ALPARGATAS S.A.
O Havaianas reCICLO é o programa de logística reversa da Alpargatas S/A voltado para promover a circularidade dos chinelos da marca Havaianas, ao mesmo tempo em que conscientiza os consumidores sobre a relevância do descarte responsável. Sendo a borracha expandida (SBR) a principal matéria-prima das solas dos produtos Havaianas, o reCICLO direciona seus esforços para realizar a reciclagem desse material, cuja cadeia ainda está em estágio inicial de desenvolvimento, em contraste com as cadeias de outros materiais, como alumínio e PVC, que estão mais estabelecidas.
De maneira pioneira e inovadora, o programa se empenha em construir um ecossistema que não apenas gera valor comercial para o material pós-consumo, mas também desenvolve parcerias com diversos atores. Essas parcerias são fundamentais para a criação de novos produtos a partir da borracha dos chinelos, impulsionando assim as receitas de seus negócios. Indo além das simples etapas de coleta e destinação adequada dos resíduos, a companhia está envolvida no desenvolvimento integral da cadeia: desde o recolhimento dos chinelos nas lojas e cooperativas até a transformação dos materiais em novos produtos reciclados destinados à venda, fomentando a conscientização, comunicação, giro e vendas dos novos produtos gerados a partir dos resíduos de Havaianas.
No Brasil, o Havaianas reCICLO já existe há mais de três anos, em parceria com a TrashIn, uma startup especializada na gestão de resíduos e logística reversa. Juntos, trabalhamos para coletar os chinelos da marca pós consumo em aproximadamente 200 lojas monomarca, incluindo próprias e franquias, distribuídas por 25 estados brasileiros e o Distrito Federal, além de aproximadamente 50 cooperativas de reciclagem em todo o país. Além da parceria com a TrashIn, estabelecemos contratos com a FEPACOORE – Federação Paulista de Cooperativas de Reciclagem e a Rede Sul, responsáveis pela coleta das sandálias em 14 cooperativas localizadas na cidade de São Paulo e região metropolitana. No total, quase 75 cooperativas em 11 estados brasileiros estão integradas ao programa.
Após a coleta dos chinelos Havaianas nas urnas coletoras das lojas ou diretamente nas cooperativas de reciclagem, por meio da coleta seletiva, o material é encaminhado para os parceiros recicladores. Após um processo de beneficiamento, o produto final é transformado em matéria-prima novamente, iniciando assim um novo ciclo de vida e integrando uma nova cadeia produtiva. Os produtos finais são desenvolvidos pelos parceiros transformadores, que recebem as matérias-primas beneficiadas e as convertem em uma variedade de novos produtos, como pisos, pneus de carrinho de mão, revestimentos para mobiliários, bancos, vasos e acessórios, como bolsas e carteiras. Atualmente, contamos com uma rede de 3 parceiros beneficiadores e 4 transformadores, distribuídos pelas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.
Iniciado como um projeto piloto em dezembro de 2020, em apenas 3 lojas próprias da Havaianas, o reCICLO tem ampliado progressivamente o número de urnas coletoras a cada ano, à medida que a operação e o ecossistema da cadeia de reciclagem da borracha se expandem proporcionalmente. Em julho de 2023, o programa foi expandido para mais 75 novas lojas no Brasil, estreando em seis novos estados brasileiros: Acre, Amapá, Pará, Piauí, Roraima e Tocantins.
Em relação aos resultados abrangentes do programa, é relevante destacar que nos últimos anos foram coletados mais de 250 mil pares de sandálias, totalizando cerca de 95 toneladas de resíduos de borracha (a maior parte do material coletado, componente das solas dos chinelos Havaianas) e plástico (minoria do material, compondo as tiras). Em termos mais visuais, isso equivale a aproximadamente 3,5 estádios do Maracanã lotados de torcedores calçando Havaianas. Somente em 2023, foram recolhidos 118 mil pares de chinelos, o que representa 47% do volume total do programa desde o seu início em 2020.
O Havaianas reCICLO desempenha um papel estratégico fundamental para a companhia, destacando-se como um dos principais pilares dentro da temática da “Economia Circular”. Este direcionamento está formalizado em nossos compromissos públicos, conforme indicado na Estratégia de Sustentabilidade da Alpargatas. Para mais informações, visite: https://alpargatas.com.br/sustentabilidade.
Apesar dos desafios decorrentes da falta de uma cadeia estruturada para a coleta, transformação e reintegração da borracha expandida, e dos consideráveis investimentos da companhia em inovação e infraestrutura para buscar soluções sistemáticas de reciclagem, a Alpargatas reconhece a Economia Circular como uma prioridade de especial sensibilidade e relevância para o negócio da Havaianas. Considerando a população brasileira, que atinge aproximadamente 203 milhões de habitantes, de acordo com o último censo do IBGE, e o registro de venda de 182 milhões de pares de Havaianas no país em 2023, é possível inferir que, em média, cada brasileiro adquire um par de chinelos da marca anualmente. Todos esses itens são posteriormente descartados.
Com base nessa compreensão, em nossos direcionamentos institucionais e na análise das perspectivas de nossos públicos, desenvolvemos e divulgamos a Estratégia de Sustentabilidade da Alpargatas S/A ainda em 2022. Dentro dessa abordagem, abraçamos os três pilares essenciais para o sucesso de nosso negócio, visando um crescimento sólido e cada vez mais sustentável: Economia Circular, Operações Responsáveis e Diversidade & Inclusão, além do Desenvolvimento Local.
Entre as metas estabelecidas para 2030 na Estratégia de Sustentabilidade da companhia, duas estão diretamente vinculadas ao Havaianas reCICLO: 1. Implementar o Programa de Logística Reversa em 100% das lojas monomarca e 2. Recuperar 10% do volume de sandálias comercializadas por meio do programa de logística reversa.
Nos últimos três anos, desde a primeira prestação de contas em 2022 (com dados referentes a 2021), registramos um notável aumento de 14% para 46% no número de lojas Havaianas que adotaram o programa de logística reversa. Em 2023, foram incorporados 155 novos pontos de coleta no Brasil e nas operações internacionais, totalizando 377 lojas com o Havaianas reCICLO. Adicionalmente, conforme estabelecido no novo guideline global de trade marketing da marca, todas as novas lojas e aquelas submetidas a reformas garantirão a inclusão de urnas coletoras como mobiliário fixo. Com essas medidas já em prática em 2024, estamos empenhados em assegurar que até 2030 todas as lojas monomarcas façam parte do programa Havaianas reCICLO.
Quanto à meta de recuperação de 10% do volume comercializado de produtos através do programa de logística reversa, registramos um progresso significativo, porém ainda insuficiente. Isso é decorrência da inexistência de uma cadeia pós-consumo já desenvolvida.
Em 2023, o resultado atingido foi decorrente de um aumento de mais de 118 mil pares de Havaianas, totalizando mais de 250 mil pares recolhidos desde o início do programa. No último ano, observamos um aumento de 54% no volume coletado por cooperativas de reciclagem e de 14% no volume coletado por lojas, demonstrando o avanço decorrente dos investimentos em parcerias estratégicas no ecossistema de reciclagem, bem como na comunicação para os consumidores e nos pontos de venda da marca.
O investimento na estruturação do programa, englobando comunicação, mobiliário, contratação e parcerias, desenvolvimento de testes e logística, representa atualmente um montante significativo para a Alpargatas. Contudo, a médio e longo prazo, espera-se que, com a viabilização e incorporação em larga escala dos resíduos de borracha nos produtos desenvolvidos pelas indústrias recicladoras, seja possível otimizar custos, concomitantemente, e aumentar os volumes de recolhimento de chinelos pós-consumo.
Já estamos começando a ver os primeiros frutos desse esforço no desenvolvimento de valor para a cadeia de reciclagem da borracha, graças às parcerias estabelecidas com empresas do setor de construção civil e arquitetura.
Considerando que um dos principais objetivos do programa Havaianas reCICLO é aumentar o valor agregado do resíduo de borracha para garantir uma alta reciclabilidade, tem sido essencial realizar investimentos significativos em Pesquisa & Desenvolvimento para desbravar novas tecnologias e produtos. Através de parcerias estratégicas nos segmentos de beneficiamento e transformação de resíduos, buscamos garantir que os chinelos pós consumo recolhidos nas 200 lojas Havaianas e nas aproximadamente 50 cooperativas de reciclagem, via coleta seletiva, possam ganhar um novo ciclo de vida. Afinal, é fundamental que haja uma oferta do mercado que atenda à demanda de volumes de borracha que estão sendo recolhidos através do programa de logística reversa da marca.
A inovação se fez e prossegue se fazendo necessária em dois tipos de processos citados acima, o de beneficiamento e o de transformação. O beneficiamento é o processo de triagem, higienização, descaracterização e moagem do resíduo, para se tornar uma matéria prima reciclada pronta para entradas em novos ciclos produtivos e dar origem a produtos inovadores. Já a transformação é o nome dado aos processos criados para industrialização e confecção dos novos produtos reciclados feitos de Havaianas, ou seja, de fato fechar o loop de reciclagem, o maior desafio do programa.
Ainda dentro da ótica de inovação, a Alpargatas decidiu direcionar os esforços de P&D em duas estratégias distintas de inovação para economia circular: os chamados ciclo aberto e ciclo fechado. O ciclo aberto é exemplificado pelos novos produtos lançados no mercado com Grupo Force e Aubicon, em que através de uma metodologia de Inovação Aberta, são co-criadas soluções entre ambos os times, usando os resíduos Havaianas para atender a novos produtos que façam parte do portfólio dos parceiros. Assim, outras indústrias e outros negócios são fomentados a partir da reciclagem dos chinelos descartados via reCiCLO. Já o ciclo fechado constitui o pilar de inovações que visam reintegrar o resíduo dentro do próprio ciclo produtivo e do próprio modelo de negócio da Havaianas, com soluções que integrem o portfólio de produtos da marca, ou itens que atendam a necessidades do business interno, como: produtos reciclados para iniciativas de PR, endomarketing, ativações de marca, aplicação nos pontos de venda etc.
Neste panorama sistêmico de construção da cadeia de reciclagem da borracha, estamos focados na sustentabilidade, abordando os três aspectos fundamentais: social, ambiental e financeiro.
Do ponto de vista financeiro, estamos explorando maneiras de diminuir despesas através de otimizações logísticas e da divisão dos custos de aquisição dos chinelos de borracha com os parceiros recicladores. Em suma, embora no início do programa, há mais de três anos, tenhamos precisado fazer investimentos consideráveis em toda a cadeia para, por exemplo, remunerar as cooperativas de reciclagem pelos resíduos triados, agora estamos começando a colher resultados positivos com fornecedores transformadores comprando diretamente.
No âmbito da logística, estamos empenhados em desenvolver sistematicamente as regiões, de modo que cada pólo possa alcançar autossuficiência no fluxo de reciclagem. Em outras palavras, não é financeiramente viável nem sustentável para o meio ambiente enviar, por exemplo, chinelos coletados no estado do Rio Grande do Sul para a Paraíba.
A partir de uma lógica de ter um ecossistema com uma ampla rede de parceiros espalhados ao redor do Brasil, atualmente possuímos 3 beneficiadores e 4 transformadores do reCICLO nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, que se dispõem a receber os volumes das Cooperativas de Reciclagem em 11 estados brasileiros e que armazenam por alguns meses os chinelos de borracha pós consumo recolhidos nas urnas coletoras dos 80 municípios e 26 estados.
Destacando como exemplos concretos desse modelo de criação de valor por meio de parcerias estratégicas os recentes lançamentos de produtos apresentados na FEICON 2024, a mais abrangente feira do setor de construção civil e arquitetura da América Latina, realizada em abril no São Paulo Expo. Esses lançamentos, desenvolvidos para atender às demandas do mercado, têm sua origem nos resíduos de chinelos pós-consumo da marca Havaianas, em colaborações com o Grupo Force e a Aubicon.
O Grupo Force, com sede na Paraíba e atuante nos segmentos industrial e de construção civil, inovou ao criar um pneu para carrinho de mão a partir de borracha 100% reciclada dos chinelos coletados. Por outro lado, a Aubicon, sediada em Minas Gerais e especializada em pisos de absorção de impacto, introduziu uma linha de revestimentos revolucionários compostos por resíduos de pneus e 5% de resíduos de chinelos Havaianas. Esse processo confere aos produtos um design moderno e inovador.
O pneu de carrinho de mão, fabricado a partir de borrachas 100% recicladas de Havaianas e desenvolvido pelo Grupo Force, representa uma verdadeira inovação. Sua tecnologia de fabricação exclusiva confere-lhe a singularidade de ser o único pneu maciço no mercado a combinar maciez e absorção de impacto semelhantes aos pneus com câmara, ao mesmo tempo que oferece a durabilidade e resistência característicos dos pneus sólidos. Denominado Rodado Force Eco, este produto pode durar até três vezes mais que um pneu com câmara, suportando cargas de até 150 kg. Durante a FEICON 2024, foram comercializadas 977 unidades deste rodado. Considerando que cada unidade requer 2,2 kg de borracha, estima-se que 6141 pares de chinelos tenham sido reciclados, ganhando assim um novo ciclo de vida.
O piso denominado ESTRELADO COLORS MIX HAVAIANAS reCICLO, criado pela Aubicon, é um produto constituído por mais de 90% de matéria-prima proveniente de resíduos pós-consumo. Destes, 5% são grânulos provenientes do programa reCICLO. Esta solução oferece absorção de impacto, conforto acústico, facilidade de manutenção e alta durabilidade. Especificamente concebidos para o público fitness, esses pisos são ideais para academias, estúdios de treinamento funcional, pilates e muito mais.
Além desses dois produtos destinados à construção civil, a borracha coletada do meio ambiente pode ser reciclada e reutilizada na fabricação de uma ampla gama de itens, como vasos, cachepôs, mantas, porta-copos, itens para cozinha, artigos relacionados a design de interiores/mobiliários e acessórios diversos.
O Havaianas reCICLO é o programa de logística reversa da Alpargatas S/A voltado para promover a circularidade dos chinelos da marca Havaianas, ao mesmo tempo em que conscientiza os consumidores sobre a relevância do descarte responsável. Sendo a borracha expandida (SBR) a principal matéria-prima das solas dos produtos Havaianas, o reCICLO direciona seus esforços para realizar a reciclagem desse material, cuja cadeia ainda está em estágio inicial de desenvolvimento, em contraste com as cadeias de outros materiais, como alumínio e PVC, que estão mais estabelecidas.
De maneira pioneira e inovadora, o programa se empenha em construir um ecossistema que não apenas gera valor comercial para o material pós-consumo, mas também desenvolve parcerias com diversos atores. Essas parcerias são fundamentais para a criação de novos produtos a partir da borracha dos chinelos, impulsionando assim as receitas de seus negócios. Indo além das simples etapas de coleta e destinação adequada dos resíduos, a companhia está envolvida no desenvolvimento integral da cadeia: desde o recolhimento dos chinelos nas lojas e cooperativas até a transformação dos materiais em novos produtos reciclados destinados à venda, fomentando a conscientização, comunicação, giro e vendas dos novos produtos gerados a partir dos resíduos de Havaianas.
No Brasil, o Havaianas reCICLO já existe há mais de três anos, em parceria com a TrashIn, uma startup especializada na gestão de resíduos e logística reversa. Juntos, trabalhamos para coletar os chinelos da marca pós consumo em aproximadamente 200 lojas monomarca, incluindo próprias e franquias, distribuídas por 25 estados brasileiros e o Distrito Federal, além de aproximadamente 50 cooperativas de reciclagem em todo o país. Além da parceria com a TrashIn, estabelecemos contratos com a FEPACOORE – Federação Paulista de Cooperativas de Reciclagem e a Rede Sul, responsáveis pela coleta das sandálias em 14 cooperativas localizadas na cidade de São Paulo e região metropolitana. No total, quase 75 cooperativas em 11 estados brasileiros estão integradas ao programa.
Após a coleta dos chinelos Havaianas nas urnas coletoras das lojas ou diretamente nas cooperativas de reciclagem, por meio da coleta seletiva, o material é encaminhado para os parceiros recicladores. Após um processo de beneficiamento, o produto final é transformado em matéria-prima novamente, iniciando assim um novo ciclo de vida e integrando uma nova cadeia produtiva. Os produtos finais são desenvolvidos pelos parceiros transformadores, que recebem as matérias-primas beneficiadas e as convertem em uma variedade de novos produtos, como pisos, pneus de carrinho de mão, revestimentos para mobiliários, bancos, vasos e acessórios, como bolsas e carteiras. Atualmente, contamos com uma rede de 3 parceiros beneficiadores e 4 transformadores, distribuídos pelas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.
Iniciado como um projeto piloto em dezembro de 2020, em apenas 3 lojas próprias da Havaianas, o reCICLO tem ampliado progressivamente o número de urnas coletoras a cada ano, à medida que a operação e o ecossistema da cadeia de reciclagem da borracha se expandem proporcionalmente. Em julho de 2023, o programa foi expandido para mais 75 novas lojas no Brasil, estreando em seis novos estados brasileiros: Acre, Amapá, Pará, Piauí, Roraima e Tocantins.
Em relação aos resultados abrangentes do programa, é relevante destacar que nos últimos anos foram coletados mais de 250 mil pares de sandálias, totalizando cerca de 95 toneladas de resíduos de borracha (a maior parte do material coletado, componente das solas dos chinelos Havaianas) e plástico (minoria do material, compondo as tiras). Em termos mais visuais, isso equivale a aproximadamente 3,5 estádios do Maracanã lotados de torcedores calçando Havaianas. Somente em 2023, foram recolhidos 118 mil pares de chinelos, o que representa 47% do volume total do programa desde o seu início em 2020.
O Havaianas reCICLO desempenha um papel estratégico fundamental para a companhia, destacando-se como um dos principais pilares dentro da temática da “Economia Circular”. Este direcionamento está formalizado em nossos compromissos públicos, conforme indicado na Estratégia de Sustentabilidade da Alpargatas. Para mais informações, visite: https://alpargatas.com.br/sustentabilidade.
Desde o início do Havaianas reCICLO, em dezembro de 2020, o programa já recolheu mais de 250 mil pares de chinelos da marca, o que equivale a aproximadamente 95 toneladas de resíduos. Essa quantidade de chinelos retirados corresponde a 3,5 vezes a lotação do estádio do Maracanã, cheio de torcedores usando Havaianas. Ao garantir a extensão da vida útil da borracha através da reciclagem, estamos não apenas reduzindo o impacto ambiental de nossas operações, mas também impulsionando o desenvolvimento de novas soluções nas cadeias produtivas que utilizam matéria-prima reciclada. Por meio de parcerias estratégicas com indústrias, desenvolvemos soluções sustentáveis como pisos, rodados e acessórios fabricados com Havaianas.
Ainda, considerando que antes da implementação do programa de logística reversa das Havaianas, as sandálias de borracha recebidas pelas cooperativas de reciclagem não possuíam valor comercial e eram descartadas em aterros sanitários como resíduos, hoje percebemos um avanço significativo do reCICLO na geração de renda para aqueles que trabalham na triagem e venda de materiais recicláveis para as indústrias de reciclagem.
Ao efetuarmos os pagamentos pelos quilogramas coletados de Havaianas para as mais de 50 cooperativas parceiras do programa em todo o Brasil, contribuímos para que o material seja corretamente encaminhado para a reciclagem, ao mesmo tempo em que promovemos o desenvolvimento das economias locais e a criação de empregos.
Reconhecendo que as cooperativas de reciclagem desempenham hoje um dos papéis mais importantes dentro da cadeia de reciclagem no Brasil, a Alpargatas está comprometida em dar suporte para o crescimento pessoal e profissional daqueles envolvidos nessa atividade essencial para a sociedade.
Em 2023, em parceria com a FEPACOORE – Federação Paulista de Cooperativas de Reciclagem e a Rede Sul, ambas operando na cidade de São Paulo e em sua região metropolitana, lançamos um projeto piloto de seis meses que se estendeu para além de uma parceria convencional voltada apenas para o recolhimento das sandálias Havaianas.
Por meio de uma pesquisa abrangente, cujo objetivo era obter uma análise detalhada da produtividade, aspectos sociais, cadastros e necessidades de capacitação e desenvolvimento social das cooperativas envolvidas, foi possível obter uma compreensão aprofundada da realidade dos trabalhadores nas Cooperativas de Reciclagem.
A pesquisa foi conduzida pelo professor Fernando Vinicius Gonçalves Frias no período de 24 de maio a 26 de junho de 2023, abrangendo sete cooperativas: Crescer, Coopercaps, Paraisópolis, Parelheiros, Caminho Certo, Coopermiti e Central Tietê. Foram entrevistadas 107 pessoas, selecionadas de um universo total de 267 cooperados. O questionário foi estruturado para abordar cinco áreas principais: 1) Identificação; 2) Vida e Trabalho; 3) Família e Lar; 4) Vida Escolar; 5) Capacitações, Treinamento e Tecnologia; e 6) Vida e Saúde.
Entre os diversos resultados obtidos na pesquisa, verificamos que aproximadamente 64% dos cooperados se auto declaram como pretos e pardos. Além disso, foi possível constatar que boa parte dos cooperados não concluíram sua formação educacional, sendo que 39% estudou até o ensino fundamental, 7% até o ensino superior e 9% nunca estudou. Dos cooperados que abandonaram os estudos, a grande maioria gostaria de prosseguir nos estudos, voltar a estudar, iniciar os estudos ou até mesmo se alfabetizar, porém sentem dificuldades por conta do tempo, trabalho e família.
No aspecto do tratamento/ atendimento psicológico, a maioria dos cooperados nunca recebeu esse tipo de assistência, não faz uso de medicamentos controlados e não mantém uma rotina regular de exercícios físicos. Ao avaliarem a importância de diferentes aspectos relacionados ao ambiente de trabalho, os cooperados destacaram a comunicação entre si, o cuidado com as emoções, a resolução de conflitos, a motivação, a saúde mental, a promoção de atitudes saudáveis e o aprendizado sobre saúde como pontos essenciais.
Com base nas informações obtidas nas entrevistas, algumas sugestões de cursos e treinamentos incluíram: programa de alfabetização, educação continuada, capacitação em gestão financeira, desenvolvimento pessoal e habilidades interpessoais, treinamento técnico na área específica de atuação, cursos de empreendedorismo e programas de saúde e bem-estar.
Com base nas necessidades identificadas dos cooperados durante a pesquisa, unimos os esforços das áreas de Responsabilidade Social da Alpargatas S/A e da ALU – Alpa Learning University, uma Universidade Corporativa gerenciada pelo time de People da companhia, para desenvolver um Workshop de Mediação de Conflitos direcionado ao público que trabalha nas Cooperativas. Em 22 de novembro de 2023 recebemos a primeira turma, composta por 21 pessoas, nas instalações da sede da Alpargatas S/A. Essa iniciativa proporcionou-lhes uma experiência única de aprendizado fora do ambiente de trabalho deles, permitindo que adquirissem conhecimentos valiosos, incluindo a prática da comunicação não violenta.
Em 2024, como uma continuação do projeto piloto do ano anterior, foi lançado o programa Multiplicadores AVA. Seu objetivo principal é recrutar voluntários da empresa para fornecer conteúdo educacional nas cooperativas de reciclagem parceiras do reCICLO e compartilhar conhecimento com os cooperados. Este projeto, com previsão de duração de julho a novembro deste ano, terá uma trilha de aprendizado que incluirá um treinamento interno para preparar os 40 multiplicadores, conduzido pela Universidade Corporativa da empresa, e 14 sessões de treinamento presencial em 7 cooperativas. Os temas principais das aulas serão Gestão Financeira Pessoal, Inteligência Emocional e Comunicação Não Violenta para os cooperados.
Além de treinar e compartilhar conhecimento com os cooperados, temos acompanhado de perto o desenvolvimento das cooperativas em sua organização, crescimento e legalização como empresas para atender às demandas de grandes corporações. Internamente, estamos estabelecendo um fluxo de desenvolvimento para fornecedores considerados sensíveis devido às suas particularidades e dificuldades em se legalizarem. Com esse trabalho, conseguiremos entender as reais dificuldades enfrentadas por cada cooperativa e estabelecer um perfil de acompanhamento e desenvolvimento para um crescimento sólido e robusto. Para nós, o crescimento e desenvolvimento dessa cadeia de fornecedores é de grande relevância para a geração de valor na cadeia de borracha.
Acreditamos que iniciativas como essas, em parceria com as cooperativas de reciclagem parceiras do reCICLO, desempenham um papel crucial no combate à erradicação da pobreza, na promoção da igualdade de gênero e na redução das desigualdades. Como empresa, estamos comprometidos com a capacitação e desenvolvimento dos cooperados e cooperativas, indo além da geração de renda associada aos pagamentos pelos volumes de chinelos Havaianas recebidos pelas cooperativas.
A Estratégia de Sustentabilidade da Alpargatas S/A, publicamente lançada em 2022, integra um pilar exclusivamente dedicado à Economia Circular. Conforme mencionado anteriormente, neste contexto, foram estabelecidas duas metas de longo prazo diretamente associadas ao avanço e à consolidação do Havaianas reCICLO: 1. Implementar o Programa de Logística Reversa em todas as lojas monomarca e 2. Recuperar 10% do volume total de sandálias comercializadas por meio do programa de logística reversa. A condução para atingir todas as nossas metas estratégicas é orientada por grupos de trabalho multidisciplinares, denominados Jornadas, que contam sempre com um diretor ou vice-presidente sponsor, um líder operacional e outros membros. A governança e o acompanhamento seguem o modelo de gestão oficialmente adotado na empresa e são regularmente monitorados pela área de Sustentabilidade e pelos vice-presidentes encarregados da gestão de cada um dos pilares.
Na Jornada de Logística Reversa, os membros do squad fazem reportes trimestrais ao vice-presidente industrial da empresa sobre pesquisa e desenvolvimento de novas soluções, e a cada dois meses à CMO, abordando questões relacionadas à marca e comunicação. Além das metas para 2030, estabelecemos anualmente os OKRs para monitorar taticamente e operacionalmente a gestão, os quais também são desdobrados em metas vinculadas à remuneração variável para os colaboradores-chave na execução.
Do ponto de vista tático, vale ressaltar que cada região possui um líder, da área administrativa, que dirige parceiros externos responsáveis pela operação logística do programa. No Brasil, contamos com a Trashin, startup especializada na gestão de resíduos e logística reversa que trabalha com a captação dos chinelos pós consumo tanto nas lojas quanto nas cooperativas.
Para assegurar o máximo de rastreabilidade das informações com base em nossos drivers estratégicos, como o aumento do volume de pares coletados e a otimização das rotas logísticas, analisamos mensalmente, em um fórum entre a Alpargatas e a Trashin, os seguintes KPIs táticos: Volume por Loja (Total), Volume por Loja (Por Estado e Região), Volume por Loja (Por Loja), Volume por Cooperativa (Total), Volume por Cooperativa (Por Estado e Região), Volume por Cooperativa (Por Cooperativa) e Custo de Logística por Loja (Total). Com base nesse monitoramento, desenvolvemos planos de ação personalizados para regiões e pontos de coleta que necessitam melhorar seu desempenho no programa.
O trabalho de prospecção e parceria com beneficiadores e transformadores da borracha é fundamentado em diversos pilares estratégicos: estrutura de trabalho com o processamento de borracha, incluindo parceiros que inicialmente testam o material residual em seus processos; viabilidade técnica da solução; impacto ambiental e/ou social positivo; e viabilidade financeira e operacional, com foco em agregar valor ao trabalho fomentado. Desde o início do programa, desenvolvemos soluções com parceiros nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.
Após validar a viabilidade técnica e financeira da parceria com beneficiadores e transformadores finais da cadeia, estruturamos contratos, acordos comerciais e rotinas de trabalho para iniciar e manter a parceria. Estabelecemos fóruns quinzenais para facilitar o aprendizado contínuo e a implementação de novas rotas. Com o tempo, as operações amadurecem organicamente, tornando-se mais eficientes, menos custosas e mais escaláveis.
No Brasil, o índice de reciclagem permanece substancialmente baixo quando comparado a outros países com níveis semelhantes de renda e desenvolvimento econômico, assim como àqueles mais desenvolvidos. Enquanto apenas 4% dos resíduos sólidos são reciclados no Brasil, países como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia registram uma média de 16% de reciclagem, de acordo com dados da International Solid Waste Association (ISWA). Em contraste, na Alemanha, o índice de reciclagem atinge 67%. Dentre os diversos fatores que contribuem para a estabilidade do índice de reciclagem no país ser abaixo das médias internacionais, destacam-se: o baixo engajamento dos consumidores na separação e descarte seletivo de resíduos; a carência de infraestrutura municipal para viabilizar a reintegração desses materiais ao ciclo produtivo, por meio de programas de coleta seletiva; e a insuficiente entrada de investimentos privados na reciclagem de produtos e embalagens descartados pelos consumidores.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010) estabelece diretrizes para a gestão de resíduos, abrangendo a coleta seletiva e a reutilização de materiais, com foco especialmente nas embalagens pós-consumo. Essa legislação define como meta que cada empresa recupere pelo menos 22% dessas embalagens anualmente – mas não abrange produtos.
É relevante destacar que, no pilar de Economia Circular da Estratégia de Sustentabilidade da Alpargatas S/A, estabelecemos a meta de atingir 90% de utilização de matéria-prima renovável e/ou reciclada em embalagens. Em 2023, observamos um aumento significativo, elevando esse índice de 61% (em 2022) para 84%. Em relação às embalagens utilizadas na produção dos principais produtos e serviços da companhia, o percentual de material reciclado alcançado em 2023 foi de 47,5%.
Dada a inovação do programa Havaianas reCICLO, que precedeu a legislação nacional sobre a reciclagem dos resíduos de seus produtos, estamos comprometidos em fomentar e estimular a adoção dessa iniciativa por outras indústrias. Nosso objetivo é contribuir, por meio do setor privado, para o aumento do índice de reciclagem no país através da logística reversa.
Para as organizações que ainda não iniciaram investimentos em programas de logística reversa centrados nos produtos, vemos o Havaianas reCICLO como um exemplo a ser seguido em termos de geração de negócios e impulsionador da economia nacional. Apesar dos substanciais investimentos realizados pela companhia nos últimos anos para estabelecer uma cadeia de reciclagem de borracha, praticamente inexistente, acreditamos que é nas lacunas que surgem as oportunidades para o empreendedorismo.
Além dos benefícios sociais e ambientais gerados pelo reCICLO, por meio de parcerias com cooperativas de reciclagem em todo o Brasil e da coleta de chinelos de borracha, desviando-os de aterros e lixões para indústrias recicladoras, estamos direcionando esforços à inovação aberta para desenvolver novas soluções de produtos em segmentos como construção civil e arquitetura. Essa iniciativa visa não apenas os aspectos financeiros positivos do programa para a economia, mas também seu potencial para fomentar o crescimento sustentável em diversos setores.
O pioneirismo de Havaianas ao investir na estruturação desta cadeia de reciclagem pode criar oportunidades para a ciência e para parceiros transformadores, que se beneficiarão com o uso desse material em suas operações comerciais. Adicionalmente, acreditamos que os estudos e avanços na estruturação da cadeia da borracha podem inspirar outras indústrias que dependem desse material em seus negócios, como é o caso das indústrias pneumáticas.