FARMAX S.A.
“Segundo o World Economic Forum a população mundial em 2030 pode chegar a 9 bilhões de pessoas, incluindo mais de 3 bilhões de novos consumidores de classe média, tendo com grande desafio a expansão da oferta e atendimento ao público futuro (SWE, 2014). O abastecimento desses consumidores tem objeção o fornecimento de insumos e uso recursos naturais, visto que, os níveis de degradação ambiental atingidos nas últimas décadas estão alarmantes. Cerca de 40% da população global vive em localidades com escassez de água e só no Brasil a produção de lixo, em 2022, atingiu mais de 224 mil toneladas diárias de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe, 2022).
A economia linear contribui para perpetuação desse cenário, uma vez que extrai a matéria-prima, desenvolve o produto e descarta os objetos ao perderem sua funcionalidade original. Tal modelo de produção culmina na incapacidade do planeta Terra de renovar os recursos retirados e incorporar todos os descartes de resíduos, efluentes e gases, gerando uma sobrecarga e impacto ambiental negativo.
Na década de 80, na Inglaterra, surgiu o conceito de economia circular em uma publicação escrita por David Pearce e Kerry Turner, que reformula o modelo tradicional de manufatura, pois amplia a cadeia de valor dos materiais. Dessa forma, são avaliadas as etapas de produção, visando oportunidades de recuperar o valor agregado de materiais seriam jogados fora. A mudança aumenta o ciclo de vida dos insumos a partir de uma articulação colaborativa de diversos setores, sendo possível obter retornos econômicos e benefícios socioambientais.
A Farmax é uma das maiores indústrias de cosméticos e produtos de higiene pessoal do país. Com 43 anos de história, mais de 1.000 colaboradores diretos e um parque industrial de 60 mil m², a companhia possui 10 marcas que concentram mais de 450 produtos nas linhas cosmética, farmacêutica, hospitalar e alimentícia. Foi fundada e mantém a fábrica em Divinópolis, na região centro-oeste de Minas Gerais e escritório nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte. Desde 2019, a empresa conta com o sistema de Total Performance Management (TPM) que funciona a partir de pilares com temas focais e estratégicos para os objetivos do programa Maximiza. Em 2021, houve o star do pilar de sustentabilidade que visa dar foco ao tema dentro da área operacional e minimizar os impactos ambientais.
Portanto, o projeto ora analisado objetivou levantar os maiores descartes (em toneladas) dentro do setor de meio ambiente da Farmax e investigar possibilidades de melhoria aplicando os conceitos da economia circular. Para isso, os colaboradores usaram as 10 etapas da metodologia de melhoria contínua:
•Seleção do tema de melhoria;
•Formação da equipe de projeto;
•Verificação da situação atual;
•Levantamento das anomalias e eliminação com disposições imediatas;
•Análise das causas do problema;
•Planejamento das ações;
•Implementação da melhoria;
•Monitoramento e verificação dos resultados;
•Medidas contra a recorrência e consolidação;
•Replicação horizontal.
O projeto teve início em abril e 2022, e contou com reuniões semanais de 1h até julho do mesmo ano. Para sua implementação houve a parceria, sem necessidade de adição de custos, com fornecedores para construir o fluxo de logística reversa. Desta maneira, a Farmax se compromete em separar os materiais adequadamente em área produtiva, agendar transportes e gerir indicadores correlacionados com o tema. Já o grupo Penha é responsável pela logística, dar continuidade do ciclo produtivo e retornar os materiais aos seus clientes.”
“Os ciclos de melhorias na Farmax funcionam para agir sobre os problemas com alto impacto em quantidade ou custo e solução dentro do período médio de 3 meses. Tal iniciativa é fomentada de modo voluntário, sendo convidadas a participar do projeto pessoas de toda companhia que apresentam perfil compatível, função estratégica para solução da temática e disponibilidade de jornada de acordo com as lideranças.
Os resultados e as conquistas para empresas advindas da realização do grupo de melhorias contribuíram para cultura de meio ambiente, principalmente como forma de inspirar outras pessoas. Em 2023, iniciou-se uma nova onda de melhorias, sendo levantados outros 4 grupos com foco: economia circular de lodo ETE, redução consumo de energia, devolução de materiais e equipamento de aquecimento a diesel, reduzindo os impactos ambientais da Farmax.” “O processo de logística reversa foi desenvolvido pelos colaboradores de manufatura da Farmax por meio da metodologia Checking, Action, Plan and Do (CAPDo), para estruturação de melhorias quando não há uma causa raiz de rápida identificação. O grupo foi formado por 5 operadores de departamentos distintos e todas foram capacitados na ferramenta contida no sistema de Total Performance Management (TPM), o qual busca excelência e confiabilidade operacional, através da eliminação sistêmica de perdas, desperdícios e ineficiências no sistema produtivo. A essência do TPM consiste em formar um time operacional com conhecimento e autonomia para atuação nos pontos chaves. Dessa forma, a companhia se empenha em atingir resultados com zero quebra, defeito, acidente e poluição.
As etapas de projeto incluem compreender o processo desde a origem de descarte dos resíduos, ciclo percorrido pelos mesmos e os investimentos necessários para destinação (frente e venda para reciclagem). Em seguida quantifica o cenário atual, no qual foi identificado que 40% do papelão descartado era de material de forração, que após cumprir com o papel de proteger as caixas compradas, não eram reutilizados em nenhum ponto do processo produtivo.
Nesse caso, a resolução foi identificada a partir de benchmark com a empresa fornecedora de insumos, Grupo Penha, que de modo similar buscava encontrar alternativas mais sustentáveis para o seu reabastecimento. Toda restruturação do fluxo logístico foi desenhada pelo grupo e validada pelo time de meio ambiente e jurídico da Farmax. Além disso, foram aplicadas melhorias nos ambientes de armazenamento e nas identificações visuais do local de descarte.
A gestão do conhecimento foi promovida por meio da ferramenta lição ponto a ponto aos colaboradores da área operacional, que de modo autônomo replicam a mudança constantemente dentro dos setores. Além disso, as melhorias foram internalizadas em documentos oficiais da empresa, para que evite falhas pela falta de padronização e habilidades que dependam do conhecimento das pessoas envolvidas nos fluxos.”
“Segundo o World Economic Forum a população mundial em 2030 pode chegar a 9 bilhões de pessoas, incluindo mais de 3 bilhões de novos consumidores de classe média, tendo com grande desafio a expansão da oferta e atendimento ao público futuro (SWE, 2014). O abastecimento desses consumidores tem objeção o fornecimento de insumos e uso recursos naturais, visto que, os níveis de degradação ambiental atingidos nas últimas décadas estão alarmantes. Cerca de 40% da população global vive em localidades com escassez de água e só no Brasil a produção de lixo, em 2022, atingiu mais de 224 mil toneladas diárias de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe, 2022).
A economia linear contribui para perpetuação desse cenário, uma vez que extrai a matéria-prima, desenvolve o produto e descarta os objetos ao perderem sua funcionalidade original. Tal modelo de produção culmina na incapacidade do planeta Terra de renovar os recursos retirados e incorporar todos os descartes de resíduos, efluentes e gases, gerando uma sobrecarga e impacto ambiental negativo.
Na década de 80, na Inglaterra, surgiu o conceito de economia circular em uma publicação escrita por David Pearce e Kerry Turner, que reformula o modelo tradicional de manufatura, pois amplia a cadeia de valor dos materiais. Dessa forma, são avaliadas as etapas de produção, visando oportunidades de recuperar o valor agregado de materiais seriam jogados fora. A mudança aumenta o ciclo de vida dos insumos a partir de uma articulação colaborativa de diversos setores, sendo possível obter retornos econômicos e benefícios socioambientais.
A Farmax é uma das maiores indústrias de cosméticos e produtos de higiene pessoal do país. Com 43 anos de história, mais de 1.000 colaboradores diretos e um parque industrial de 60 mil m², a companhia possui 10 marcas que concentram mais de 450 produtos nas linhas cosmética, farmacêutica, hospitalar e alimentícia. Foi fundada e mantém a fábrica em Divinópolis, na região centro-oeste de Minas Gerais e escritório nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte. Desde 2019, a empresa conta com o sistema de Total Performance Management (TPM) que funciona a partir de pilares com temas focais e estratégicos para os objetivos do programa Maximiza. Em 2021, houve o star do pilar de sustentabilidade que visa dar foco ao tema dentro da área operacional e minimizar os impactos ambientais.
Portanto, o projeto ora analisado objetivou levantar os maiores descartes (em toneladas) dentro do setor de meio ambiente da Farmax e investigar possibilidades de melhoria aplicando os conceitos da economia circular. Para isso, os colaboradores usaram as 10 etapas da metodologia de melhoria contínua:
•Seleção do tema de melhoria;
•Formação da equipe de projeto;
•Verificação da situação atual;
•Levantamento das anomalias e eliminação com disposições imediatas;
•Análise das causas do problema;
•Planejamento das ações;
•Implementação da melhoria;
•Monitoramento e verificação dos resultados;
•Medidas contra a recorrência e consolidação;
•Replicação horizontal.
O projeto teve início em abril e 2022, e contou com reuniões semanais de 1h até julho do mesmo ano. Para sua implementação houve a parceria, sem necessidade de adição de custos, com fornecedores para construir o fluxo de logística reversa. Desta maneira, a Farmax se compromete em separar os materiais adequadamente em área produtiva, agendar transportes e gerir indicadores correlacionados com o tema. Já o grupo Penha é responsável pela logística, dar continuidade do ciclo produtivo e retornar os materiais aos seus clientes.”
“As etapas finais do ciclo de CAPDo incluem o acompanhamento dos resultados. A mensuração deve ser consoante com o cenário idealizado e caso esteja em desacordo, ou com valores não significativos, o grupo retoma a identificação da causa raiz e cria um plano de ação para a problemática.
O processo de logística reversa passa por algumas áreas dentro da Farmax, assim sendo as áreas de logística inbound e colaboradores responsáveis pelo descarte de resíduos dentro da manufatura foram devidamente capacitados e são executores da separação de paletes e papelões que receberão esse fim. De modo complementar, o analista de sustentabilidade é responsável pela gestão de documentos e constante diálogo com a empresa fornecedora para agendamento das saídas de cargas e gestão de indicadores pautados no método de objetivos e resultados chave (OKR).”
“A metodologia CAPDo compreende que as melhorias aplicadas em um processo fabril podem ser replicadas em outros departamentos com realidades próximas, desde que tenha as etapas do ciclo bem definidas e padrões estabelecidos.
O projeto inicial contemplava apenas a implementação da logística reversa em papelões de forração, porém ao contatar o Grupo Penha, observou-se que os paletes se enquadrariam nesse mesmo processo, uma vez esse é o maior fornecedor desses materiais para Farmax.
Outras frentes de trabalho com a mesma finalidade estão sendo averiguadas. Em parcerias fornecedores de outras matérias-primas, o fluxo do descarte de embalagens pode seguir o modelo piloto proposto pelo grupo de melhoria, bem com novas formas de economia circular são levantadas em parceria com o grupo Ambipar que são contratados para desempenhar a parte operacional de descarte de resíduos sólidos da fábrica.”