Ano: 2024

Protegendo a biodiversidade como parte da estratégia de legado ambiental para a região de Paracatu/MG

KINROSS BRASIL MINERACAO S/A

Categoria: Processos

Aspectos Gerais da Prática:

A disponibilidade de recursos naturais e de matéria-prima é fundamental para o desenvolvimento da sociedade, que demanda cada vez mais novos produtos e soluções das empresas e indústrias. A perda e a ameaça à biodiversidade ameaçam também funções ecológicas essenciais como, por exemplo, a polinização para produção de alimentos, o que impacta na nossa capacidade de produzir alimentos, madeira, fontes de energia, medicamentos e oportunidades para uma vida em contato com a natureza. A biodiversidade é importante em diversos aspectos. A biodiversidade apresenta valores ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético.

As ações e iniciativas que valorizam a biodiversidade e promovam pesquisa, preservação e recuperação da flora e da fauna – bem como a promoção da diversidade nos ambientes sociais – são cada vez mais pautadas pelas empresas e instituições. Essa premissa norteia nossas atividades em todas as áreas, desde a lavra e processamento do minério até as atividades de recuperação das áreas utilizadas e revegetação com plantas nativas.

Promover as mudanças necessárias e pertinentes a cada negócio é uma longa jornada, que pode ser iniciada de forma gradativa e consciente. Capitais têm se realocado rapidamente buscando ativos sustentáveis e isso tem exigido das empresas algumas revisões em seu modelo de negócio.

Neste sentido, desde início da implantação do Projeto Morro do Ouro, havia um desafio a suplantar. O município de Paracatu, em Minas Gerais, onde ocorre a extração do minério, está inserido no Bioma Cerrado, e como acontece em praticamente todos os biomas brasileiros – ricos em diversidade – o Cerrado vem sofrendo uma progressiva substituição das paisagens naturais por conta dos massivos efeitos de atividades antropomórficas.

O desafio era – e é – fazer uma intensa gestão e manejo da biodiversidade, principalmente em relação à fauna, já que muitas espécies de vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos) são importantes bioindicadores de qualidade ambiental.

Dentre as principais atividades que a Kinross conduz, de forma a promover a proteção e manutenção da biodiversidade, local e regional, destacam-se as seguintes:

Recuperação ambiental: o processo de recuperação ambiental na área do empreendimento se dá por meio da adoção de um conjunto de medidas, ferramentas, técnicas e materiais, nas áreas que já foram utilizadas na operação da mineração. Uma dessas ações são a revegetação, que recuperam o ecossistema para níveis similares ou até melhores que antes da implantação das atividades minerárias. As áreas de empréstimo, por exemplo, se encontram em fase de recuperação, onde já foram realizados plantios de mudas de espécies nativas da região, que naturalmente servem de atrativo para fauna silvestre e formação de corredores ecológicos.

Viveiros comunitários: com o objetivo de promover a participação da comunidade no processo de recuperação de áreas degradadas, foram construídos viveiros florestais para a produção de mudas de espécies nativas da região. O projeto denominado “Viveiros Comunitários”, iniciado em 2017 na comunidade de Santa Rita, zona rural de Paracatu/MG (comunidade vizinha ao empreendimento), envolveu a construção de 20 viveiros florestais na região, bem como o fornecimento de todos os materiais e insumos necessários. As mudas produzidas nestes viveiros são utilizadas na recuperação das áreas degradadas e os produtores rurais e associações comunitárias são remuneradas por unidade.

Proteção e cercamento de nascentes: desenvolver a consciência coletiva sobre o valor e a importância da preservação das nascentes. Com esta premissa, nasceu em meados de 2009 o ‘Projeto Espalha’, iniciativa da Kinross com o objetivo de proteger as nascentes do Córrego Espalha, garantindo a vazão do Córrego Rico, e a preservação ambiental da Bacia do Espalha, conciliando com as atividades agropecuárias já existentes de maneira sustentável. O projeto previa ações de educação ambiental para os pequenos produtores rurais, cercamento de nascentes, protegendo os olhos d´água, evitando o pisoamento do rebanho e contou com o apoio fundamental dos proprietários rurais. Os resultados positivos na bacia do Espalha serviram de impulso para a busca de objetivos ainda mais transformadores. Assim, a Kinross, ONG Movimento Verde de Paracatu (Grupo Mover) e Instituto Estadual de Florestas (IEF) fundaram, em 2010, o Projeto de Proteção das Nascentes e Veredas da Bacia do Rio Paracatu, o mais importante afluente do Rio São Francisco.

Monitoramento de fauna e flora: o monitoramento faunístico consiste em realizar o acompanhamento sistemático da fauna a partir de grupos indicadores selecionados, com ênfase nas espécies ameaçadas e endêmicas registradas nas áreas de influência direta e indireta da Mina Morro do Ouro. Para o monitoramento de flora, dentre os indicadores utilizados pela Kinross, destaca-se o índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’), que mede a riqueza e diversidade de espécies da flora ao longo das áreas em processo de recuperação submetidas a um monitoramento contínuo.

Parque estadual de Paracatu: o Parque Estadual de Paracatu nasceu em 2011, após a regularização fundiária e doação da área, pela Kinross, para a sua criação como forma de compensação florestal. Com 6.400 hectares e administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), a unidade de conservação possui a importante função de preservar a fauna e flora da região, proteger os recursos hídricos da área e assegurar a biodiversidade local. A seleção da área do parque foi estratégica, uma vez que ela se encontra na cabeceira do Ribeirão Santa Izabel, o principal contribuinte para o ponto de captação de água pela Copasa visando fornecimento a cidade de Paracatu.

Educação ambiental: A KBM, como parte do seu Programa de Educação ambiental, promove relacionamento com a instituições de ensino, com palestras de temas ambientais e de mineração à diversas universidades e escolas do município. O principal objetivo é promover ações e atividades de comunicação e educação ambiental, visando contribuir para ampliar a percepção sobre as questões ambientais contemporâneas e locais, bem como transmitir informações referente aos aspectos e impactos positivos e negativos da atividade de mineração. Nas escolas públicas da região, por exemplo, a temática da sustentabilidade é tratada com os alunos por meio do projeto “Contar e Recontar Histórias para Encantar e Transformar Ideias”, que oferece oficinas eco literárias e apresentações teatrais.

Dessa forma, quando do encerramento das operações da empresa, os balanços sociais, econômicos e ambientais devem ser positivos em relação aos impactos gerados durante o período de operação e anteriormente ao mesmo. A empresa deverá deixar um legado que seja a melhoria da qualidade de vida da comunidade e do meio ambiente que supere em benefícios quando comparado a um cenário em que a empresa não tenha se instalado em Paracatu.

Relevância para o Negócio:

A exploração de recursos minerais sempre foi criticada no âmbito da sustentabilidade, uma vez que se trata de exploração de recursos não renováveis. Entretanto, a KBM acredita que se um determinado empreendimento gerencia de forma adequada seus impactos durante sua vida útil, além de gerar benefícios sociais, econômicos e ambientais para uma determinada comunidade, região e país, de forma que estes possam ser mantidos e melhorados ao longo do tempo inclusive após o encerramento de suas operações, pode-se afirmar que tal empreendimento promoveu o almejado desenvolvimento sustentável.

Para a Kinross Brasil Mineração (KBM), a mineração sustentável, que preza pela manutenção da biodiversidade local e regional, só é possível se aliarmos nossa operação ao respeito à comunidade em que estamos inseridos. Nosso trabalho é pautado na relação de parceria com o desenvolvimento da cidade de Paracatu, equilibrando nossas atividades operacionais com questões socioambientais relevantes à comunidade. Abordagem que está em sintonia com nossos valores corporativos, que posicionam a responsabilidade com as pessoas e com o meio ambiente sempre em primeiro lugar.

A ideia deste conceito é que uma determinada operação mineira gerencie adequadamente seus impactos sociais, econômicos e ambientais durante a vida útil da mina e adote ações compensatórias e outras que agreguem valor de forma que se produza um balanço positivo para as comunidades após o encerramento da operação. Assim, o balanço do legado deve ser positivo e os benefícios duradouros. Essa é a principal relevância para o negócio.

A KBM entende que todas as fases de um empreendimento mineral devem ser consideradas no âmbito da temática de sustentabilidade e proteção da biodiversidade. Assim, a abordagem de desenvolvimento sustentável inicia-se quando se decide explorar um novo negócio, continua durante o planejamento de um novo projeto, sua implementação e durante a fase de operação, estendendo até o fechamento da mina, incluindo ações de fechamento progressivo. Finalmente, a sustentabilidade deve ser confirmada através de análise independente e de indicadores, após o fechamento do site ao longo dos anos pela avaliação do cenário econômico, social e ambiental em relação ao existente previamente à implantação do empreendimento. Ou seja, a comunidade local deve estar melhor que se encontrava anteriormente em relação a estas dimensões.

Cada vez mais, como parte das pressões mundiais, as agendas de ESG, de modo geral, estão sendo desafiadas a demonstrar como elas inserem o capital natural como parte das variáveis do negócio. Nesse sentido, pensamos que, toda parte da nossa estratégia tem um foco em responder a essas demandas das partes interessadas, bem como adicionar valor ao negócio. A preservação da biodiversidade se insere como uma variável de atratividade para novos investidores.

Qualquer operação mineira busca a maior aceitação possível de suas partes interessadas e em particular das comunidades de entorno que sofrerão os impactos. A comunicação e o engajamento desde o início de um processo de pesquisa mineral, passando se pelo desenvolvimento e implantação da operação e após o fechamento, são essenciais para se possa balancear os impactos positivos e negativos da atividade da mina. Ter definidos os requisitos mínimos para gerenciar a biodiversidade em todas as fases das operações, visando alcançar o impacto positivo e maximizar as oportunidades de biodiversidade nas regiões de operação são premissas básicas para o grupo.

A Kinross adota as melhores práticas de gerenciamento sobre as áreas de forma a proteger os recursos biológicos (flora e fauna aquática e terrestre) dos efeitos potencialmente prejudiciais das operações e da infraestrutura da mina. As melhores práticas de gerenciamento incluem, por exemplo, a proteção e cercamento de áreas, ajustes químicos como redução das concentrações de cianeto em tanques específicos e estabelecimento/revisão periódica de procedimentos específicos.

A proteção dos recursos biológicos e a minimização dos impactos incluem a identificação, o monitoramento e a proteção tanto da biodiversidade quanto do habitat biológico. O gerenciamento dos recursos biológicos é suficientemente robusto para garantir essa proteção durante todo o ciclo de vida das atividades da Kinross. Inclui-se o estabelecimento de um plano de recursos biológicos, com definição de áreas protegidas e zonas de amortecimento, recuperação de áreas degradadas, manejo da fauna, plano de fechamento de mina, de forma a permitir a atuação preventiva e a melhoria contínua, promovendo a gestão segura e eficaz dos recursos naturais.

Além disso, temos um processo de comunicação e engajamentos que busca formas adequadas de se identificar, monitorar e avaliar o desempenho de uma operação de mineração em relação as preocupações de suas partes interessadas, principalmente das comunidades vizinhas. Estes contatos são realizados de forma contínua e periódica, usando linguagens adequadas aos diversos públicos. A KBM propõe uma abordagem pioneira para este assunto.

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

A KBM fomenta parcerias com instituições de pesquisa e ensino, de forma intensiva, buscando a implementação de soluções técnicas viáveis, com disseminação de conhecimento e preenchimento de lacunas de conhecimento para região do município de Paracatu.

O trabalho de conservação e preservação das áreas de responsabilidade da Kinross conta com o apoio fundamental dos técnicos da academia. Atualmente, possuímos parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), para desenvolver projetos de pesquisa relacionados, dentre outros objetivos, à gestão de drenagem ácida de mina e à melhoria dos processos de revegetação de áreas que progressivamente deixarão de serem utilizadas. O controle sob a geração da drenagem ácida se dá devido a ocorrência de material sulfetado na composição natural da rocha. A KBM instalou drenos alcalinos nas vertentes onde existem contribuições para as drenagens superficiais, de forma a tratar as águas ácidas. Outro importante escopo desta parceria é o monitoramento das áreas em recuperação ambiental, fornecendo subsídios para ações de melhorias neste processo.

Uma iniciativa inovadora da KBM relaciona se ao mapeamento de um potencial corredor ecológico na região de Paracatu de forma a garantir a preservação de espécies do Cerrado em especial aquelas ameaçadas de extinção. De forma a atingir este objetivo a empresa planeja uma recuperação de suas áreas como parte de um mosaico de áreas protegidas na região assegurando áreas de conectividade e permitindo fluxo gênico entre áreas anteriormente degradadas.

Ou seja, no futuro, quando a empresa não estiver mais minerando, estará assegurado um corredor ecológico na região, essencial a manutenção da biodiversidade. De forma que a riqueza de espécies seja mensurada a medida que os processos de reabilitação ocorrem. A KBM realiza também um monitoramento científico de diferentes processos de recuperação ambiental conduzidos nas dependências da empresa adotando índices científicos mundialmente conhecidos (Indice de Shannon, por exemplo, que reflete a diversidade das áreas).

Visando o desenvolvimento de protocolo tecnológico para revegetação definitiva de taludes de barragem de rejeitos, foi firmado no último ano um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) junto à Embrapa Cerrados. A Embrapa possui um histórico de inovação e sustentabilidade ambiental, o qual é reconhecido nacionalmente e internacionalmente, com excelente reputação em termos de desenvolvimento tecnológico e transformação econômico-territorial.

O desenvolvimento sustentável e a manutenção da biodiversidade são premissas para planejamento de atividades e condução de projetos socioambientais. Nossas iniciativas possuem um critério muito forte atrelado à sustentabilidade, reforçando a conscientização ambiental e senso de pertencimento das partes interessadas envolvidas (projeto de viveiros comunitários e cercamento de nascentes, por exemplo).

Além disso, a KBM adota, como a base de sua estratégia, as diretrizes constantes dos valores e princípios de responsabilidade corporativa, os objetivos do Desenvolvimento Sustentável para a Mineração (“ODS”) do PNUD-ONU (Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento – Organização das Nações Unidas). É considerada também a Agenda Paracatu 2030, voltada para o desenvolvimento sustentável regional.

Trazendo para o cenário de mudanças climáticas, nos últimos anos, foram implementadas diferentes iniciativas para tentar frear tais efeitos. A Kinross reconhece que a mudança climática é uma das questões mais importantes que a sociedade atual enfrenta e acredita que a indústria de mineração tem uma responsabilidade em contribuir positivamente para mitigar os riscos associados. A estratégia e metas estabelecidas não são apenas essenciais para proteger o meio ambiente, mas também vitais para o sucesso de longo prazo do negócio.

Assim, para aumentar nossa eficiência energética, buscamos a melhor performance com o menor gasto energético possível, buscando eliminar os desperdícios do processo, mal-uso, melhorar aproveitamento das fontes renováveis, eliminação de fontes não renováveis e/ou com alto poder de geração de gases de efeito estufa, além da implementação de soluções limpas, monitoramento dos resultados e melhoria contínua dos processos e seus controles.

Ainda em caráter inovador, buscamos melhorar a percepção das comunidades em relação à mineração, através de uma estratégia de escuta de quais os interesses das comunidades antes da implementação das iniciativas e projetos de biodiversidade, por exemplo. Essa condução de pesquisas de opinião junto às comunidades, entender o que as comunidades almejam, incluindo possibilidades de uso futuro (pós fechamento) é parte essencial desse processo, focando num melhor relacionamento com as comunidades e outras partes interessadas, gerando novos diálogos e oportunidades.

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

A disponibilidade de recursos naturais e de matéria-prima é fundamental para o desenvolvimento da sociedade, que demanda cada vez mais novos produtos e soluções das empresas e indústrias. A perda e a ameaça à biodiversidade ameaçam também funções ecológicas essenciais como, por exemplo, a polinização para produção de alimentos, o que impacta na nossa capacidade de produzir alimentos, madeira, fontes de energia, medicamentos e oportunidades para uma vida em contato com a natureza. A biodiversidade é importante em diversos aspectos. A biodiversidade apresenta valores ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético.

As ações e iniciativas que valorizam a biodiversidade e promovam pesquisa, preservação e recuperação da flora e da fauna – bem como a promoção da diversidade nos ambientes sociais – são cada vez mais pautadas pelas empresas e instituições. Essa premissa norteia nossas atividades em todas as áreas, desde a lavra e processamento do minério até as atividades de recuperação das áreas utilizadas e revegetação com plantas nativas.

Promover as mudanças necessárias e pertinentes a cada negócio é uma longa jornada, que pode ser iniciada de forma gradativa e consciente. Capitais têm se realocado rapidamente buscando ativos sustentáveis e isso tem exigido das empresas algumas revisões em seu modelo de negócio.

Neste sentido, desde início da implantação do Projeto Morro do Ouro, havia um desafio a suplantar. O município de Paracatu, em Minas Gerais, onde ocorre a extração do minério, está inserido no Bioma Cerrado, e como acontece em praticamente todos os biomas brasileiros – ricos em diversidade – o Cerrado vem sofrendo uma progressiva substituição das paisagens naturais por conta dos massivos efeitos de atividades antropomórficas.

O desafio era – e é – fazer uma intensa gestão e manejo da biodiversidade, principalmente em relação à fauna, já que muitas espécies de vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos) são importantes bioindicadores de qualidade ambiental.

Dentre as principais atividades que a Kinross conduz, de forma a promover a proteção e manutenção da biodiversidade, local e regional, destacam-se as seguintes:

Recuperação ambiental: o processo de recuperação ambiental na área do empreendimento se dá por meio da adoção de um conjunto de medidas, ferramentas, técnicas e materiais, nas áreas que já foram utilizadas na operação da mineração. Uma dessas ações são a revegetação, que recuperam o ecossistema para níveis similares ou até melhores que antes da implantação das atividades minerárias. As áreas de empréstimo, por exemplo, se encontram em fase de recuperação, onde já foram realizados plantios de mudas de espécies nativas da região, que naturalmente servem de atrativo para fauna silvestre e formação de corredores ecológicos.

Viveiros comunitários: com o objetivo de promover a participação da comunidade no processo de recuperação de áreas degradadas, foram construídos viveiros florestais para a produção de mudas de espécies nativas da região. O projeto denominado “Viveiros Comunitários”, iniciado em 2017 na comunidade de Santa Rita, zona rural de Paracatu/MG (comunidade vizinha ao empreendimento), envolveu a construção de 20 viveiros florestais na região, bem como o fornecimento de todos os materiais e insumos necessários. As mudas produzidas nestes viveiros são utilizadas na recuperação das áreas degradadas e os produtores rurais e associações comunitárias são remuneradas por unidade.

Proteção e cercamento de nascentes: desenvolver a consciência coletiva sobre o valor e a importância da preservação das nascentes. Com esta premissa, nasceu em meados de 2009 o ‘Projeto Espalha’, iniciativa da Kinross com o objetivo de proteger as nascentes do Córrego Espalha, garantindo a vazão do Córrego Rico, e a preservação ambiental da Bacia do Espalha, conciliando com as atividades agropecuárias já existentes de maneira sustentável. O projeto previa ações de educação ambiental para os pequenos produtores rurais, cercamento de nascentes, protegendo os olhos d´água, evitando o pisoamento do rebanho e contou com o apoio fundamental dos proprietários rurais. Os resultados positivos na bacia do Espalha serviram de impulso para a busca de objetivos ainda mais transformadores. Assim, a Kinross, ONG Movimento Verde de Paracatu (Grupo Mover) e Instituto Estadual de Florestas (IEF) fundaram, em 2010, o Projeto de Proteção das Nascentes e Veredas da Bacia do Rio Paracatu, o mais importante afluente do Rio São Francisco.

Monitoramento de fauna e flora: o monitoramento faunístico consiste em realizar o acompanhamento sistemático da fauna a partir de grupos indicadores selecionados, com ênfase nas espécies ameaçadas e endêmicas registradas nas áreas de influência direta e indireta da Mina Morro do Ouro. Para o monitoramento de flora, dentre os indicadores utilizados pela Kinross, destaca-se o índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’), que mede a riqueza e diversidade de espécies da flora ao longo das áreas em processo de recuperação submetidas a um monitoramento contínuo.

Parque estadual de Paracatu: o Parque Estadual de Paracatu nasceu em 2011, após a regularização fundiária e doação da área, pela Kinross, para a sua criação como forma de compensação florestal. Com 6.400 hectares e administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), a unidade de conservação possui a importante função de preservar a fauna e flora da região, proteger os recursos hídricos da área e assegurar a biodiversidade local. A seleção da área do parque foi estratégica, uma vez que ela se encontra na cabeceira do Ribeirão Santa Izabel, o principal contribuinte para o ponto de captação de água pela Copasa visando fornecimento a cidade de Paracatu.

Educação ambiental: A KBM, como parte do seu Programa de Educação ambiental, promove relacionamento com a instituições de ensino, com palestras de temas ambientais e de mineração à diversas universidades e escolas do município. O principal objetivo é promover ações e atividades de comunicação e educação ambiental, visando contribuir para ampliar a percepção sobre as questões ambientais contemporâneas e locais, bem como transmitir informações referente aos aspectos e impactos positivos e negativos da atividade de mineração. Nas escolas públicas da região, por exemplo, a temática da sustentabilidade é tratada com os alunos por meio do projeto “Contar e Recontar Histórias para Encantar e Transformar Ideias”, que oferece oficinas eco literárias e apresentações teatrais.

Dessa forma, quando do encerramento das operações da empresa, os balanços sociais, econômicos e ambientais devem ser positivos em relação aos impactos gerados durante o período de operação e anteriormente ao mesmo. A empresa deverá deixar um legado que seja a melhoria da qualidade de vida da comunidade e do meio ambiente que supere em benefícios quando comparado a um cenário em que a empresa não tenha se instalado em Paracatu.

Resultados Sociais e Ambientais Obtidos com a Prática:

Dentre as ações de médio e longo prazo, inclui se as ações de fechamento progressivo, monitoramentos ambientais, atividades de recuperação e gestão de áreas protegidas (reservas legais, áreas de preservação permanente e áreas de compensação). Pelo lado ambiental, por exemplo, mais de 5 mil hectares são destinados à conservação e proteção. Essa ação contribui para a conectividade entre áreas verdes na região, permitindo a formação de corredores ecológicos com outras áreas protegidas (unidades de conservação e reservas legais particulares) e garante mais recursos para o estabelecimento e desenvolvimento da fauna e da flora. A Kinross planeja que no futuro quando suas áreas estiverem completamente reabilitadas, uma nova contribuição para efetivar este corredor ecológico será estabelecida. Abaixo, alguns resultados referentes aos projetos conduzidos pela KBM:

Recuperação ambiental: Além das técnicas de reconformação topográfica e plantio de mudas de espécies nativas da região, uma técnica empregada pela empresa é a chamada nucleação, que consiste na deposição de “núcleos” de galharia e topsoil. O material retirado é colocado em um local para ser utilizado no momento da recuperação ambiental. Entre esses montes, também são realizados o plantio de mudas de espécies nativas com capacidade de melhorar o ambiente, facilitando a ocupação da área por outras espécies e atraindo a fauna silvestre. Tais ações favorecem a manutenção da biodiversidade local e promovem o retorno da fauna para áreas anteriormente antropizadas.

Ao todo, já foram recuperadas e/ou encontram-se em processo de recuperação ambiental mais de 600 hectares anteriormente utilizados para fornecimento de solo para alteamento de estruturas geotécnicas, como tanques específicos e barragem de rejeitos (áreas de empréstimo). Essa atividade favorece a criação de corredores ecológicos e áreas de conectividade, garantindo o fluxo gênico entre distintos locais. São utilizadas espécies nativas, contemplando espécies protegidas e ameaçadas de extinção.

Viveiros comunitários: os viveiros produzem cerca de 10.000 mudas por ano. Desde o início do projeto, em 2017, a Kinross já adquiriu 70.000 mudas nativas da região que foram plantadas em áreas de recuperação ambiental. Além disso, o programa gerou R$ 490.000,00 de renda para os produtores da comunidade Santa Rita (comunidade vizinha). Como resultado do processo de escuta da comunidade e visando garantir a uniformidade do entendimento, a KBM desenvolveu também uma cartilha contendo, em linguagem simplificada e visual, como selecionar as sementes, como realizar os plantios e manutenções necessárias a sustentabilidade das mudas.

Proteção e cercamento de nascentes: desde 2010, já foram cercadas 262 nascentes em 179 propriedades rurais (bacia hidrográfica do rio Paracatu, município de Paracatu), com a instalação de aproximadamente 155 km de cercas, totalizando 1.907 hectares de áreas protegidas.

Monitoramento de fauna: o programa de monitoramento faunístico realizado pela Kinross é contínuo, realizado de forma sazonal (campanhas nas épocas de seca e chuvosa), com foco nos grupos indicadores: répteis, anfíbios, aves, mamíferos não voadores e insetos, visando aprimorar o foco das investigações para efeitos mais diretamente relacionados à operação do empreendimento. Já foram registradas mais de 200 espécies de aves, mais de 30 espécies de mamíferos (pequeno, médio e grande porte) e mais de 20 espécies de répteis e anfíbios.

Importante ressaltar que um indicador importante do sucesso do programa de recuperação e manutenção de áreas protegidas da empresa é medição de populações e em especial a presença de espécies ameaçadas ou mesmo já desaparecidas da região a muito tempo. Um exemplo disto, foi o registro da presença do Cachorro Vinagre (Speothos venaticus), em uma das áreas protegidas da empresa, com filhotes.

Monitoramento de flora: com a utilização de indicadores ecológicos assume-se que ao atingir os valores de referência as áreas em restauração serão capazes de evoluir para um estágio mais avançado, assemelhando-se cada vez mais a áreas nativas não degradadas, sem a necessidade de mais intervenções. Os valores de referência variam de acordo com os tipos de vegetação (formações campestres, savânicas e florestais), estabelecida como meta para a recomposição, que pode considerar a vegetação original, áreas remanescentes do entorno, ou outros tipos de vegetação mais adequados para o ambiente que foi degradado ou transformado.

Dentre os indicadores utilizados pela KBM, destaca-se o índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’), que mede a riqueza e diversidade de espécies da flora ao longo das áreas em processo de recuperação que estão em monitoramento contínuo. Atualmente, o índice de diversidade é equivalente a 3,12, ou seja, reflete considerável diversidade nas áreas, além de indicar processo de sucessão ecológica.

Parque Estadual de Paracatu: a Kinross investe na infraestrutura do Parque por meio de obras civis, doação de maquinários e equipamentos. Já foram doadas caminhonetes 4×4, trator agrícola, drone, entre outros. Atualmente, a Kinross está conduzindo obras de reforma/infraestrutura e construindo trilhas ecológicas na área do Parque, com o objetivo de contribuir diretamente com o fortalecimento do ecoturismo na região. Além disso, anualmente são construídos ao menos 20 km lineares de aceiros nos limites do parque, contribuindo diretamente para a prevenção de incêndios florestais.

Com o objetivo de tornar o Parque como um importante destino de lazer, educação ambiental e turismo ecológico, são desenvolvidas atividades para a população. Alguns exemplos são a Corrida Rústica da Água e Pedal no Cerrado, que consistem em aliar educação ambiental e saúde em um ambiente natural por meio de uma corrida ou caminhada de 6 km e atividade de Mountain Bike de 20 km. Nessas oportunidades, são repassadas informações sobre o bioma local, fauna e flora, bem como sobre a importância da preservação dos recursos hídricos. O evento de observação de aves, também realizado no Parque Estadual de Paracatu, proporciona aos participantes o contato com a natureza e leva conhecimento sobre as espécies e a conscientização sobre a importância da sua conservação.

Educação ambiental: a seguir são apresentados alguns resultados do processo de ambiental referente ao último ano. Foram doados mais de 13,3 mil mudas para empregados, terceiros e comunidade de Paracatu. Nos eventos ‘corrida rústica da água’, ‘observação de aves’ e ‘pedal no Cerrado’ participaram, aproximadamente, 1.000 pessoas. Pelo projeto Integrar, eixo educação ambiental, foram realizadas 5 palestras com a participação de mais de 1.300 alunos. A empresa demonstra, com suas atividades de educação ambiental, compromisso e engajamento com as comunidades vizinhas com temas que abordam os aspectos, impactos e controle ambientais da atividade de mineração no município de Paracatu.

Gestão da Prática Relatada:

A visão de sustentabilidade da KBM, acordada com a alta administração, é contribuir para o desenvolvimento do território e ser reconhecida como referência positiva de mineração próxima de área urbana a nível nacional e internacional a partir de 2030. Possuímos fóruns específicos entre gerências e diretorias para discussão de assuntos relacionados à meio ambiente, comunidades e sustentabilidade, em linha com ações de acompanhamento de indicadores ambientais, sociais e de governança, relacionados à nossa estratégia de ESG (desenvolvimento sustentável).

Além disso, são conduzidos workshops de barragens e de fechamento de mina para discutir técnicas associadas e potenciais usos futuros, ressaltando a importância da biodiversidade como um importante critério de sustentabilidade. São promovidos também envolvimento e participação de fóruns específicos conduzidos pelas agências ambientas e de mineração, como o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Sindicato da indústria mineral do Estado de Minas Gerais (SINDIEXTRA), entre outros.

Nesse contexto, a busca das lideranças por melhorias contínuas em relação à temática de biodiversidade é nítida. Outro importante exemplo é o apoio para adoção de protocolos de mineração sustentável, como o Towards Sustainable Mining (TSM) – desenvolvido pela MAC (Mining Association of Canada), orienta e apoia empresas no gerenciamento de riscos ambientais e sociais – e Global Industry Standard for Tailings Management (GISTM) – criado pelo Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), estabelece requisitos para gestão segura das estruturas de rejeitos.

O envolvimento da liderança é refletido no reconhecimento da comunidade de Paracatu de que as contribuições dos projetos da KBM trouxeram melhorias à qualidade de vida da população em especial nos eixos de cultura, educação, meio ambiente e geração de renda. Apesar do impacto ambiental sobre as áreas mineradas, a empresa buscou minimizá-los, controlá-los e compensá-los de forma significativa.

A alta liderança reforça o cumprimento das diretrizes gerais de controle dos impactos ambientais que consiste em determinar risco à biodiversidade, implementar consistentemente a hierarquia de mitigação, evitando, minimizando e, em seguida, revertendo potenciais impactos adversos sobre o meio ambiente. Reforça também a incorporação e gerenciamento durante a vida útil da mina dos impactos sociais, econômicos e ambientais relacionados ao fechamento da mina e encerramento de operações, de maneira a potencializar os impactos positivos. Essas ações favorecem uma redução significativa de custos operacionais e impactos ambientais através do uso racional de recursos naturais, tais como água e energia.

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

Todas as práticas aqui mencionadas podem ser disseminadas e replicadas, uma vez que se baseiam em critérios e premissas de sustentabilidade. Essa disseminação pode ocorrer, por exemplo, mediante interfaces com outras empresas do mesmo ramo, visitas técnicas e benchmarking.

O projeto de viveiros comunitários vem formando profissionais especialistas, membros da comunidade, com habilidades para coleta, beneficiamento de sementes, produção de mudas, estendendo a prática para a realidade de cada pequeno produtor rural envolvido.

No projeto de cercamento de nascentes, os participantes, ao reconhecerem a importância da preservação das nascentes, passam a ensinar próximas gerações como continuar esse processo no futuro, de forma a garantir o seu sustento pela preservação das nascentes e manutenção da disponibilidade hídrica. Outra importante contribuição são parcerias já firmadas com instituições de pesquisa e órgãos ambientais, de forma a auxiliar o fomento para iniciativas relacionadas.