. A BASF entra como uma fomentadora, ajudando no desenvolvimento deste mercado, atuando na validação da operação e ajudando o cliente que já faz parte desta cadeia a continuar potencializando o biocombustível e também a agricultura, ambos tão relevantes para a sociedade como um todo e para o planeta.

A Olfar, enquanto player, faz essa compensação. A parceria entre Olfar e BASF iniciou-se ainda em 2022.No ano passado, após percorrer todas as etapas necessárias para a certificação de sua Usina de Porangatu (Goiás) para o programa RenovaBio e selecionar um banco para a operacionalização do projeto de barter com a BASF, o Grupo passou a adquirir o metilato de sódio BASF para a produção de biodiesel desta unidade somente via CBIOs.

O Grupo destaca, porém, que o programa exige pagamento antecipado do insumo, sendo necessário manter um saldo disponível em conta para a realização da transação, ainda que a cotação do CBIOs não se apresente tão competitiva em alguns momentos. Ainda assim, a Olfar destaca que o esforço é válido justamente pelos pontos que já destacamos: trata-se de um mercado ainda novo, com grande potencial de expansão, e com um apelo socioambiental representativo, contribuindo para um objetivo nobre que é a redução da emissão de gases de efeito estufa e desaceleração do aquecimento global.

Desse modo, depreendemos que, algumas vezes, objetivos socioambientais se sobressaem aos do negócio, visando um bem maior.

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

Neste case vamos falar sobre um novo modelo de negociação no mercado agrícola criado pela BASF, uma das maiores empresas químicas do mundo, com um portfólio abrangente, composto por seis segmentos – Produtos Químicos, Materiais, Soluções Industriais, Tecnologias de Superfície, Nutrição & Cuidados e Soluções Agrícolas – e que atende a praticamente todos os setores de mercado.
A companhia criou um modelo de barter que viabilizou que produtores de biocombustíveis pudessem comprar da empresa insumos para suas operações realizando o pagamento com CBIOs – créditos de descarbonização, negociados na Bolsa de Valores (b3) e, com isso, contribuíssem para a descarbonização do meio ambiente.
Um dos principais parceiros da companhia hoje neste modelo de negócios é o Grupo Olfar, um dos maiores grupos industriais de Biodiesel do Brasil, além de ser considerada uma das principais empresas do segmento na industrialização da soja, extração de óleos vegetais e refino de glicerina. Também atua na comercialização de grãos, se consolidando entre as principais traders do país, atendendo de forma ampla e estratégica o mercado nacional e internacional.

Acreditando na importância do apelo socioambiental do projeto, a Olfar passou a adquirir metilato de sódio da BASF pagando com CBIOs. Vale destacar que o Biodiesel já é considerado um combustível limpo uma vez que é produzido a partir de fontes renováveis. Mas uma forma de tornar seu processo ainda mais limpo seria utilizar matérias-primas de fontes renováveis ou com baixa pegada de carbono, como o metilato de sódio BASF que tem uma pegada de carbono próxima de 0 (zero).

O case colocou a BASF e Olfar como grandes potencializadoras e incentivadoras do programa RenovaBio, criado em 2017 como parte dos esforços do governo para combater as mudanças climáticas, reduzindo a utilização de combustíveis fósseis, como o diesel e a gasolina, e ampliando a produção e uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira.

Resultados Sociais e Ambientais Obtidos com a Prática:

Falar sobre os resultados sociais desse case inédito de barter envolvendo o mercado de CBIOs é falar sobre os impactos sociais e ambientais da produção e fomento do biodiesel.
Entre as vantagens, podemos citar:
1. O biodiesel é produzido a partir de fontes renováveis em oposição aos combustíveis fósseis, que são finitos e não renováveis.
2. O biodiesel tende a produzir menos emissões de gases de efeito estufa em comparação com o diesel de petróleo. Ao incorporar ao seu processo um catalisador como o Metilato de sódio, como é a proposta do barter com a OLFAR, a BASF está contribuindo para potencializar seu benefício.
3. O biodiesel é biodegradável, o que significa que se derramado ou liberado no meio ambiente, ele se decompõe mais rapidamente e com menos impacto do que o diesel convencional.
4. O biodiesel tende a produzir menos emissões de poluentes locais, como partículas finas, óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio, em comparação com o diesel de petróleo. Isso pode levar a uma melhoria na qualidade do ar em áreas urbanas e densamente povoadas.
5. O uso de biodiesel pode ajudar a reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados, promovendo, assim, a diversificação da matriz energética e a autonomia energética do país
6. A produção de biodiesel geralmente ocorre em nível local ou regional, o que pode criar empregos e estimular a economia local, especialmente em áreas rurais onde a agricultura é uma atividade predominante.
Além disso, como vimos, cada crédito de carbono emitido representa uma tonelada de CO2 que foi evitada ou removida da atmosfera. É válido relembrar que a emissão dos créditos de carbono passa por um rigoroso processo que avalia pelo menos quatro pontos*:

1. Adicionalidade: se as reduções de emissões são acima e além do que aconteceria na ausência do projeto
2. Mensurabilidade: se é possível quantificar o carbono poupado
3. Permanência: se a redução não é temporária ou enganosa
4. Retidão: se não está levando a emissões indiretas.

A BASF vem hoje atuando lado a lado com a OLFAR, como vimos. Segundo José Carlos Weschenfelder, presidente do Grupo Olfar:

“A Olfar já atua há algum tempo em negociações com créditos de carbono, e realizou uma análise muito criteriosa no sentido de definir a estratégia mais adequada para a dinâmica de comercialização. O objetivo era viabilizar a transação junto à BASF, porém, sem perder valor ou prejudicar o mercado de CBIOs, e essa sensibilização é muito importante. Toda essa operação é resultado de um processo conjunto, que culmina em uma grande parceria em prol do mesmo objetivo: a sustentabilidade. Esses movimentos reforçam o compromisso da empresa com o meio ambiente e a responsabilidade que assumimos em mitigar impactos para garantir a qualidade de vida para as nossas futuras gerações.” Relata.

E nas palavras de afirma João Bento dos Reis Jr, gerente de Operações Estruturadas e Commodities da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF no Brasil: “O mercado de créditos de carbono no Brasil tem muitas regras e, por isso, as negociações envolvendo esse universo precisam de responsabilidade e seriedade. A parceria com a Olfar reforça uma das nossas principais características, que é a inovação, aliada com nossos compromissos ambientais. Desta forma, além de apoiar a jornada de redução de pegada de carbono em todo o país, fortalecemos o legado da agricultura brasileira de forma ainda mais sustentável”.

*https://borainvestir.b3.com.br/noticias/esg/entenda-o-que-sao-e-como-funcionam-os-creditos-de-carbono/

Gestão da Prática Relatada:

Como reportado ao longo do case, o programa aqui descrito passou por muitas áreas da empresa, recebendo sua aprovação final na Alemanha, de modo que o modelo de negócios de aquisição de insumos agrícolas na BASF via pagamento com créditos de carbono fosse incorporado às boas práticas da empresa e estivesse disponível para o cliente que assim desejasse utilizá-lo.
Tudo isso só foi possível graças a boas parcerias como o Grupo Olfar, colaboradores e lideranças comprometidas com as demandas urgentes do mundo atual, com a necessidade de uma economia cada vez mais verde e mais sustentável.
A BASF tem passado por mudanças significativas, perseguindo este propósito. Entre tais mudanças estão a renovação de seu portfólio de produtos e soluções, seu jeito de pensar e fazer negócios, suas práticas. A empresa apresentou em 2023 o projeto Differentiated Steering, que traz uma nova forma de liderar e conduzir a empresa nos próximos anos.
A ideia é que a empresa seja cada vez mais rápida e eficiente, mais competitiva e lucrativa, no propósito de “criar química para um futuro sustentável”. A liderança da companhia tem um olhar lúcido e estratégico para a América do Sul, apostando na criatividade de seus funcionários locais e a força da biodiversidade da região para o desenvolvimento de energia verde e matérias-primas renováveis.
Também vem identificando oportunidades e avaliando os processos e projetos que possa oferecer para gerar valor para a companhia e a sociedade globalmente. Vem, ainda, trabalhando de forma integrada com governos e indústrias para alavancar o potencial verde da região.
Este case é um exemplo disto e do qual a empresa e a Olfar se orgulham fortemente e que esperam que possa contribuir para que cada vez mais players entrem no mercado de descarbonização.

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

Depois de aprovado o projeto, ele passou a integrar um modelo padrão dentro das ferramentas da BASF. Ou seja, quando um cliente resolve comprar produtos BASF, ele tem várias ferramentas de financiamento, seja com o barter de grãos, seja com o barter financeiro ou outras modalidades de pagamento, e agora esse barter com os CBIOs se tornou mais um tipo de modelo de negócio que está à disposição do cliente que assim desejar efetuar seu pagamento.
Seus KPIs seguirão os mesmos padrões de outras ferramentas da BASF, como metas anuais para este tipo de operação, qualidade da operação, feedback do cliente, como ele tem sido atendido, qual foi o prazo de pagamento, prazo de recebimento, se todo o processo se desenvolveu conforme descrito no termo de compromisso, na documentação envolvida, ou seja, o modelo de barter com CBIOs segue o mesmo rigor e padrão de qualidade de atendimento ao cliente e excelência comercial de outros modelos de negócios da BASF.
A empresa já identificou vários outros players interessados no projeto, compostos, basicamente, por usinas e demais produtores de biocombustíveis – não só os que produzem biocombustível a partir da cana de açúcar, como também a partir de soja, milho e outros.