VITTIA S.A.
Há mais de 50 anos, a Vittia acompanha a evolução da agricultura brasileira. Hoje, a empresa tem a maior fábrica de defensivos biológicos da América Latina e uma das maiores do mundo, localizada em São Joaquim da Barra, SP. Com a missão de promover nutrição e proteção vegetal, com o auxílio da tecnologia, os fertilizantes especiais e defensivos biológicos da Vittia também promovem o aumento de produtividade e sustentabilidade para culturas de todo o agronegócio brasileiro.
Para viabilizar nossas linhas de produção, contamos com uma infraestrutura com oito plantas localizadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais, com capacidade para produzir, conjuntamente, mais de 370 milhões de quilos, ou litros ou doses de nossas seis categorias de produtos. Além disso, apoiando nossa força comercial frente à dimensão territorial do Brasil, estruturamos centros de distribuição estrategicamente posicionados próximos às regiões produtoras mais relevantes para o agronegócio brasileiro.
Desde 2020, a Vittia trabalha para ampliar seu portfólio de controle biológico baseado em microrganismos, investindo principalmente em quatro frentes: buscar novas soluções biológicas contra as principais pragas e doenças que afetam a agricultura; testar novas aplicações e novos alvos biológicos de produtos existentes; melhorar formulações e tecnologia de produção; e aumentar sua capacidade de produção.
Dentro do contexto de desafios globais ligados aos sistemas produtivos de alimentos e implementação de práticas agrícolas resilientes, a Vittia passou a incrementar seus esforços para levar a sustentabilidade até a mesa do consumidor. Para isso, foram desenvolvidos projetos para demonstrar aos produtores rurais a viabilidade de manejar grandes áreas com o emprego exclusivo de soluções biológicas, com alta produtividade e rentabilidade.
As iniciativas se espalharam e foi atingido o marco de 60 campos de estudo em todo o Brasil, nas áreas de clientes que se dedicam a diversas lavouras: cana-de-açúcar, milho, algodão, trigo, tomate, soja, feijão, cítricos e café, uma importante cultura para o país.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, com cerca de 38% da produção global, segundo fontes do MAPA. De acordo com a CONAB (2023), Minas Gerais é o maior produtor nacional, com cerca de 1.082.447 hectares de área cultivada e uma produção de 29.005,9 mil sacas beneficiadas na safra 2023. Dentre os fatores que limitam a produção de café, destacam-se a ocorrência de doenças de plantas e pragas. Sendo assim, o manejo da cultura do café é baseado em medidas de manejo integrado de doenças e pragas com uso de defensivos químicos.
O controle biológico de doenças e pragas pode contribuir com o sistema produtivo e gerar ganhos de produtividade nas lavouras. Em doenças de plantas, os agentes de biocontrole atuam contra patógenos por mecanismos de ação como competição, parasitismo e antibiose, e ainda com efeito indireto, na planta, por indução de resistência e promoção de crescimento. Em pragas, atuam pela ação de parasitoides, predadores e patógenos com efeito direto na redução do nível populacional dos insetos.
Assim, fundamentado nos resultados prévios e know-how construído em décadas no segmento, e motivados a gerar mais capital intelectual, a Vittia iniciou, em 2022, o VITCAFÉ – Projeto Café Sustentável, visando entender melhor a necessidade de cada produtor e priorizar um ambiente de produção seguro, consequentemente agregando valor econômico e benefícios socioambientais na produção cafeeira.
E como esperado, foram obtidos resultados que mostram que o uso do controle biológico é uma ferramenta eficiente para auxiliar no manejo de doenças e pragas. Mas o projeto VITCAFÉ foi além e evidenciou que o manejo sustentável não só traz mais segurança no campo e menos impactos, como também contribui com a melhoria da qualidade da bebida.
Dentro do VITCAFÉ, destaca-se o trabalho conduzido em uma propriedade cafeeira de 100 hectares, localizada na cidade de Ibiraci (Minas Gerais), em uma altitude de 1.100 metros.
Para realmente compreender os benefícios do manejo proposto, a parceria e proximidade com o produtor foi estabelecida desde o princípio, sendo o primeiro passo a avaliação do padrão já determinado na propriedade durante a safra 2021, considerando produtividade, incidência de pragas e qualidade do café em diferentes atributos. O manejo VITCAFÉ foi iniciado na safra 2022 e, em 2023, os resultados da colheita foram registrados e avaliados em comparação com o padrão da fazenda que utilizou o manejo com defensivos químicos em uma área de 97 hectares.
Como resultado, o uso dos produtos biológicos proporcionou menor incidência de ferrugem (Hemileia vastatrix) entre as aplicações de tratamentos na lavoura, produção média de 45 sacas por hectare (15 sacas a mais por hectare) e incremento na pontuação da análise sensorial de qualidade da bebida.
Realizada avaliação sensorial do café, foi observado um aumento na pontuação de 83 para 85 em uma escala de 100 pontos, de acordo com os critérios avaliados no “Sistema de Pontuação de Café Especial” (SCAA/SCA). Os bons resultados motivaram a adoção de manejo com biológicos, pela Fazenda, em 100% da plantação para o período de safra 23/24, além da ampliação do Projeto VITCAFÉ para outras sete propriedades com abrangência em três estados do Brasil.
A produção de café sustentável é, portanto, possível com o uso de tecnologias biológicas que auxiliam na melhoria da qualidade dos grãos e agrega maior rentabilidade ao produtor rural. Além disso, o manejo viabiliza a minimização de impactos negativos e favorece a manutenção do equilíbrio no campo.
Segundo dados do MAPA, os biodefensivos cresceram 45% no Brasil nos últimos cinco anos, frente a 6% dos defensivos químicos, sendo que a área tratada chegou a 70 milhões de hectares em 2022.
Só em 2023, segundo dados da CropLife Brasil, entidade que representa a indústria de insumos, as vendas de produtos biológicos cresceram mais de 30%, movimentando R$ 4 bilhões. Nesse mesmo ano, foi divulgado pela CropLife e S&P Global uma projeção para o mercado de bioinsumos na ordem de R$ 17 bilhões até 2030.
Para o agronegócio, o uso destas tecnologias se traduz em ganhos expressivos, assim como aponta o relatório da Redirection International, onde resultados do uso de insumos biológicos apresentaram incrementos de até 15% na produtividade de grãos, além de aumentar a qualidade dos produtos como o café, por exemplo.
Em 2023, a Vittia registrou um crescimento nas receitas provenientes dos produtos biológicos, o que ratifica nossa percepção de crescente adoção de práticas sustentáveis pelos agricultores, que, com a busca por redução de custos e aumento da produtividade das lavouras, estão interessados em nossas tecnologias eficientes, seguras e não danosas ao meio ambiente. Nesse sentido, demos continuidade ao aumento de capacidade de nossas unidades de microbiológicos e estamos em estágio avançado nas obras da biofábrica de macrobiológicos.
Mantivemos no ano o processo de aumento de capacidade e flexibilidade na produção de microbiológicos, com a conclusão da fase 2 do projeto no segundo trimestre. Desde o início das ações, o investimento chegou a R$ 21,5 milhões, dos quais R$ 4,9 milhões desembolsados em 2023. Os recursos permitiram duplicar a aptidão para a fermentação sólida – processo que configura um diferencial em nossa atuação, bem como a produção simultânea e segura de mais microrganismos e produtos com menores riscos de perdas por contaminação. Destinamos outros R$ 6 milhões à aquisição e introdução de biorreatores para a ampliação da capacidade de produção via fermentação líquida/submersa, que começaram a operar no terceiro trimestre. Os investimentos elevaram nossa capacidade estimada de 3,5 milhões de litros/ano para 8 milhões de litros/ano. Consequentemente, nosso faturamento potencial presumido, considerando os preços médios de 2023, passou de R$ 270 milhões para R$ 620 milhões. Seguimos atentos a potencialidades e necessidades operacionais e do mercado, e já estudamos uma fase 3 de investimentos nas fábricas, o que nos impulsionaria à condição de manufaturar 15 milhões de litros por período e superar R$ 1,2 bilhão em receita.
Quanto à cultura cafeeira, segundo a Embrapa, a safra dos cafés do Brasil estimada para o presente ano de 2024 deverá atingir um volume físico equivalente a 58,81 milhões de sacas de 60kg, a qual ocupa uma área total em produção de 1,9 milhão de hectares, um crescimento de 1,5% da área então ocupada, a qual foi de 1,87 milhão de hectares comparado com 2023.
A região Sudeste se destaca como a maior região cafeeira do país, e teve sua safra estimada em 51,17 milhões de sacas, em 2024, volume físico que equivalerá a 87% da produção nacional.
Com relação ao consumo mundial de café, projeções para 2030, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, a demanda mundial de café deverá ter um crescimento médio anual próximo de 2%. Sendo o Brasil responsável por um terço da produção mundial, para manter o market share desse mercado e, ao mesmo tempo, evitar mudanças no uso da terra, o país precisará investir em pesquisa e novas tecnologias sustentáveis para elevar sua produção de sacas de café por ano.
Um dos principais fatores que afetam a produtividade da cultura está relacionado à incidência de doenças, como por exemplo a ferrugem-do-cafeeiro, que pode causar perdas de produção de até 50%, dependendo do sistema e ano de cultivo, da idade e do manejo da lavoura, da cultivar plantada, dentre outros fatores (Fazuoli et al., 2007).
A ferrugem pode provocar a desfolha precoce e a seca dos ramos laterais antes da época de florescimento do cafeeiro, refletindo negativamente no crescimento dos frutos não só na produção atual, como também na produção do ano seguinte.
O manejo VITCAFÉ (totalmente com o uso dos produtos biológicos Vittia) foi realizado com foco no controle de pragas e doenças (principalmente ferrugem), ganho de produtividade e qualidade do café.
Dentre as principais doenças do café, a ferrugem-do-cafeeiro (H. vastatrix), é considerada a mais importante, uma vez que, em regiões onde as condições climáticas são favoráveis, os prejuízos na produção podem chegar a mais de 50%, sendo muitas vezes devastadores no cafezal.
Em relação ao manejo da ferrugem, conforme literatura, existe uma relação direta entre a incidência da doença e a produção de grãos no cafeeiro, sendo assim, foi seguida a avaliação conforme metodologia científica (Chalfoun & Zambolim, 1985). Para demonstrar os benefícios ambientais seguindo o rigor metodológico, a avaliação foi realizada a cada 30 dias, no período de dezembro de 2022 a abril de 2023, coletando cinco folhas, entre o terço médio e o inferior da planta, considerando o par de folhas completamente desenvolvidas dos ramos laterais totalizando 10 folhas/planta. Posteriormente, foi realizada a contagem do número total de folhas coletadas e do número de folhas com pústula de ferrugem, calculando-se, assim, a porcentagem de infecção.
Vale destacar a existência do chamado nível de controle, que é de 5%, o que significa que acima dessa porcentagem passa a ser necessária a intervenção com o controle químico da doença na área.
Considerando então o grande desafio da incidência de ferrugem-do-cafeeiro, os resultados obtidos com um manejo sustentável foram excelentes. O manejo VITCAFÉ obteve 4% frente a 10% do Padrão Fazenda. Isso significa que não foi necessário intervir com defensivos químicos na área e o resultado da incidência ficou 6 pontos percentuais menor que o cenário comparativo.
Na avaliação, foi possível também evidenciar que ocorreu uma diferença em relação ao número de grãos nos ramos. No manejo VITCAFÉ, o número de frutos nos ramos foi maior em relação ao manejo convencional da fazenda. A produção de frutos maior por ramo está ligada diretamente com o manejo da cultura, pois em áreas com a ferrugem-do-cafeeiro pode ocorrer desfolhas precoce, o que impacta na redução da taxa fotossintética e na diminuição da capacidade de produzir carboidratos, refletindo diretamente na produção e qualidade dos grãos.
Em relação à produtividade, foi avaliada que a variedade de café na região tem média de 30 a 40 sacas/ha. A média do produtor em 2021 e 2022 foi de 30 sacas/ha. Já no manejo VITCAFÉ, sua produtividade foi de 45 sacas/ha, ou seja, um incremento significativo de 50%.
No entanto, o principal destaque na condução do projeto foi o resultado obtido quanto à qualidade da bebida. A Metodologia de Avaliação Sensorial da SCA (Specialty Coffee Association) é utilizada no mundo todo. Dentre a classificação, para que o café seja reconhecido como um Café Especial, é necessário atingir no mínimo 80 pontos na escala de pontuação (que vai até 100 pontos), sendo avaliados os seguintes atributos:
• Fragrância/Aroma
• Uniformidade (cada xícara representa estatisticamente 20% do lote avaliado)
• Ausência de defeitos
• Doçura
• Sabor
• Acidez
• Harmonia
• Conceito Final: impressão geral sobre o café, atribuída pelo classificador. Única parcela de subjetividade do classificador na avaliação da amostra.
De acordo com a Metodologia de Avaliação Sensorial da SCA (Specialty Coffee Association), o manejo Padrão Fazenda obteve a pontuação final na análise sensorial de 83 pontos, com notas de fragrância/aroma de chocolate/caramelo. Já VITCAFÉ apresentou 85 pontos, elevando a pontuação em 2 pontos na classificação. Além disso, foram atribuídas ao café, manejo VITCAFÉ, as notas de Fragrância/Aroma de frutado/frutas amarelas/cítrico e, adicionalmente, retrogosto de finalização longa e persistente.
De acordo com a SCAA (Specialty Coffee Association of America), a pontuação de 85 passa a ser classificada na faixa de descrição Excelente e classificação Origem Especial, enquanto a pontuação 83 é classificada na faixa de descrição Muito Bom e classificação Especial. Essa nova classificação, além de significar o aumento da qualidade na bebida, também agrega valor ao produto no mercado interno e principalmente para o mercado externo (exportação).
Sendo assim, o Projeto VITCAFÉ foi uma ferramenta eficaz em construir uma alta produtividade, além de melhorar a qualidade da bebida, mostrando que a adoção de medidas sustentáveis pode, sim, trazer eficiência e geração de valor.
Diante dos resultados obtidos, o produtor optou por expandir o manejo VITCAFÉ para sua área total, cerca de 100 ha. Desta forma, foi possível a produção da bebida com alta qualidade de forma sustentável e gerando mais rentabilidade ao cafeicultor.
Há mais de 50 anos, a Vittia acompanha a evolução da agricultura brasileira. Hoje, a empresa tem a maior fábrica de defensivos biológicos da América Latina e uma das maiores do mundo, localizada em São Joaquim da Barra, SP. Com a missão de promover nutrição e proteção vegetal, com o auxílio da tecnologia, os fertilizantes especiais e defensivos biológicos da Vittia também promovem o aumento de produtividade e sustentabilidade para culturas de todo o agronegócio brasileiro.
Para viabilizar nossas linhas de produção, contamos com uma infraestrutura com oito plantas localizadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais, com capacidade para produzir, conjuntamente, mais de 370 milhões de quilos, ou litros ou doses de nossas seis categorias de produtos. Além disso, apoiando nossa força comercial frente à dimensão territorial do Brasil, estruturamos centros de distribuição estrategicamente posicionados próximos às regiões produtoras mais relevantes para o agronegócio brasileiro.
Desde 2020, a Vittia trabalha para ampliar seu portfólio de controle biológico baseado em microrganismos, investindo principalmente em quatro frentes: buscar novas soluções biológicas contra as principais pragas e doenças que afetam a agricultura; testar novas aplicações e novos alvos biológicos de produtos existentes; melhorar formulações e tecnologia de produção; e aumentar sua capacidade de produção.
Dentro do contexto de desafios globais ligados aos sistemas produtivos de alimentos e implementação de práticas agrícolas resilientes, a Vittia passou a incrementar seus esforços para levar a sustentabilidade até a mesa do consumidor. Para isso, foram desenvolvidos projetos para demonstrar aos produtores rurais a viabilidade de manejar grandes áreas com o emprego exclusivo de soluções biológicas, com alta produtividade e rentabilidade.
As iniciativas se espalharam e foi atingido o marco de 60 campos de estudo em todo o Brasil, nas áreas de clientes que se dedicam a diversas lavouras: cana-de-açúcar, milho, algodão, trigo, tomate, soja, feijão, cítricos e café, uma importante cultura para o país.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, com cerca de 38% da produção global, segundo fontes do MAPA. De acordo com a CONAB (2023), Minas Gerais é o maior produtor nacional, com cerca de 1.082.447 hectares de área cultivada e uma produção de 29.005,9 mil sacas beneficiadas na safra 2023. Dentre os fatores que limitam a produção de café, destacam-se a ocorrência de doenças de plantas e pragas. Sendo assim, o manejo da cultura do café é baseado em medidas de manejo integrado de doenças e pragas com uso de defensivos químicos.
O controle biológico de doenças e pragas pode contribuir com o sistema produtivo e gerar ganhos de produtividade nas lavouras. Em doenças de plantas, os agentes de biocontrole atuam contra patógenos por mecanismos de ação como competição, parasitismo e antibiose, e ainda com efeito indireto, na planta, por indução de resistência e promoção de crescimento. Em pragas, atuam pela ação de parasitoides, predadores e patógenos com efeito direto na redução do nível populacional dos insetos.
Assim, fundamentado nos resultados prévios e know-how construído em décadas no segmento, e motivados a gerar mais capital intelectual, a Vittia iniciou, em 2022, o VITCAFÉ – Projeto Café Sustentável, visando entender melhor a necessidade de cada produtor e priorizar um ambiente de produção seguro, consequentemente agregando valor econômico e benefícios socioambientais na produção cafeeira.
E como esperado, foram obtidos resultados que mostram que o uso do controle biológico é uma ferramenta eficiente para auxiliar no manejo de doenças e pragas. Mas o projeto VITCAFÉ foi além e evidenciou que o manejo sustentável não só traz mais segurança no campo e menos impactos, como também contribui com a melhoria da qualidade da bebida.
Dentro do VITCAFÉ, destaca-se o trabalho conduzido em uma propriedade cafeeira de 100 hectares, localizada na cidade de Ibiraci (Minas Gerais), em uma altitude de 1.100 metros.
Para realmente compreender os benefícios do manejo proposto, a parceria e proximidade com o produtor foi estabelecida desde o princípio, sendo o primeiro passo a avaliação do padrão já determinado na propriedade durante a safra 2021, considerando produtividade, incidência de pragas e qualidade do café em diferentes atributos. O manejo VITCAFÉ foi iniciado na safra 2022 e, em 2023, os resultados da colheita foram registrados e avaliados em comparação com o padrão da fazenda que utilizou o manejo com defensivos químicos em uma área de 97 hectares.
Como resultado, o uso dos produtos biológicos proporcionou menor incidência de ferrugem (Hemileia vastatrix) entre as aplicações de tratamentos na lavoura, produção média de 45 sacas por hectare (15 sacas a mais por hectare) e incremento na pontuação da análise sensorial de qualidade da bebida.
Realizada avaliação sensorial do café, foi observado um aumento na pontuação de 83 para 85 em uma escala de 100 pontos, de acordo com os critérios avaliados no “Sistema de Pontuação de Café Especial” (SCAA/SCA). Os bons resultados motivaram a adoção de manejo com biológicos, pela Fazenda, em 100% da plantação para o período de safra 23/24, além da ampliação do Projeto VITCAFÉ para outras sete propriedades com abrangência em três estados do Brasil.
A produção de café sustentável é, portanto, possível com o uso de tecnologias biológicas que auxiliam na melhoria da qualidade dos grãos e agrega maior rentabilidade ao produtor rural. Além disso, o manejo viabiliza a minimização de impactos negativos e favorece a manutenção do equilíbrio no campo.
O projeto VITCAFÉ investe em qualidade, produtividade e sustentabilidade, além de contribuir com a melhoria do balanço socioambiental e obter ganhos de rentabilidade por área. Com um manejo de proteção e nutrição, o 100% biológico, é possível melhorar o solo, a eficiência das plantas e a produtividade sem deixar resíduos nas colheitas, atuando por completo, de forma sustentável, em todas as etapas do manejo agrícola.
A utilização de fertilizantes biológicos na cafeicultura possibilita um fornecimento sustentável de nutrientes, melhora a estrutura do solo, aumentando a capacidade de retenção de água e aeração, gerando também melhoria no desenvolvimento das raízes do cafeeiro.
Outro aspecto importante é o estímulo da atividade microbiana no solo, isso auxilia na decomposição da matéria orgânica, na ciclagem de nutrientes e na prevenção de doenças do solo. O aumento da resistência das plantas, como os bioestimulantes, pode aumentar a resistência dos cafeeiros a estresses bióticos e abióticos, como doenças, pragas, seca e salinidade do solo. A utilização de biofertilizantes pode também reduzir a dependência de fertilizantes sintéticos e ajudar a alcançar uma agricultura mais sustentável e resiliente.
Já o uso de biodefensivos utiliza organismos vivos como insetos predadores, insetos parasitas e microrganismos diversos (fungos, bactérias e vírus) para controlar as pragas e doenças naturalmente na lavoura. Esse tipo de controle contribui para promover a proteção da biodiversidade pelo uso de inimigos naturais das pragas com menor risco de desenvolvimento de resistências destas, quando comparado com o uso de defensivos químicos, uma vez que envolve frequentemente múltiplos predadores, parasitoides ou microrganismos.
Vale destacar o comparativo entre o padrão fazenda e o manejo VITCAFÉ na propriedade em Ibiraci, onde o manejo convencional, durante o mesmo período, teve aplicação de nove diferentes defensivos químicos (fungicidas, inseticidas e acaricidas), caracterizados em sua maioria como muito perigosos ao meio ambiente (Classes II e III). A busca por alternativas ao tratamento químico também tem relevância dentro de uma perspectiva de mitigação das mudanças climáticas, tendo em vista que dentro de uma visão de ciclo de vida de produto, tais categorias de produto possuem pegada de carbono alta associada à sua produção. Estudos apontam que a produção de inseticidas gera uma emissão entre 14,8 e 18,9kg CO2 por quilograma de produto e, no caso de fungicidas, a emissão varia entre 11,9 e 29,2kg CO2 por quilograma de produto.
Além das perdas da produção já citadas anteriormente, pragas e doenças, como a ferrugem-do-cafeeiro, trazem impactos financeiros para o produtor. Estudos têm demonstrado que o grau de infecção do cafeeiro causado pela ferrugem está diretamente relacionado com o nível de produção. O custo no controle depende do manejo adotado, que está diretamente associado ao custo de produção do café. No cenário produtivo, onde é adotado o manejo químico, não só o valor do defensivo impacta, mas também as tecnologias de aplicação que podem onerar o processo.
Mais do que isso, o manejo químico possui um risco de contaminação ambiental, principalmente por meio da utilização indevida dos defensivos agrícolas, bem como a exposição dos trabalhadores aos produtos utilizados, o que pode acarretar problemas à saúde. A ferrugem, se não for bem controlada, pode acarretar, além dos problemas citados, menor longevidade das lavouras e perda da qualidade do café.
Assim, o controle biológico e a nutrição reduzem a necessidade do uso de químicos e, portanto, minimiza os impactos negativos no ambiente, na saúde humana do trabalhador do campo e no consumidor final, além de melhorar a segurança alimentar e a qualidade do produto final, no caso o café.
Como demostrado no resultado do case, o manejo promoveu também uma melhoria na qualidade do café, pois com o solo mais equilibrado e saudável, com menos resíduos químicos, características relevantes da bebida foram positivamente afetadas: sabor, aroma e corpo da bebida, traduzido na melhoria da pontuação para classificação dos cafés especiais e geração de valor para o produtor.
Sabendo da evolução necessária para sistemas produtivos mais sustentáveis ganharem escala e magnitude no país, a Vittia entende que tem um papel de sensibilização e capacitação de produtores. Por isso, ao longo deste projeto, também foram investidos recursos no apoio de três importantes eventos nacionais no setor cafeeiro e cerca de cinco outros eventos da Vittia já estão sendo planejados, a fim de levar conhecimento sobre o manejo biológico para o ecossistema de atores atuantes no setor.
Para cada campo do projeto, estipulamos protocolos adequados às características das propriedades e regiões, e conduzimos análises de longo prazo sobre aspectos como presença de microrganismos e insetos benéficos, incremento de produtividade e viabilidade econômica. Os indicadores são comparados aos de outras áreas das propriedades que recebem técnicas de manejo convencionais, incluindo a aplicação de produtos químicos. Os resultados que obtivemos até agora atestam a eficiência e as vantagens com as quais nos comprometemos.
Além disso, um bom acompanhamento bem como a análise e consequente gerenciamento do nível de controle de doenças do cafeeiro proporcionam menores perdas, otimizando a produção e aumentando a sustentabilidade econômica, social e ambiental da atividade.
O projeto foi conduzido em 3 hectares localizados na cidade de Ibiraci, Minas Gerais. Durante a safra 2021, foi avaliado o Padrão Fazenda. Na safra 2022, o manejo VITCAFÉ foi iniciado. O manejo VITCAFÉ foi constituído pelos biodefensivos Vittia, sendo eles os Fungicidas biológicos (Tricho-Turbo® e Bio-Imune®), Inseticidas biológicos (Meta-turbo SC®, BT-Turbo Max® e Bovéria-Turbo®) e Nematicidas biológicos (Rizo-Turbo® e Biobaci®). A produtividade foi avaliada na área VITCAFÉ e a incidência de ferrugem-do-cafeeiro (H. vastatrix) avaliada em ambos os manejos.
Além disso, a qualidade de bebida avaliada por análise sensorial em que os atributos da bebida do café como fragrância/aroma, sabor, acidez, corpo, equilíbrio foram estimados em notas, de acordo com o protocolo da SCA (Specialty Coffee Association).
O trabalho conduzido no VITCAFÉ está alinhado aos temas materiais ESG, dado que o relacionamento e a satisfação de clientes e consumidores são alguns dos treze temas priorizados da estratégia da Vittia. Assim, conduzir tais experimentos reforça a proximidade ao produtor e fortalece a gestão do tema material.
Paralelamente, a área de Inteligência de Mercado trabalha com dados contratados e públicos para identificar cenários/segmentos promissores e desafiadores. As análises realizadas permitem focar, por exemplo, nas culturas em evidência e/ou que apresentam oportunidades para incremento no uso das soluções. Com essa base, o atendimento a certas culturas foi reforçado, como no caso da cana-de-açúcar, hortifrútis e o próprio café. O trabalho também permite estimar a necessidade de estoques e de vendas. A área de Inteligência de Mercado começou a incrementar as funções e os usos da ferramenta de Customer Relationship Management (CRM). Gradualmente, são introduzidos e analisados dados sobre vendas, clientes, resultados em campo, entre outros, para o mapeamento de produtores, cooperativas e revendas, direcionamento de esforços e investimentos. Em 2023, um dos frutos dessas análises foi a construção de trilha de relacionamento com clientes, com a definição de rotinas/frequência de visitas em razão do perfil de suas propriedades e das culturas produzidas.
São também acompanhados indicadores como os de recompra, entrega nos prazos, volumes e especificações adequados para assegurar um bom nível de satisfação dos clientes e sua fidelização.
O Projeto VITCAFÉ teve início em 2022 com a parceria de quatro propriedades no estado de Minas Gerais, organizado pela equipe técnica especializada de agrônomos da Vittia. Os resultados positivos da safra 22/23, com destaque para o case em questão, possibilitou um avanço no programa que atualmente já conta com 10 fazendas parceiras localizadas em três estados: Minas Gerais (seis propriedades), São Paulo (duas propriedades) e Bahia (duas propriedades).
Os primeiros resultados alcançados na safra 22/23, aliados à disseminação das informações pela equipe técnica através de eventos, dias de campo e diversas ações de marketing, possibilitaram o crescimento do VITCAFÉ com perspectivas de resultados cada vez mais significativos quanto a controle de pragas, produtividade e qualidade do café. Contribuindo assim para uma agricultura mais sustentável, ambientalmente vantajosa, socialmente e economicamente viáveis.
O VITCAFÉ promove, além da parceria com os produtores, parcerias com profissionais e pesquisadores especialistas na Cultura do Café e com instituições de pesquisa e ensino que auxiliam no acompanhamento e suporte da estruturação do Projeto.
Em 2023, promovemos ainda o VitCoffee, evento que proporcionou a clientes, estudantes e demais interessados no tema, em Franca (SP), palestras ministradas por especialistas em cafeicultura sobre manejo de doenças e pragas, tecnologias de aplicação de defensivos biológicos e uso de fertilizantes organominerais, além de mesa-redonda em que agricultores apresentaram cases de sucesso.
Ademais, na virada de 2023 para 2024, a Vittia divulgou uma novidade relevante para os produtores de café: um novo alvo de controle do nosso produto Criso-VIT® (Chrysoperla externa), que consiste no bicho-mineiro (Leucoptera coffeella), inimigo que tem capacidade de reduzir a produtividade das plantações em até 60%. Essa solução à base de crisopídeos entrega voracidade, polifagia e busca eficiente ao inseto-praga, e resolve o problema de alcance ao alvo, encontrado pelos químicos. O Criso-VIT® já era empregado no controle de ninfas de pulgões que atacam diversas culturas. Com isso, essa nova alternativa está sendo aplicada nos estudos em andamento do VITCAFÉ.
Assim, o projeto se mantém em constante evolução, mas mantendo seus focos principais: aliar inovação e sustentabilidade no manejo de pragas e doenças, bem como atingir um número cada vez maior de produtores e área manejada com produtos biológicos. Para isso, os investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento e Inovação seguem sendo prioridade, afinal, conhecimento é um ativo que nos coloca na vanguarda, especialmente em relação a produtos biológicos no mercado mundial. Entendemos que o futuro passa pela contínua descoberta e exploração de soluções sustentáveis para atender agricultores e pecuaristas de qualquer parte e independentemente da cultura cultivada.